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Crítica | Han Solo – Uma História Star Wars, filme não conseguiu fazer o salto no Hiperespaço

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Crítica | Han Solo – Uma História Star Wars, filme não conseguiu fazer o salto no Hiperespaço

Vou considerar todo o drama em torno da produção deste longa para iniciar as palavras sobre o filme. Começou quando os diretores Phil Lord e Chris Miller foram demitidos pela Disney e contratando o veterano Ron Howard para refazer 70% do que já estava feito. Mas o filme é muito divertido, muito coeso. Conta a início da vida de Han Solo e os eventos que o transformaram no contrabandista mais famoso e arrogante da galáxia. A produção deixa bastante explícito que está mais interessada em contar uma aventura direta do que fazer qualquer ligação as aventuras anteriores da franquia.

Até certo momento do filme a coisa é bem-sucedida. Não há menções dos Jedi, Força ou Estrelas da Morte. O filme nos leva às margens do Império, onde contrabandistas, gangsteres exploradores do espaço e outros bandidos operam seus produtos sem atrair muita atenção imperial. É também um canto da galáxia de Star Wars, onde o trabalho escravo, tanto humano quanto cibernético, está gerando lucros. É aqui que começa a coisa toda: Conhecemos o jovem Han (Aldern Ehrenreich) e sua amiga de infância Qi’ra (Emilia Clarke), trabalhando em Corellia e sonhando em fugir daquele lugar.

O filme é construído dessa premissa simples, e não será considerado um spoiler informá-los que a história narra como Han e seu leal co-piloyo Chewbacca (Joonas Suotamo) se conheceram, e como conseguiram a Millenium Falcon do contrabandista Lando Calrissian (Donald Glover). São eventos bem trabalhados, cheio de floreios de algo que já passado. O enredo é bem divertido, não é sério e o foco são esses três personagens.

O resto da história envolve Han e Chewie se unindo a um criminoso profissional chamado Tobias Beckett (Wood Harrelson), o que posso considerar como seu mestre ‘Jedi’ do submundo. Qi´ra também reaparece depois que ela e Han foram separados no começo do filme. Todos tem algo em comum para acabarem com Dryden Vos (Paul Bettany), o maior criminoso de sua era.

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Eu mencionei a temida palavra “spoiler” acima, mas a verdade é que quase não há nenhuma delas no filme. Claro, o enredo tem algumas reviravoltas e revela, como todos os enredos fazem, mas não há nada sobre este filme que seja algo genuinamente surpreendente, o que não é exatamente um choque, já que Ron Howard é um diretor que gosta de trabalhar seus filmes nessa métrica.

Han Solo: Uma História Star Wars – Conheça os personagens do filme

Os personagens e o elenco são divertidos. Ehrenreich aparece inicialmente como algo insípido, mas à medida que a história avança, sutilmente traz sugestões e maneirismos fugazes do Han mais velho e sarcástico. Ele não vai fazer você esquecer Harrison Ford, já que ele está interpretando Han Solo mais jovem, não o ator. Ehrenreich não é incrivelmente dinâmico, e sua química com Clarke é quase nula, mas ele desenvolve um relacionamento fácil com Chewie que é um dos mais cativantes do filme.

Glover ganhará todo um parágrafo. O homem é realmente um dos atores dessa nova geração que ganhará mais e mais os holofotes. Porém a sua interpretação de Lando ficou apenas em um cara que joga e briga por qualquer coisa. Talvez tivesse feito algo bem mais legal se ele fosse o foco da história. Não vou tão longe, Lando deveria ser o vilão desse filme. Sério, perderam a oportunidade.

Harrelson e Bettany tem um tempo bom no filme com seus papéis – o último gosta de jogar uma combinação de malevolência e frieza – enquanto Clarke é útil. O personagem e o desempenho mais elaborado do filme é o L-3, o companheiro droide de Lando dublado por Phoebe Waller-Bridge. Uma androide que luta pelos seus direitos, igualdade de gênero, isso vai gerou grandes momentos no filme.

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Um dos graves problemas do filme é que ele jogou pelas regras. The Last Jedi, gostando ou não, quebrou várias regras e isso foi um ponto positivo. Já o Han Solo é apenas um fan service de mais de duas horas disfarçado de ovo de páscoa. Embora possa dar momentos de nostalgia, o filme não impressiona.

Howard dirige bem, os efeitos e sequências são incríveis. Por outro lado, o diretor parece que está lutando em sempre deixar um filme leve, acho que poderiam colocar pitadas de cinzas no enredo. A música é boa, lembra muito John Williams.

Han Solo não é um filme ruim, apenas implacavelmente comum que não tem razão para existir que não seja para ganhar dinheiro – dados atuais contam que o filme não está fazendo a bilheteria prevista, uma situação inédita dentro da LucasFilm. Isso não abala a mitologia nem oferece nenhum investimento emocional real, mas ao mesmo tempo é engraçado, bastante rápido e, às vezes, divertido. Mas se este é o modelo para os filmes de Star Wars que estão fazendo daqui para frente está na hora da franquia deixar a poeira baixar.

Han Solo – Uma História Star Wars está em cartaz:

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.