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Adaptação em quadrinho de filme perdido de Torquato Neto

Nosso projeto é a quadrinização de um filme perdido, de 1972, gravado em Super 8, com Torquato Neto. Além de uma pesquisa histórica, com documentos e entrevistas inéditas sobre a época. Clique aqui para ir para a página do projeto no Catarse.

“Um grupo de amigos, com uma câmera na mão, resolveram fazer um filme”. Este é um tipo muito comum de plot, bastante conhecido nas histórias sobre o cinema independente ou amador. Não foi diferente no Piauí, nos anos 1970, quando grupos de amigos decidiram dar vazão à sua criatividade.

Naquela década, surgiram filmes como Terror da Vermelha, Miss Dora, Davi vai guiar. Todos facilmente encontrados na internet, em artigos científicos ou vídeos no youtube. Entretanto, no ano de 1972, foi realizado o curta Adão e Eva do Paraíso ao Consumo, protagonizado por Torquato Neto e Claudete Dias, realizado por Antonio Noronha, Arnaldo Albuquerque, Carlos Galvão, Edmar Oliveira, entre outros.

“Adão…” foi exibido apenas nas casas e garagens dos amigos e, pouco tempo depois, se perdeu (ou foi perdido, há uma diferença). Ao longo dos anos, a memória do filme que não existe mais projetou uma enorme sombra de curiosidade sobre o público que nunca o assistiu. Criou-se um mito, um fetiche entre historiadores do período da contracultura piauiense: o filme perdido do jovem Torquato Neto.

Carlos Galvão, um dos produtores do filme, até tentou refilma-lo em 1997, mas a ideia ficou no papel, literalmente: o roteiro, na verdade, era um storyboard, cena a cena, com anotações sobre direção e movimentos de câmera, de acordo com as lembranças de Galvão, de como teria sido o filme.

Roteiro de 1997, de Carlos Galvão, relembrando o que seria o filme

Anos depois, esses papéis caíram nas mãos de Bernardo Aurélio, Aristides Oliveira e Jaislan Monteiro, três amigos historiadores apaixonados pelo tema. Nós decidimos que havia uma história para contar sobre quem eram essas pessoas que fizeram esse filme e sobre que história, de fato, contava Adão e Eva…

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Transformar o storyboard em um quadrinho era o próximo passo.  Foi o que eu fiz, em 18 páginas. Depois, era produzir e recolher entrevistas e elaborar textos. Lançar tudo em um projeto de captação de recursos no site catarse.

Semana passada, divulguei esse vídeo no meu perfil no facebook para avisar aos envolvidos de que o livro está perto de ficar pronto.

 

O livro deverá sair em março ou abril, assim que reunirmos todo o material e finalizarmos a campanha no Catarse, que deverá entrar no ar até o final de janeiro.

Sou desenhista, criador do Máscara de Ferro e autor do quadrinhos Foices & Facões. Sou formado em história e gerente da livraria Quinta Capa Quadrinhos