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Resenha | Superman As quatro estações

Em comemoração aos 80 anos do Superman, a editora Panini lança uma das suas histórias mais tocantes e que fazem lembrar como o maior herói de todos é o mais humanos dos personagens da DC.

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A dupla Jeph Loeb e Tim Sale é conhecida pelos fãs de quadrinhos por produzir histórias para a DC que marcaram a década de 1990, como Batman O Longo Dias das Bruxas. A mesma equipe criativa cuidou de vários projetos para a Marvel Comics como Demolidor Amarelo, Homem-Aranha Aziul e Hulk Cinza nos anos seguintes.

Os dois artistas quando trabalham juntos tem uma característica bem marcante: mostrar o lado humano dos super-heróis. Seja desenvolvendo o romance entre Bruce Wayne (Batman) e Selina Kyle (Mulher Gato) ou até mesmo mostrando os dramas de Peter Parker (Homem-Aranha) e sua falecida namorada Gwen Stacy. Vendo por esse lado, Loeb e Sale encontraram no Superman o personagem perfeito para desenvolver o lado humano do mesmo, pois o herói é visto muitas vezes como desinteressante por ser praticamente invulnerável fisicamente.

Em Superman As Quatro Estações, acompanhamos não só o herói, mas seu alter ego Clark Kent nos momentos de maior mudança em sua vida. Separado por 04 capítulos (Primavera, Verão, Outono e Inverno), a história aborda o personagem em diferentes fases, sempre narradas por alguém relacionado ao Superman e a Clark Kent.

 

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É dessa forma que Jonathan Kent, o pai do herói, narra o desabrochar de Clark Kent na passagem da Primavera, contando os anos em que viveu no interior americano, na cidade de Smallville. A rival, e futura esposa, Lois Lane expõe seu ponto de vista sobre a chega do Superman à Metrópoles, na passagem do verão, onde o mesmo se apresenta como o salvador da cidade. O rival e vilão Lex Luthor, no Outono, começa a pôr em dúvida o papel do herói na cidade, mostrando que nem tudo pode ser resolvido com força bruta e punhos. E, por último, Lana Lang, o primeiro amor de Clark, narra como foi a separação do herói e como é viver longe do mesmo, já que ainda vive em Smallville.

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É inegável o tom sentimental da história, mostrada por diversos pontos de vista. E são essas diferentes interpretações que não deixam a narrativa cair em uma trama sentimentaloide. O texto de Loeb é eficiente ao dar voz e personalidade a cada pessoa que teve sua vida tocada pela presença do herói, fazendo com que o seu Superman seja verdadeiramente um simbolo de paz e esperança. E, por tratar também dos primeiros anos do personagem, o autor acerta mais o tom humano de Clark Kent do que John Byrne fez na década de 1980, com O Homem de Aço, por exemplo.

 

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Se o texto de Loeb é eficiente ao mostrar os primeiros anos e a passagem de tempo, o principal destaque dessa saga em quatro partes é Tim Sale. O artista acerta no ponto ao emular o estilo do pintor americano Norman Rockwell (que é citado pelo próprio desenhista nos agradecimentos), famoso por retratar o estilo de vida americano através das pequenas cidades. A Smallvile de Sale é a típica cidade interiorana, com suas fazendas e comércios, lembrando muito as retratadas em filmes que homenageiam as décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. As cenas compostas pelo desenhista, muitas delas em páginas duplas, gerariam verdadeiros quadros, com seus detalhes e cores. Cores essas que brilham devido ao talento de Bjarne Hansen, Jose Villarrubia e Mark Chiarello).

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É verdade que as cenas em Metrópoles não são tão bonitas quanto as que se passam em Smallvile. Porém, as cenas de ação e o movimento entre quadros não deixam a qualidade da obra cair.

 

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Cabe destacar o trabalho da Panini no lançamento do encadernado de Superman As Quatro Estações, que traz a obra em formato capa dura, depois da publicação original pela editora Abril em 1999 e do encadernado da Panini em capa mole em 2006. Na revista, vimos os belos desenhos de Tim Sale que mostram desde a infância de Clark Kent até a noite do baile com Lane Lang, compondo um lindo porta retratos. A editora, também, publicou no encadernado dois contos que não compõe a história original, mas foram feitos pela dupla Loeb e Sale para o Superman. O primeiro, A História de Sam, é um emocionante conto que presta homenagem ao falecido filho de Jeph Loeb, que morreu devido a um câncer na adolescência. E o segundo é Quando Clark conhece Bruce. Uma história curta sobre a rápida passagem de um Bruce Wayne criança pela pacata Smallvile. Esses dois contos, mesmo não fazendo parte da trama principal, só acrescentam à história sendo contada até ali, sendo um acerto da editora colocá-los no encadernado.

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Ainda está presente no encadernado 03 cards desenhados por Tim Sale. São imagens de As Quatro Estações que a editora Panini trouxe em separado para homenagear os 80 anos do Superman.

 

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É inegável que um personagem de 80 anos tenha tanto histórias ruins quanto boas. Porém, dessas história sempre se destacam aquelas que conseguem entender o herói em seu interior, mostrando o que o mesmo significa para aqueles que o cercam e para os leitores. Superman As Quatro Estações é uma delas, seja no seu roteiro que entende o herói e quem o cerca, seja pelos lindos desenhos que compõe esse trabalho do maior herói de todos os tempos.

Superman: As Quatro Estações - Panini

Ficha técnica:

Número de páginas: 228

Formato: (19 x 28 cm)

Capa dura

Lançamento em maio de 2018

Preço de capa: R$ 74,00

Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.