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Quem é o Homem de Aço moderno? Parte 02 – Geoff Johns, Gary Frank e Grant Morrison

NO ANIVERSÁRIO DE 80 ANOS DO SUPERMAN, O NERDPOINT CONTINUA A ABORDAR AS ORIGENS RECENTES DO HOMEM DE AÇO.

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Obs: A presente análise não é centrada em debater todas as origens do personagem desde sua criação por Joe Shuster e Jerry Siegel, em 1938, mas, sim, destacar o que foi feito com o Superman nos últimos 30 anos e que influência as muitas origens tem até os dias atuais. A ordem de apresentação das origens do personagem não estão classificadas da melhor para a pior, sendo a apresentação feita pela ordem cronológica dos lançamentos. O leitor pode clicar aqui para ler a primeira parte dessa análise.

03 – Superman Origem Secreta, por Geoff Johns e Gary Frank
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Lançada originalmente nos Estados Unidos em 2009, sendo publicada no Brasil entre as edições Superman 90 e 95 pela Panini Comics, esta origem do Superman foi publicada com menos de 05 anos da publicação O LEGADO DAS ESTRELAS, de Mark Waid e Leinil Francis Yu, que também trazia um novo ponto de partida para o último filho de Kripton.
Sob o comando do escritor Geoff Johns, que na época vinha de um megassucesso com os Lanternas Verdes, ao escritor foi dado a oportunidade de recontar os primeiros anos do Superman/Clark Kent. E muita coisa mudou, ou voltou, dependendo o ponto de vista do leitor.
Desde a década de 80, com HOMEM DE AÇO de John Byrne, muitos elementos da mitologia do herói foram retirados após a saga CRISE NAS INFINITAS TERRAS. Tais como o contato do jovem Clark Kent com a Legião dos Super-heróis. Johns faz questão de trazer a Legião para o seio da origem do Superman.
Porém, se o leitor pensa que o escritor homenageará apenas a Era de Ouro e de Prata das histórias em quadrinhos ele está enganado. Talvez, o maior elogiado nessa história toda seja o Superman de Christopher Reeve, imortalizado no filme de 1978.
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Muito disso se deve aos lindos desenhos de Gary Frank, que é responsável por todas as edições da minissérie. Dessa forma, temos um Superman visualmente mais parecido com Reeves, uma Fortaleza da Solidão, lar do herói, semelhante ao filme de 1978 e diversas homenagens ao filme mais querido do Superman (lembrando que Johns, no começo de carreira, trabalhou para Richard Donner, o diretor do longa original).
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Mas Origem Secreta não é uma mera história de homenagem ao passado. O texto acompanha a trajetória do herói com um ponto de vista mais humano, o de Clark Kent. Dessa forma, a leitura se torna extremamente eficaz, apresentando a amizade com Jimmy Olsen, o contato com Lois Lane, os planos de Lex Luthor, que é uma mistura de cientista louco da era de ouro com o mafioso da fase Byrne, a origem dos vilões Parasita e Metallo, o deslumbramento de Clark com os heróis do futuro da Legião dos Super-heróis e a esperança que o Superman trouxe a cidade de Metrópolis, fazendo com que os cidadãos olhem para o céu e se sintam motivados.
Misturando elementos novos com antigos, Origem Secreta pode ser lido sem qualquer contato com a cronologia do personagem, pois é extremamente eficiente em apresentar ao grande público um Superman moderno e clássico ao mesmo tempo.
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A Panini publicou o encadernado da história em 2013. Infelizmente, encontra-se esgotado.
04 – Superman Novos 52 de Grant Morrison
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Em 2011 a editora DC Comics decidiu reiniciar toda a sua linha de super-heróis, colocando-os em um novo universo que só teria 05 anos desde a aparição do primeiro ser poderoso. Essa seria a DC sob o selo Novos 52. Para cuidar da nova origem do Superman a editora chamou o escocês Grant Morrison, que há pouco tinha escrito All Star Superman, uma das mais aclamadas histórias do herói nos últimos tempos.
Morrison desde o começo deixou claro que esse Superman seria uma volta aos conceitos criados por seus criadores Joe Shuster e Jerry Siegel lá em 1938. E muito seria mudado também. Saem as roupas de super-herói e entram o jeans e as botas de trabalhador operário. Nas palavras do próprio Morrison“Quero resolver alguns dos problemas que surgiram em torno do personagem. As pessoas perguntam: ‘Por que diabos ele se veste assim?’ Quero tornar o Superman mais contemporâneo. Vamos mudar sua aparência, suas roupas e seu comportamento. Ele vai ser mais o Superman que apareceu em 1938 – mais ativo socialmente e campeão dos oprimidos” .
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E o escritor conseguiu isso. Por pouco tempo, infelizmente. Logo, o Superman do povo e que cuida dos oprimidos dá lugar às tramas mais científicas e piradas, marca registrada do autor. Entram em cena invasões alienígenas, uniforme tecnológico, tramas envolvendo o multiverso e batalhas contra duendes da quinta dimensão.
Há muitos elementos para montar no grande quebra cabeça dessa nova abordagem do Homem de Aço. O escritor escocês se preocupa mais com a origem do personagem nas 8 primeiras edições, deixando as 10 finais para concluir seu trabalho no título.
Nessa nova abordagem, Papai e Mamãe Kent estão mortos, Clark chega em Metrópolis e precisa lutar primeiro contra as desigualdades sociais, trazendo esperança para o povo, Lex Luthor é retratado como um cientista louco e bobalhão, longe daquela abordagem séria de John Byrne.

Acompanhando Morrison nessas histórias estão os desenhistas Rags Morales e Andy Kubert. Os dois fazem um trabalho competente, mesmo com alguns desenhos feitos as pressas por Morales.
A origem de Grant Morrison para o Superman dos Novos 52 talvez seja a mais confusa de todas, a contar desde HOMEM DE AÇO de John Byrne na década de 1980. Com muitos elementos sendo trabalhados ao mesmo tempo, talvez, essa abordagem afastaria leitores que não são familiarizados com o escritor. Porém, isso não torna a história ruim, apenas não tem a linearidade das origens anteriores do personagem, fazendo com que a leitura se torne um grande quebra cabeça a ser montado para ser compreendida.
A editora Panini publicou toda a fase de Morrison nas mensais Superman Novos 52, da edição 01 a 18 do título. Em 2015, a editora lançou Superman À Prova de Balas, reunindo todas as edições dos Novos 52 da fase Morrison com o Superman.
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Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.