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D&Dezembro | Open Game, Hacks e Old School.

O RPG não é totalmente dominado por grandes editoras. Embora o público foque bastante no que sai no mainstream, existem pérolas saídas de editoras menores. E existem mais pérolas que os próprios jogadores personalizam. Ou mesmo criam do nada.

O movimento Open Gaming sempre argumentou sobre a necessidade de sistemas que pudessem ser modificados, copiados e distribuídos livremente. Mais: deveria ser garantido que jogos licenciados como abertos não deveriam sofrer restrições futuras sob hipótese nenhuma.

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Embora tenha sido feito um grande esforço anteriormente com FUDGE, foi só com o lançamento da terceira edição de Dungeons & Dragons, sob a Open Gaming License, que o movimento ganhou força.

Retroclones e Old School

Conhece aquele amigo ou grupo de amigos que não tem saco para atualizações, e continuam jogando antigas edições de jogos estabelecidos?

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Eles não estão sozinhos.

Os argumentos variam e vão bem além de “no meu tempo era melhor”. Um deles é de que algo se perdeu nas transições entre edições. Alternativas sempre vinham surgindo, que preservassem esse quê especial à medida que consertavam as falhas. OSIRIC é um bom exemplo.

Isso é o Old School RPG.

The Black Hack

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Vamos focar no termo Hack?

Quando falamos dele, a gente pensa em hacker né? Do inglês, pode significar o ato de invadir ilegalmente o computador de alguém. Também pode significar cortar em pedaços.

The Black Hack pode ser visto como a segunda definição, mas com uma diferença: o corte é cirúrgico, deixando apenas o essencial: apenas vinte páginas, sem frescura, só o mínimo necessário para garantir a diversão dos envolvidos. Menos tabelas e regras complicadas, mais imaginação!

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E a chave do seu sucesso é essa: simplicidade e curva de aprendizado quase reta de tão rápida.

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Os testes e combate são todos feitos através de d20, rolados para se tirar um valor menor que o atributo chave(decididos na rolagem de 3d6) para o teste em questão. Similar a Numenera, o jogador faz todas as rolagens, tanto para atacar quanto para se defender do ataque(o mestre só narra e coloca os desafios).

E por ser conteúdo aberto, permite que suas regras sejam usadas para criar outros tipos de conteúdo(outros “hacks”, por assim dizer). Muitos fãs aproveitaram para personalizar o conteúdo para seu próprio uso. Já vi até mesmo uma versão Beat’em up, ao estilo Double Dragon, Final Fight e Streets of Rage!

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Pra quem sempre quis dramatizar esta história.

The Indie Hack

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Claro, o conteúdo aberto gerado por The Black Hack não ficou apenas nas mãos dos fãs. Algumas companhias pequenas aproveitaram para criar excelentes produtos nessa base minimalista. The Indie Hack, da Scablands Press Games, se inspira bastante em The Black Hack mas personaliza muita coisa.

A simplicidade continua. Embora mais robusto que The Black Hack(pouca coisa: o primeiro conta com vinte páginas, este conta com pouco mais de 40), mantém tudo muito simples, mas com seu toque pessoal.

Vejamos o combate. O mestre decide o desafio do personagem e o jogador rola dois dados de seis faces: um claro, que representa a dificuldade do desafio; e um escuro que representa o heroísmo do personagem. Se o resultado do dado escuro for maior, o jogador é bem sucedido.

Assim como The Black Hack, The Indie Hack também é um jogo de licença aberta e permite que jogadores possam criar seu sistema próprio baseado nele.

Uma era do Faça Você Mesmo?

Creio que jogadores sempre criaram conteúdo desde sempre, mas com ferramentas simples e amigáveis como esta, poderemos estar diante de uma era interessante para o entretenimento de mesa.

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E você? Está inspirado?

Agradecimentos à Guilda dos Mestres, principalmente pela lista de Hacks. Prometo aproveitar!

http://guildadosmestres.com.br/the-black-hack-br-repository/

Não deixem de conferir The Indie Hack em livro físico ou pdf, trazido até nós pela Fábrica Editora.

https://fabricaeditora.com.br/produto/the-indie-hack/

Formado em administração e radiologia, professor por vocação e geek de coração!