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Crítica | Cloverfield Paradox, fomos tapeados!

The Cloverfield Paradox sempre será lembrado na história do cinema por pegar a gente de surpresa e se lançar, logo após o Super Bowl 52 (belíssimo jogo, diga-se de passagem), diretamente na Netflix. Sem levar em conta a esperta jogada de marketing, trata-se de mais um filme espacial que não se cansa de cometer erros idiotas do primeiro ao último minuto.
Eu estou profundamente decepcionado.
Tanto que a filiação ao universo Cloverfield – o qual nem sequer era assim chamado, até Rua Cloverfield, 10 (2016) – soa como uma segunda cartada: uma nova “caixa misteriosa” produzida por J. J. Abrams, desta vez compartilhada pela plataforma mais badalada da cultura pop. Todos querem ver, claro. E muitos devem se decepcionar.
Sob direção do jovem cineasta Julius Onah, a saga ganha ares de terror espacial. A Terra parece viver um apocalipse em curso: fontes de energia esgotam-se na mesma velocidade em que rivalidades internacionais se acirram. Uma guerra em escala global parece questão de tempo.
A única esperança da humanidade é depositada em uma estação espacial orbitando o planeta enquanto testa um gigantesco acelerador de partículas. Com uma tripulação de cientistas que inclui um brasileiro de nome bizarro (Monk Acosta, vivido por John Ortiz), a missão pretende encontrar uma maneira de fabricar energia infinita e, assim, dissolver nosso medo coletivo do fim do mundo.
Fadiga de franquia chega à Netflix
Nada disso soaria tão genérico se o filme não escolhesse sempre os caminhos mais preguiçosos. O drama da principal tripulante, Hamilton (Gugu Mbatha-Raw), é basicamente o mesmo da Sandra Bullock de Gravidade (2013): a perda dos filhos. Kiel (David Oyelowo), apesar de comandante, só aparece em convenientes momentos de tomada de decisão.
Os outros personagens são como variações de cartolina de figuras que já vimos em inúmeros suspenses espaciais: um time de astronautas com cientista asiática cerebral (Ziyi Zhang), britânico engraçadinho (Chris O’Dowd) e até a batida rusga europeia entre um alemão (Daniel Brühl) e um russo (Aksel Hennie).
Chega. Não consigo mais falar algo desse filme sem ficar muito irritado. Me senti enganado. Não assistam.
 

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Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.