Antes de começar a ver ao filme “Ártico” (Islândia, de 2018), com o ator Mads Mikkelsen, o mesmo da série Hannibal, é natural ter a mesma sensação de 20 anos atrás quando o filme Náufrago chegou aos cinemas do mundo. Para quem não lembra, em Náufrago, o funcionário da FedEx, Chuck Noland, magistralmente interpretado pelo ator Tom Hanks, passa 95% do filme isolado em uma ilha.
Na verdade, fazer um monólogo, seja no teatro ou no cinema, é sempre uma missão extremamente complicada! É necessário a perfeita fusão de um bom texto com uma excelente interpretação. Caso contrário, o risco do público desistir no meio do caminho é bem grande.
Em Ártico, poderíamos dizer que esse risco é ainda maior. Ao contrário do Náufrago, desta vez o cenário não tem um belo oceano, árvores e animais. É tudo o branco do gelo. Na trama, um homem aguarda por resgaste. Enquanto isso, mantém uma rotina para não morrer de fome e chamar a atenção de um possível salvador.
Ainda fazendo a comparação com Náufrago, neste filme do ano passado o protagonista não cria personagens de objetos para conversar. O roteiro completo deve ter umas três ou quatro falas, e mesmo assim não podemos definir como diálogo, já que a única pessoa com quem “tenta” conversar não fala a sua língua.
Ártico possui apenas três atores e um deles morre antes de conseguir dizer alguma. O restante é formado por muito gelo e a tentativa de sobrevivência. E o melhor: um final de tirar o fôlego.
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