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Resenha | Boruto: Naruto Next Generations n° 1

Continuação de Naruto tem um começo sólido, mostrando que Boruto, apesar de semelhante ao pai, tem um caminho ninja novo pra trilhar.

 

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Os leitores de mangá (palavra usada para designar histórias em quadrinhos feitos no estilo japonês) sempre elogiaram as tramas nipônicas por terem começo e fim, diferente dos comics americanos, que até hoje publicam histórias de heróis da década de 1930, como Superman e Batman. É dessa forma que grandes obras japonesas terminaram, apesar de seu sucesso de vendas, como Lobo Solitário, Yu Yu Hakusho, entre outros.

Porém, algumas histórias tem continuações, seja nos mangás, seja nos animes (animação japonesa). É dessa forma que Cavaleiros do Zodíaco, mesmo o mangá terminando em 1990, teve continuações e histórias que se passavam antes da saga original. Dragon Ball, que foi finalizado em 1995, também é um exemplo, já que ganhou uma continuação chamada de Dragon Ball Super recentemente, além de vários filmes e o anime da fase GT.

Ou seja, apesar da regra ser que os mangás e animes devem ter um fim, existem muitos exemplos de histórias que são continuação do trabalho original. E com Naruto, obra de sucesso de Masashi Kishimoto, não foi diferente, ganhando um anime e um mangá mostrando a próxima geração de ninjas da Vila Oculta da Folha.

Essa nova geração pode ser vista no anime Boruto, filho do protagonista original, e no mangá que a editora Panini traz ao Brasil para os fãs.

 

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Contando com 04 capítulos iniciais, o volume 01 de Boruto: Naruto Next Generations, que tem roteiro de Ukyo Kodachi e arte de Mikio Ikemoto,  começa muito bem para os leitores que já leram a obra original até o final. Porém, para o leitor novato pode espantar ao ver tantas informações que não são passadas nem mesmo por um simples glossário ao final do volume.

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A história do protagonista Boruto não é de difícil entendimento. O garoto vive à sombra do pai, que realizou seu sonho de ser Hokage (líder da Vila Oculta da Folha). A ausência de Naruto, que vive ocupado com suas responsabilidades, é sentida por Boruto, que pensa que o pai não leva a sério a família que tem. É dessa forma que o novo protagonista quer se tornar um ninja não para ser o Hokage (um contraponto com o que Naruto queria quando criança) e, sim, para desafiar o pai e ter a sua atenção. Apesar do desejo por atenção do protagonista, ele de forma alguma se torna birrento, já que os motivos para agir dessa forma são claros.

Mas Boruto não estará sozinho nessa jornada, contando com a presença da nova Equipe 07, formada por Sarada (filha do rival de Naruto, Sasuke Uchiha, e Sakura, outra integrante da Equipe 07) e o misterioso Mitsuke. Nesse primeiro momento os outros personagens não são muito trabalhados, sendo o foco principal em Boruto e a quarta parte do volume 01 mostrando o passado de Mitsuke, mas a presença de diversos personagens da trama original fazem a alegria dos fãs antigos, já que os novos podem ficar bem perdidos aqui.

 

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O que faz falta nesse volume são vilões ou uma rivalidade de peso que guie a trama, como era entre Naruto e Sasuke. Porém, essa falta de antagonistas pode ser temporária, já que é mostrado em pequenos trechos alguns vilões com grande potencial para o futuro. inclusive na quarta parte, onde o passado de Mitsuke é mostrado, um antigo vilão de Naruto surge para alegria dos fãs veteranos.

Quantos aos desenhos, Ikemoto emula diretamente o estilo original de Kishimoto, afinal, o mesmo foi um dos colaboradores originais de Naruto. As cenas de ação e a caracterização dos personagens são boas, mantendo a linha do mangá original.

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A edição da Panini, infelizmente, optou por usar de papel jornal para a publicação brasileira. É uma pena, já que a Gold Edition de Naruto (que tem preço inferior ao volume 01 de Boruto) usa de papel melhor e com maior durabilidade. Mas o que mais faz falta na edição brasileira é um glossário que sempre esteve presente nos mangás da editora, contando o significado dos golpes ou explicações de alguns nomes. É um extra que faz falta em uma trama que sucede um mangá que já possuía muita informação, podendo o leitor novo não saber o que é um jutsu, senin, sharigan, entre outros termos.

Contando com um começo sólido, um protagonista com motivos válidos e vários coadjuvantes interessantes, o volume 01 de Boruto ainda falha em não mostrar uma ameaça relevante, mas mostra rapidamente o que pode vir. Infelizmente, esse volume 01 faz a alegria apenas dos fãs da obra original, já que o leitor novato ficará perdido com tantas informações que não são passadas a ele, nem mesmo através de um trabalho de glossário que a Panini anteriormente colocava em seus mangás.

 

 

FICHA TÉCNICA

Lançamento em agosto de 2018.

Número de páginas: 208.

Formato: 13,5 x 20 cm.

Lombada quadrada.

Preço de capa: R$ 21,90.

 

 

Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.