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The Batman: Quadrinhos que Matt Reeves precisa adaptar para o cinema

(DC Comics)

Quase dois anos desde que Matt Reeves foi anunciado pela primeira vez como o diretor oficial do filme solo do Batman, saiu alguma coisa real sobre o filme. Primeiro, Reeves conversou com o site The Hollywood Reporter sobre que tipo de filme do Batman ele queria fazer, e logo em seguida, o site Deadline lança a bomba que Ben Affleck não estaria mais envolvido no projeto, com WB agora com a intenção de escalar um ator mais jovem no papel.

Com lançamento previsto para 2021, este novo filme de Batman mostrará o Cavaleiro das Trevas no início de sua carreira combatendo o crime, com Reeves particularmente interessado em mostrar os elementos noir do personagem especificamente. Isso é realmente emocionante de saber, especialmente desde que, pela própria admissão do diretor, a maioria dos filmes do Batman realmente se desviaram desse aspecto do personagem, todo mundo não queria assistir a um filme mostrando um Batman como o maior detetive do mundo? Pois agora teremos.

Depois de algumas especulações que o filme seria baseado no quadrinho Batman: Ano Um, o próprio Matt Reeves comentou que não seria apenas dessa história, mas que na verdade, ele só está pegando elementos desse e de outros quadrinhos, fazendo algo totalmente novo.

Então, que quadrinhos o diretor deve procurar? Batman tem diversos arcos incríveis e que dariam ótimos filmes, mas se formos basear apenas quadrinhos que abordam o seu lado detetive, as escolhidas foram essas:

Um Conto de Batman: Gothic

 

Gothic 6
(DC Comics)

Quadrinho de 1987 que chegou no Brasil nos anos 90 e que foi a porta de entrada do lendário Grant Morrison no universo do Batman. É um dos seus melhores trabalhos ao lado do artista Klaus Janson e fez parte da famosa coleção Batman: Lendas do Cavaleiro das Trevas.

Gothic centrou-se em torno de uma figura do passado da máfia de Gotham retornando e assassinando cada membro de famílias de mafiosos rivais. Quem sobrevive pede ajuda ao Batman, que concorda com relutância, e um jogo brilhante de gato e rato. Bruce tem que usar todo o seu conhecimento investigativo para descobrir o culpado responsável, mas não antes que ele também tenha revelações sobre seu passado.

Gothic é um grande conto e incorpora a maioria, se não todos, dos elementos de que Reeves falou em sua entrevista. O quadrinho mostra Batman como um detetive, coisa que acontece até bem cedo na sua vida de vigilante noturno e desenvolve o personagem no processo. É um quadrinho que a Panini deveria relançar também. É uma obra incrível.

 

Batman – Ego

 

(DC Comics)

Publicada originalmente em Batman: Ego (2000)/2000 – Batman no início de sua carreira tem que lidar com seu maior inimigo ate então: ele mesmo. Suas dúvidas lentamente cedem lugar diante da pressão de carregar o manto de seu alter ego, o Cavaleiro das Trevas.

Batman Ego é do lendário Darwyn Cooke, o escritor / artista foi um dos principais artistas da DC, comandando inúmeras histórias antes de seu trágico falecimento em 2016, e Ego é absolutamente uma de suas melhores obras.

Como dito acima, esse quadrinho é um intrincado e complexo estudo da psicologia por trás do personagem de Bruce Wayne. Coisa que pode ser usado no filme solo dirigido pelo Matt Reeves. Essas perspectivas já são usadas em algumas séries animadas, jogos, mas nunca no cinema: A máscara que esconde o Batman. Onde esses personagens (Bruce e o homem que veste a máscara para combater o crime) eram vitais para o vigilante da noite de Gotham, e que, tirando um deles, o personagem simplesmente não seria o mesmo. Batman: Ego continua a ser a exploração mais abrangente da psicologia de Bruce Wayne e fornece o modelo perfeito para lançá-lo no filme.

Noite de Trevas: Uma História Real do Batman

 

(DC Comics)

Nos anos 1990, Paul Dini tinha uma carreira em ascensão escrevendo para os desenhos incrivelmente populares como Batman: A Série Animada e Tiny Toons. Era uma fase áurea para roteiristas de televisão, e Dini e seus amigos autores estavam na vanguarda dos holofotes de Hollywood. Em uma noite, tudo mudaria.

Caminhando para casa num fim de noite, Dini foi cercado e cruelmente espancado. Com vários ossos quebrados e o rosto destruído, Dini passou por um processo árduo de recuperação, dificultado pelas excentricidades dos vilões imaginários sobre os quais escrevia para a televisão, incluindo o Coringa, Arlequina e o Pinguim. Mas apesar de ser uma situação desoladora, ou talvez por causa disso, Dini também imaginava sempre o Batman ao seu lado, constantemente incentivando-o durante os seus momentos mais sombrios.

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Embora a maioria das pessoas conheça o Cavaleiro das Trevas como o ícone perseverante de justiça e autoridade, nesta história surpreendente, vemos o Batman sob um novo olhar. Não mais como o vingador noturno, mas como o salvador que ajudou um homem abatido a se recuperar mentalmente de um ataque brutal que o deixou incapaz de enfrentar o mundo.

É uma história fantástica, e mesmo que apenas um mistério acabe inspirando elementos do filme de Reeves, vai ser ainda uma boa fonte de inspiração. Paul Dini é um cara que respeito muito.

 

Corte das Corujas

 

(DC Comics)

 

Gotham é uma cidade cheia de mistérios e não existe ninguém que conheça todos os seus segredos. Um dos segredos mais bem guardados da cidade é uma organização secreta conhecida por Corte das Corujas.

Este grupo foi criado apenas em 2011 por Scott Snyder e desenhada por Greg Capullo, mas um ano antes de estrearem nos quadrinhos, a sua influência já se fazia sentir através de várias referências à Corte das Corujas nas HQs do Batman. É uma organização secreta que exerce a sua influência em Gotham há várias centenas de anos, toda a cidade foi moldada por este grupo. Com o objetivo de derrotar todos aqueles que tentassem se colocar no seu caminho, a Corte possuía um grupo de assassinos altamente treinados que tinha o nome de Garras.

Com a missão de conseguir novos membros para o Garras, a Corte das Corujas escolhia os jovens mais atléticos do Circo Haley. Este circo foi o lar dos Grayson’s Voadores durante muitos anos e na realidade Dick Grayson esteve muito perto de ingressar no grupo de assassinos, se não tivesse Bruce Wayne adotado o jovem.

Apesar da identidade dos seus membros permanecer em segredo, se sabe que a Corte das Corujas é composta pelos filhos e netos das pessoas mais poderosas e ricas de Gotham.

Particularmente é uma história que gosto muito, nela vemos um Batman descobrindo a conspiração fazendo o papel de detetive, além de um elemento adicional de horror psicológico que foi adicionado em boa medida. É a história mais pedida pelos fãs do Batman para uma adaptação ao cinema, mas como não existe um Vilão, seria mais interessante pegarem os elementos dessa história incrível. Eu recomendo lerem.

Batman: Lendas do Cavaleiro das Trevas

 

(DC Comics)

 

Batman – Lendas do Cavaleiro das Trevas, que a Panini publicou foi uma ideia de trazer a coleção e resgatar histórias do Batman ilustradas por grandes artistas como Neal Adams, Alan Davis, Jim Aparo e Marshall Rogers – cada um deles imprimiu sua marca no modo de representar o herói que influência, até hoje, as novas gerações de artistas.

A coleção deu também carta branca aos criadores para escreverem e desenharem o que quiser que mergulharam nas características clássicas do personagem, com nomes como Morrison, Doug Moench e Denny O’Neil, todos tendo contribuído com histórias incríveis a lenda.

Reeves poderia seriamente passar dias vasculhando essa coleção e encontrar histórias que falam sobre elementos específicos do Batman.

 

The Black Mirror

 

hq - batman: the black mirror
(DC Comics)

The Black Mirro é escrito novamente por Scott Snyder onde ela dá todo um destaque ao Dick Grayson, em vez de Bruce. A história se passa logo após os acontecimentos de Crise Final, colocando um espelho na frente do ex-Robin e analisa a relação do personagem com a identidade do Batman e com seu legado. É um dos melhores momentos do Snyder escrevendo esse universo.

A história tem tudo que poderia ser usado no cinema, desde Dick descobrir um leilão que vende artefatos sombrios como o Pé de Cabra que matou Jason Todd, além de mais revelações sobre o passado de Bruce Wayne. É realmente uma história perfeita do Batman, proporcionando arrepios, mistério e emoção ao mesmo tempo exalando uma atmosfera que todo mundo sonha assistir no cinema.

Batman – O Longo Dia das Bruxas

 

(DC Comics)

É meu quadrinho preferido. Merece até uma resenha dentro dessa lista.

Batman: O Longo Dia das Bruxas – parte 1 e Batman: O Longo Dia das Bruxas – parte 2, da Coleção de Graphic Novels da DC Comics, conta uma história dos primórdios do Morcegão. Trata-se de um roteiro que se passa após “Batman Ano Um”, onde Bruce Wayne vai se confrontar com um assassino em série que se intitula Feriado. Motivo: ele extermina mafiosos da cidade em datas comemorativas, sendo a primeira morte coincidindo com o Halloween.

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Jeph Loeb conta aqui uma das melhores histórias do Cavaleiro das Trevas, tanto que Christopher Nolan se inspirou neste arco para criar “Batman Begins” e “Batman Cavaleiro das Trevas”, com referências a todo o momento. Vemos Batman, Harvey Dent (antes de se tornar Duas Caras) e Gordon fazendo um acordo para deter Feriado e acabar com a Máfia que comanda a cidade. Vemos a mulher-gato sendo ambivalente. Vemos a famosa rivalidade entre Falcone e Maroni, mostrada na série de tv “Gotham”. E vemos como o promotor de justiça se tornou um dos maiores vilões do morcegão. E a história te leva o tempo inteiro a tentar descobrir quem é Feriado, o vilão principal, e mesmo que pareça que será algo previsível, você se surpreende com o final. Durante toda a investigação, Batman irá se deparar com várias figuras carimbadas de Gotham: Coringa, Espantalho, Charada, Solomon Grundy, Hera Venenosa, dentre outros vilões. E nada de forma aleatória e sem nexo: tudo amarrado dentro da trama.

A desvantagem que vi da leitura desse épico do homem-morcego está exatamente no diferencial da Graphic Novel: sua arte. Tim Sale fez um trabalho estilizado que remete a um estilo Noir, utilizando uma paleta com cores lavadas, tons em sépia, difusos e utilizando do preto e branco nos momentos dos assassinatos. E minha dificuldade foi essa. Durante os quadros, inicialmente, achei os personagens comuns tão parecidos que não conseguia diferenciar Bruce Wayne, por exemplo, de outras pessoas como Harvey Dent e os mafiosos que apareciam. Mais tarde, depois que você se acostuma com os traços, consegue diferenciar melhor. Vilões como Hera Venenosa ficaram extremamente super caracterizados, o que tornou algo carnavalesco: parece muitas vezes que a moça estava cercada por confetes verdes. A roupa da mulher-gato também ficou bem estranha. Já o trabalho em relação ao próprio Batman ficou impecável.

“O Longo Dia das Bruxas” é um dos contos mais famosos, populares e épicos do homem-morcego de todos os tempos. Leitura obrigatória e mais que recomendada e poderia ser brilhante essa história ir para o cinema no dia 31 de Outubro. Consegue imaginar?

 

Batman e os Homens-Monstro

 

(DC Comics)

Batman e os Homens-Monstro foi uma minissérie em seis edições mensais publicadas entre novembro de 2005 e abril de 2006 com parte de um arco maior de Wagner chamado de Dark Moon Rising e que continuaria – e seria encerrado – com Batman e o Monge Louco. O título pode afastar muita gente da leitura, pois deduzirão que é uma história boba, fantástica demais para a realidade atual mais sombria do Homem Morcego. E, de fato, faz sentido. Mas o título, apesar de não ser nada criativo, pois basicamente descreve o coração da trama, é muito apropriado dentro do conceito que Wagner quis imprimir à sua mini: a de uma publicação no estilo pulp, dos anos 40. E ela é muito mais densa do que o título dá a entender e definitivamente merece figurar na prateleira de honra dos fãs de Batman.

Wagner trabalha muito bem os eventos, ligando-os sem muito esforço, ainda que ele tenha que tomar alguns atalhos por causa que ele precisava contar tudo em seis edições, ele é também o responsável pela arte. E que arte! De certa forma, ele tenta manter o estilo de Ano Um, mas não se furta em deixar suas próprias marcas, desenhando um Batman imponente. E o mais importante: o desenvolvimento dos personagens.

A mina do começo de carreira de Batman é profunda e Homens-Monstro é um dos grandes exemplos do tipo de preciosidade que pode sair lá.

Além disso, Homens-Monstro se encaixa perfeitamente no período de tempo de um Batman mais jovem, começando a ficar famoso na noite.

Bem, Matt Reeves já vem escrevendo o roteiro de The Batman há quase dois anos, tenho certeza que ele leu quase tudo que postei aqui, mas essa lista serve para duas coisas: uma homenagem ao Batman que voltará ao cinema em 2021 e a vocês novos leitores. Leiam valerá cada minuto!

 

Ewan Paterson foi quem organizou a lista.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.