01 – Uma nova saga do infinito
Em fevereiro de 2018 foi lançada a edição Infinity Countdown Prime, pelo roteirista Gerry Dunggan e o brasileiro Mike Deodato Jr. Essa edição teve o objetivo de dar o ponta pé inicial da nova saga cósmica do universo Marvel, Infinity Countdown.
Encabeçada pelo roteirista anterior dos Guardiões da Galáxia, a intenção de Dunggan e da Marvel é restabelecer aonde estão e qual o futuro das joias do infinito, objetos presentes, também, no universo Marvel no cinema.
A saga será desenhada por Aaron Kuder e vem no momento correto, já que Vingadores Guerra Infinita chegará aos cinemas em abril de 2018. Vender uma mega saga no momento de maior exaltação do seu universo cinematográfico é a melhor oportunidade para a Marvel alcançar novos leitores, situação essa sempre apontada como um erro constante da editora, já que os filmes, que rendem milhões, não conseguem trazer leitores suficientes para alavancar as vendas dos quadrinhos, que estão em baixa.
Mesmo tendo sido anunciada antes da iniciativa Fresh Start, já que Infinity Countdown teve seu anuncio em dezembro de 2017, a história tem a oportunidade de chamar atenção para o universo cósmico da editora, apesar de ser um recurso já usado à exaustão pela Marvel nos últimos anos: enormes mega sagas com muitos efeitos no futuro próximo, mas nenhum impacto a longo prazo para os heróis.
02 – O monstro verde da Marvel voltou a atormentar Bruce Banner
Falecido desde a saga Guerra Civil 02, o doutor Robert Bruce Banner está de volta do túmulo. E ele traz consigo seu alter ego, o gigante esmeralda Hulk. E ele retornou a sério agora. É o que promete a nova dupla criativa do título: Al Ewing e o brasileiro Joe Bennett.
O retorno do pesquisador de raios gamas que virou um monstro após uma explosão de uma bomba que ele mesmo projetou acontecerá no arco Avengers No surrender (ainda inédito no Brasil), em uma história curta de 10 páginas. Al Ewing, que também é o roteirista de Avengers No surrender, e Joe Bennett prometem trazer um clima de terror ao título, que será lançado em maio de 2018.
O começo do novo arco traz menos conflitos entre o Hulk e Banner, mas aposta em momentos de tensão por quais o monstro e o cientista irão passar.
Interessante notar que a nova abordagem do Hulk vem em contraposição ao que foi trabalhado com o personagem desde que o escritor Greg Pak assumiu o título e trouxe a saga Planeta Hulk. Desde o início, Pak imprimiu uma narrativa mais aventureira, trazendo consigo elementos que fizeram sucesso entre os fãs, como Sakaar e Amadeus Cho. Mesmo tendo transformado Amadeus Cho no novo Hulk, levando à ira de muitos fãs, a fase de Pak teve e tem muita influência no personagem. Algo que Ewing parece se distanciar, trazendo uma abordagem ao monstro verde que em muito lembra a passagem de Bruce Jones com o personagem.
03 – Mark Waid firme e forte na Marvel
O escritor americano mais conhecido por obras como O Reino do Amanhã, na concorrente DC Comics, continuará escrevendo para a casa das ideias. Depois de Demolidor, Viúva Negra, Vingadores e Capitão América, Waid encabeçará a minissérie em 06 partes Homem-Formiga e Vespa.
Com lançamento programado para junho de 2018, um mês antes do lançamento do filme da dupla, Homem-Formiga e Vespa terá desenhos de Javier Garron e tratará do microcosmo da Marvel (ainda inédito, por enquanto, nos cinemas).
Waid é conhecido por respeitar a cronologia dos personagens em que toca, buscando, também, evolui-los. Essa é a oportunidade perfeita para que a Marvel crave um título solo envolvendo o Homem-Formiga, já o herói original (Hank Pym) até hoje divide o corpo com sua criação Ultron. O destino de Pym está ligado diretamente a Infinity Countdown.
Mas Waid não se limitará a trabalhar com o lado científico da editora. Ele também assumirá o título do mago supremo do universo Marvel.
Ao lado do desenhista Jesus Saiz, Waid substituirá no título o escritor sensação da Marvel no momento, Donny Cates. A narrativa do arco girará em torno de Stephen Strange indo para o espaço sideral após perder o contato com a magia do planeta terra.
Nessa nova passagem pela Marvel, Waid se especializou em entregar histórias que restauram os personagens Marvel, colocando-os novamente em um rumo que os leitores possam se identificar com eles. Foi assim com o Demolidor, Viúva Negra e Capitão América. Só resta ao leitor saber se ele entregará um trabalho digno de nota ou vai fazer um trabalho morno, como fez no título dos Vingadores.
04 – O simbionte alienígena sob nova direção
Maio de 2018 será um mês movimentado para os leitores da Marvel. E isso só tende a aumentar com o lançamento de Venom 01, pela dupla Donny Cates e Ryan Stegman.
O personagem, que atormentou o Homem-Aranha na década de 1990, vai ganhar bastante destaque, mesmo tendo seu filme feito pela Sony, e não pela Marvel. A editora parece decidida a investir no herói/vilão, já que o título Venom foi ressuscita com baile e festa há um tempo.
Cates tem se mostrado uma das surpresas da editora, já que seu trabalho no título Thanos e sua recente passagem na revista do Doutor Estranho arrancaram elogios vários da crítica americana. Essa é a oportunidade perfeita para um escritor novato mostrar a que veio em um personagem secundário que foi símbolo da casa das ideias em um momento conturbado, os anos 1990.
05 – E agora, Marvel ? Para onde vamos?
Os títulos anunciados para a iniciativa Fresh Start da Marvel parecem estar todos no lugar quando se trata de qualidade e potencial para alavancar vendas. Contando com um remanejamento de suas principais forças criativas e com um editor chefe bem visto pelo mercado e pelos fãs, a Marvel busca se distanciar das polêmicas por quais passou nos últimos tempos e, principalmente, tenta subir as vendas de seus quadrinhos que estão em baixa.
Porém, muitos fatores podem deixar os leitores com certa desconfiança da nova empreitada da editora.
Primeiramente, a iniciativa Legacy teve seu lançamento há menos de 01 ano. E prometia diversas coisas que a editora sumariamente ignorou agora com Fresh Start.
Fazem parte de Fresh Start: novas mega sagas (Infinity Countdown); diversas edições número 01 (Homem-Aranha, Capitão América, Thor, Vingadores, Doutor Estranho, Hulk, entre outros); e, esse é o fator principal, não houve uma renovação de grandes nomes da editora nos títulos dos heróis, ocorrendo apenas uma dança das cadeiras dos autores.
Não entendam mal. Nomes como Mark Waid, Donny Cates, Ta-nehisi Coates, Jason Aaron, Al Ewing e Gerry Dunggan são sinônimo de qualidade e altas vendas. Mas esses escritores estão há anos relacionados à Marvel. Em Fresh Start, a Marvel mais parece se preocupar em aumentar as vendas de antigos títulos, com numeração zerada, usando antigos nomes. Não houve uma renovação propriamente dita, ou até mesmo uma tentativa de trazer nomes de autores gabaritados que estão afastados da editora há muito tempo.
Será um sucesso de vendas? Sim. Sem dúvida. Mas resta saber se será a longo ou a curto prazo, como Legacy fez em 2017.
Como fã, só resta torcer. Ou olhar por cima da cerca e ver o que a DC anda fazendo com seu DC NATION.
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