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Resenha: O espetacular Homem-Aranha 16 – A conspiração do clone

Clones. Uma palavra que faz os leitores gelarem de medo  quando envolve o Homem-Aranha, já que conhecem a turbulenta história do personagem com as muitas cópias feitas na década de 1990.
A saga do clone publicada pela Marvel Comics na década de 1990 consumiu anos das revistas do amigão da vizinhança, substituiu Peter Parker por Ben Reilly e possui mais furos no roteiro do que um queijo suíço.

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Propriedade Marvel Comics. Arte de Mark Bagley.

Sabendo da verdadeira antipatia dos fãs pela saga do clone da década de 1990, a Marvel gostaria de enterrar esse assunto, correto? Se depender do escritor Dan Slott, desde 2008 no título do Aranha, não.
É dessa forma que temos a saga do clone dos anos 2000: Conspiração do Clone.
A saga em si começa na edição de número 16 do título mensal O Espetacular Homem-Aranha (100 páginas, formato americano,17 x 26 cm, colorido, lombada com grampos), mas sua preparação vem de várias edições anteriores. O que ocorreu foi que os tie-ins envolvendo o Aranha na mega saga Guerra Civil 02 foram publicados nas edições 12, 13, 14 e 15 do título mensal, fazendo com que Conspiração do Clone só fosse lançada agora.
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Propriedade Marvel Comics. Ate de Jim Cheung

A edição 16 é formada pelas duas primeiras partes da saga Dead No More: The Clone Conspiracy, por uma edição de Amazing Spider-man (20), que faz parte da saga, e pelo título Spider-man (11), o qual tem as aventuras do aranha Miles Morales e não se envolve em Conspiração do Clone.
Os desenhos da saga ficam por conta de Jim Cheung e, nesse momento, pode-se dizer que essa nova saga do clone é melhor desenhada do que a da década de 1990, época conhecida pelos exageros anatômicos dos personagens. O traço de Cheung é leve e dinâmico, fazendo as cenas de ação e de página dupla serem muito bonitas. Infelizmente, o desenhista escorrega muito nas expressões faciais e nos rostos dos personagens, já que todos parecem ter a mesma fisionomia facial (e não adianta botar a culpa dizendo que todo mundo na história é clone!).
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Propriedade Marvel Comics. Ate de Jim Cheung

Desenhando a história entre a parte 01 e 02 de Conspiração do Clone, Giuseppe Camuncoli faz um trabalho decente na arte do título Amazing Spider-man. O desenhista é parceiro de longa data de Slott no título do Homem-Aranha, e o fã que acompanha o teioso desde Superior Homem-Aranha deve estar acostumado com seu traço.
As capas das edições ficam por conta de Alex Ross, famoso desenhista americano, e Grabiele Dell’Otto.
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Propriedade Marvel Comics. Arte de Grabiele Dell’Otto

Em relação ao texto de Dan Slott o que pode ser dito é que o escritor mantém a média de escrita para com o personagem. O escritor é competente em fazer as tramas se desenvolverem, afinal, não teria conseguido ficar em um título tão importante por 10 anos se não conseguisse, mas em Conspiração do Clone há um excesso de informações que são desenvolvidas e jogadas para o leitor casual.
Dessa forma, se o leitor já acompanha a fase de Dan Slott desde Superior Homem-Aranha está familiarizado com o destino do Doutor Octopus, a relação de Peter com o Gatuno, a importância do lema ninguém morre que o personagem adotou como estilo de vida, junto com grandes poderes trazem grandes responsabilidades.
Porém, para o leitor casual, Conspiração do Clone é uma verdadeira salada de informações jogadas de forma muito abrupta. O mote da saga é que o vilão Chacal, também responsável pela saga do clone na década de 90, está usando a empresa de fachada VC para produzir clones e trazer falecidos personagens do universo aracnídeo de volta. Porém, esse Chacal não se mostra um inimigo do Homem-Aranha inicialmente, tentando trazer o personagem para seu lado, através das Indústrias Parker.
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Propriedade Marvel Comics. Ate de Jim Cheung

O excesso de informação na trama só piora ao misturar a história de clones com personagens de universo paralelos, fazendo menção direta a Aranhaverso, outra saga escrita por Slott.
E pior, a história contada na edição 16 não fica contida apenas ao título O Espetacular Homem-Aranha, pois ramificações ocorrem em outro título publicado pela Panini Comics do teioso, Homem-Aranha: Aranhaverso, dificultando mais ainda a compreensão de uma saga que já conta com muitos elementos a serem desenvolvidos.
Mostrando ser uma história mais concisa, mesmo com o excesso de informações que a saga atual trás, do que a saga do clone publicada na década de 1990, Conspiração do Clone só funciona para os leitores de longa data que acompanham a passagem de Dan Slott no título do Homem-Aranha, pois, como saga individual, é uma confusão de fatos que deixam o leitor mais confuso ainda.

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Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.