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Crítica | Aquaman é uma fantástica viagem tecnológica no fundo do mar

O Aquaman de James Wan é incrivelmente divertido e grandioso. Ele simplesmente fez um filme solo do Rei Arthur. Foi uma tarefa gigantesca, já que a percepção geral e incorreta de Arthur Curry é que ele é a piada do Universo DC (nunca foi para mim). Wan dissipa esse mito com facilidade numa aventura cheia de ação, criando algo totalmente fantástico.

Escolher Jason Momoa para fazer Arthur Curry foi uma escolha inspirada e inusitada, e tanto ele quanto Wan criam um charmoso e engraçado líder, que é uma homenagem digna dos quadrinhos da era Nick Cardy do jeito que só Wan e Mamoa conseguiriam fazer. Os trailers já estavam sugerindo que o Aquaman seria um espetáculo, o filme ainda consegue surpreender, submergindo uma vasta saga da família Shakespeariana nas profundezas do oceano.

A introdução foi simples, feita pelo próprio Arthur. Ele narra a relação inesperada da qual nasceu. Tom Curry era um Faroleiro (Temuera Morrison) e Atlanna (Nicole Kidman), uma fugitiva do mundo subaquático da Atlântida. Os dois se apaixonam e desse amor nascer o pequeno Arthur. Wan rapidamente estabelece que a fantasia mágica deste filme é centrada em torno do amor, e a ideia e importância do lar, não importa onde possa estar.

O Black Manta (Arraia Negra) de Yahya Abdul-Mateen II é uma figura particularmente comovente se transformando no arqui-inimigo de Aquaman. O filme dá a ele uma história de fundo definitiva que sintetiza a história de origem bem dosada do personagem e cria um antagonista que muita gente saiu do cinema gostando com uma conexão pessoal com Arthur, apesar do Orm de Patrick Wilson ser a verdadeira ameaça do filme. O meio-irmão tradicionalista do Aquaman ameaça destruir a superfície e a eterna rivalidade com Arthur. Essa trama já existe há bastante tempo nos quadrinhos e acabou sendo o centro dramático do filme.

Ainda assim, Aquaman nunca se leva muito a sério. O playground e as cores vibrantes têm mais em comum com as divertidas cenas intergalácticas de Thor: Ragnarok do que o realismo corajoso da maioria dos filmes em DC. Kidman brilha durante uma sequência de ação matadora, também apresentando algumas das incríveis roupas e designs de produção que fazem do Aquaman uma grande potência criativa. Essa sequência também mostra o talento irreal de Wan para fotografar como Kidman habilmente derruba um grupo de soldados atlantes de alta tecnologia, e a câmera gira em torno da sala, capturando cada momento.

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A introdução do Arraia inclui um dos melhores momentos cômicos do filme, a cena mostra Momoa levando o submarino para a superfície (essa cena está no trailer, então não venha dizer que estou estragando algo!). A sequência tira proveito do timing cômico de Momoa, com batidas engraçadas e uma fotografia em câmera lenta do cabelo sedoso de Arthur. Este é um dos maiores pontos fortes do Aquaman: é genuinamente engraçado. E não no jeito cansado e cínico de Deadpool. Tem um humor sincero, que respeita o público e o filme em si, enquanto ainda esbanja o maravilhoso, bruto e enorme cara cheio de tatuagens tentando salvar algo que ele realmente ama: o oceano.

O Aquaman também presta homenagem às suas muitas influências: Geoff Johns e Ivan Reis quando Aquaman foi recriado no Novos 52, Blade Runner, Tudo por uma Esmeralda, Goonies, Indiana Jones e aquelas sutilezas que só o fã mais antigo do Aquaman conseguiu enxergar. Eu vi várias, mas não vou estragar o filme de vocês. A personagem Mera(Amber Heard) é muitas vezes mais heroína que o próprio Arthur.

Alguns anos atrás, quem poderia ter imaginado que um filme do Aquaman de todas as coisas poderia atrair um elenco genuinamente invejável? Jason Momoa, embora o material não seja o mais forte para ele mostrar suas habilidades cômicas ou dramáticas, faz um ótimo trabalho cimentando Arthur Curry como um ladino simpático e rude.

O elenco de apoio, por sua vez, se beneficia da inesperada eficácia de Amber Heard como Mera, que tem uma química de tela fácil com Momoa e dá uma performance genuinamente convincente no papel.

Certamente o trabalho mais forte do conjunto de atores, no entanto, é o de Nicole Kidman, que é notável no papel pequeno, mas fundamental como a rainha Atlanna. Patrick Wilson dispensa comentários como o vilão Orm, e como você pode não amar Dolph Lundgren interpretando o rei de cabelos rosados ​​Nereus?

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Todos trazem convicção para seus papéis e são extremamente responsáveis ​​para que o filme funcione tão bem. O único que fez algo mediano foi Defoe; ele estava no filme, mas não tinha muito o que fazer.

A música ficou a cargo de Gregson-Williams. Ele inventou um tema simples, mas eficaz para Arthur: um refrão de guitarra sujo que mostra a personalidade estranha do cara que não sabe ainda se quer ser rei ou não.

Ele também emprega algum trabalho de sintetizadores eletrônicos fascinantes durante as sequências de ação intensas e as cenas ambientadas dentro de Atlantis, sem mencionar os orquestrais extensos quando a hora pede. A música do filme pareceu menos genérica e mais pessoal do que muitas introduções musicais recentes dos filmes da DC.

 

Veredito

Graças à direção única de James Wan – fique de olho nos momentos em que ele mostra suas pegadas de horror – Aquaman se tornou único no gênero de filmes de super-heróis. Wan tece comédia, ficção científica, alta fantasia e ação em algo que surpreende constantemente. Repleto de uma ação brilhante e com movimentos que só esse diretor conseguiu fazer, além de efeitos visuais espetaculares e personagens simpáticos, Aquaman nunca tem medo de ser divertido, o que o torna uma faísca brilhante da DC no ano que pareceu que Marvel reinou soberana.

Imagens: Warner Bros.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.