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A Saga do Monstro do Pântano – A republicação de um clássico de Alan Moore

Esse é um lançamento que vale a pena ligar pro dono da livraria diariamente pra perguntar “Já chegou?”. A fase de Alan Moore em Monstro do Pântano começou a ser publicada originalmente em 1984 na revista The Saga of the Swamp Thing. Ninguém poderia imaginar que essa obra iria revolucionar os quadrinhos juntamente como outras obras do Mago Supremo como Watchmen e Miraclemen.

A Panini relança o encadernado esse mês e traz a diferença do papel que em vez de jornal agora é lwc. Serão 6 livros que traz oito revistas americanas em cada.

Alan Moore inicia o seu arco fechando a história que havia sendo lançada até então. Porém se você não leu o arco anterior (até porque a DC não relançou isso em encadernados) não tem problema, a partir da segunda história o Monstro é reformulado visceralmente. Por isso pode-se considerar esse arco um início para esse personagem.

A história

Logo no início, o antagonista é o Doutor Jason Woodrue, o Homem Floronico, é ele quem explica a verdadeira essência do personagem. Esse é um vilão que não se limita ao clichê do cientista louco, assim como o Monstro do Pântano sua vida foi transformada num acidente de laboratório, porém a sua ligação com as plantas instaurou nele um ódio contra os “pedaços de carne que destroem as plantas” e nele é possível vossiferar as críticas a ideia de progresso destruidor do homem.

Um outro fato curioso é que nas capas originais é possível ver o selo de aprovação do Comic Code Authorid, para ter esse selo aprovado e o gibi ser acessível em várias bancas, era necessário que o autor seguisse uma série de recomendações. Esse foi um outro motivo pra deixar a obra mais admirável. Alan Moore teve que burlar as regras pré-estabelecidas ao criar uma história de terror sem os populares vampiros e lobisomens e sem que sangue fosse mostrado. Apesar disso, o gibi traz cenas de terror e um clima de tensão nos momentos certos.

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A Arte

Por fim, há uma história curta desenhada por David Lloyd.

Os desenhos de Stephen Bisssette, John Totleben, Dan Day e Rick Veitch contraria a ideia de que “o traço era bom para a época”. O gibi traz um traço elogiável em qualquer época. Como se não bastasse, o próprio enquadramento é inovador, aqui o formato dos quadrinhos é de acordo com o que a narrativa pede e faz parte da arte em vez de apenas delimita-lá.</>

Veredicto

O argumento me atraiu por fugir dos diálogos simples e diretos, porém não é uma história cansativa. Alan Moore soube trabalhar o tempo narrativo ao aprofundar-se nos momentos em que as explicações eram necessárias e acelerar nas situações de maior ação em que as sequências dos desenhos suprem a ideia de movimento e terror.

Além disso, é nesse quadrinho que um dos meus personagens preferidos estreiam: John Constantine. Não é a toa que esse é um personagem tão presente até hoje, uma cria de Moore que aparece como um coadjuvante mas com o carisma da sua personalidade antipática fez com que estrelasse a mais longeva revista do selo Vertigo, a Hellblazer. Não é surpreendente ver algo escrito por Alan Moore ser ótimo e Monstro do Pântano não foge a regra, agora é o momento de aproveitar a oportunidade e adquirir essa obra desde o início.

Sou psicólogo por profissão e um nerd em tempo integral. Eu gosto de cinema, séries, filmes, livros mas a minha paixão são as histórias em quadrinho que estão presente em minha vida desde a infância. Atualmente cismei em querer escrever, opinando sobre essa minha paixão.