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Resenha | Graphic MSP: Astronauta – Entropia (Danilo Beyruth)

Danilo Beyruth

Quarto encadernado da saga do Astronauta na coleção MSP não aguenta o peso da narrativa do volume anterior, sendo Entropia o volume mais fraco até aqui, abandonando as reflexões e emoções do personagem para apresentar ao leitor uma história cheia de clichês e com um vilão genérico.

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Para aqueles que são leitores de quadrinhos, ou até quem passa por um banca e presta atenção nos títulos ali presentes, a coleção de graphic novels MSP não é mais um mistério, sendo um título sólido, que reúne os personagem criados por Maurício de Sousa em uma roupagem mais adulta, mas sem esquecer suas essências, sendo feita pelos melhores nomes que o mercado brasileiro pode oferecer.

Tendo passado pela Turma da Mônica, pelo Cebolinha, pelo Piteco (mais de uma vez) e até pelo Capitão Feio, a coleção MSP é sinônimo de qualidade de quadrinhos no Brasil.

O ponta pé inicial para isso se deu lá em 2012 com o primeiro Astronauta produzido por Danilo Beyruth. Tendo lançado MAGNETAR, SINGULARIDADE e ASSIMETRIA, sendo os 3 bastante elogiados, é uma pena que no quarta volume (ENTROPIA) o roteirista tenha entregue uma história tão fraca e cheia de clichês.

Astronauta-Entropia

Não que a história seja ruim. Mas que ela caberia melhor se o título Astronauta fosse uma mensal e não uma edição especial é uma verdade que o leitor pode conferir ao final dessa história.

Depois de um gancho angustiante na última edição, quando o Astronauta, ao encontrar ele mesmo e a sua família de outra realidade, se vê com sua filha de outra dimensão presa ali com ele, encontramos os dois perdidos pelo espaço, vagando até serem puxados por um força gravitacional que formou um cemitério de naves no meio entre duas estrelas.

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Ao serem tragados contra sua vontade até lá, terão que entrar em uma guerra entre os sobreviventes das naves ali presentes se quiserem sair vivos.

Como falei, a trama não é ruim, apenas cai nos clichês de histórias de personagens que se vêem perdidos no espaço e tem que lidar com os sobreviventes locais.

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Beyruth até usa esse momento para estabelecer a relação entre o Astronauta e sua filha. É uma pena que até isso seja mais um clichê, já que ele passa bastante tempo tentando protegê-la, enquanto ela afirma já saber se cuidar, até o momento que ela provará que é digna de confiança.

Até a presença de uma femme fatale se faz presente, seguindo a linha de, primeiro, ser uma antagonista para, depois, ser uma aliada.

Isso sem falar no vilão da trama que, logo mais, descobriremos ser o causador do acidente que levou o Astronauta para aquele cemitério de naves.

Os clichês se acumulam em Astronauta – Entropia, fazendo com que esse encadernado pareça sofrível perto de MAGNETAR ou ASSIMETRIA, sendo estes os pontos altos até aqui.

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Mas a arte de Danilo Beyruth compensa tudo isso. Pode até ser clichê a trama, mas é bem contada, ágil e com belos desenhos. As cenas de ação são de prender a atenção do leitor devido à sua qualidade.

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Sobre a edição em si, a mesma mantém o elevado padrão estabelecido pela coleção graphic novel MSP até aqui. Contando com esboços, desenvolvimento de páginas e personagens, passo a passo da escolha da capa, além de um texto para contextualizar o personagem original criado por Maurício de Sousa, os extras da MSP não são para encher linguiça, sendo utilizados para enriquecer o que lemos no encadernado.

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Deixando de lado o forte apelo emocional dos últimos volumes e não sabendo aproveitar o bem o interessante gancho da história anterior, Astrounauta – Entropia se perde em uma trama que abusa do clichê, não fazendo jus às suas edições anteriores.

Ficha Técnica

  • Capa mole e capa dura, lombada quadrada, com 100 páginas;
  • Editora Panini;
  • Lançamento em dezembro de 2018;
  • Preço de capa: R$ 41,90 (capa dura) / R$ 31,90 (capa mole);
  • Tamanho: 19 x 26 cm cm (capa dura)  / 19 x 27,5 (capa mole).
Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.