Quem poderia imaginar que os personagens criados por Maurício de Sousa há mais de 50 anos renderiam histórias fechadas tão boas, com novas abordagens através de artistas brasileiros competentes? Quem imaginaria que seriam lançados títulos como CHICO BENTO: PAVOR ESPACIAR; MÔNICA: LAÇOS; PITECO: INGÁ; PENADINHO: VIDA; CHICO BENTO: ARVORADA? Como personagens que fizeram parte da infância de muitos adultos poderiam ter abordagens que trariam histórias para conquistar o público de todas as idades?
Se o leitor teve a oportunidade de comprar em outubro de 2012 ASTRONAUTA: MAGNETAR, de Danilo Beyruth, já sabia as respostas de todos os questionamentos acima.
Contando com um excelente roteiro de ficção científica, o autor paulista entrega ao leitor, seja ele de quadrinhos ou que nunca tenha pego um gibi para ler, um texto emocional, que aborda quem e o que faz o Astronauta, personagem criado por Maurício de Sousa em 1963, e uma arte deslumbrante.
Mas o trabalho do autor não para por aí, já que é respeitado a principal característica do Astronauta, a sua eterna solidão. Esse quadrinho é como um belo filme da produtora americana PIXAR: na superfície é feita para crianças, mas atinge em cheio os adultos, mostrando uma carga emocional para sensibilizar qualquer marmanjo.
Com o sucesso da empreitada, foi lançado em dezembro de 2014 a continuação da história, ASTRONAUTA: SINGULARIDADE.
Mantendo a qualidade dos desenhos, essa é a continuação direta do volume anterior, demonstrando que o autor busca dar continuidade aos trabalhos realizados no volume anterior. Com o sucesso da empreitada MSP, o público já sabia que viria um trabalho de excelente qualidade. E, sim, o álbum é excelente, mas inferior ao primeiro.
Utilizando mais das cenas de ação, SINGULARIDADE não tem a profundidade que MAGNETAR, apesar de ser uma boa história, com os pés em fatos científicos acerca de um buraco negro.
Com personagens já bem construídos e a história já bem estabelecida, em dezembro de 2016, Danilo Beyruth lançou a sua terceira parte na história do viajante do espaço solitário, ASTRONAUTA: ASSIMETRIA.
Unindo a carga emocional de MAGNETAR, com as cenas de ação de SINGULARIDADE, aos leitores é apresentado um dos quadrinhos mais completos da coleção MSP. Primeiramente, por adotar as suas raízes de histórias em quadrinhos, já que presta homenagem ao grande Jack Kirby (criador da Marvel, ao lado de Stan Lee), traz temas como deuses espaciais, realidades alternativas e cenas de ação que nada devem ao mercado americano. Mas o que chama maior atenção ao leitor é que ASSIMETRIA, ao contrário dos dois primeiros volumes, clama por uma continuação urgente, já que o leitor termina a leitura com falta de ar, querendo saber como serão as próximas aventuras de Astronauta Pereira e com o que Danilo Beyruth vai presentear o leitor no próximo volume.
Pessoalmente, eu espero que ele encontre Ritinha.
PS: Mesmo as edições sendo lançadas em 2012, 2014 e 2016, todas elas são de fácil acesso, bastando acessar os inks para compras na Amazon:
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