Não deixe de conferir nosso Podcast!

Attack on Titan e o Prêmio de Impacto Global: Por que uma obra tão brutal conquistou o mundo?

Attack on Titan: Prêmio Global e o Sucesso da Violência | Análise

Attack on Titan
Reprodução

Attack on Titan: Prêmio Global e o Sucesso da Violência | Análise

 

Parece que o “Estrondo” foi ouvido até nos escritórios da Crunchyroll. Attack on Titan (Shingeki no Kyojin) levou o prêmio inaugural de “Impacto Global”. E vamos ser sinceros, era meio óbvio, não?

Mas o que significa esse prêmio? Não é só “melhor anime do ano”. É um reconhecimento do seu terremoto cultural. AoT não ficou só na bolha otaku; ele invadiu a cultura pop, gerou debates acalorados em mesas de bar e (pasme) em artigos acadêmicos. Este prêmio sela o que já sabíamos: ele é um marco, um divisor de águas que forçou o mundo a levar a animação a sério.

Aí vem a pergunta que não quer calar: como um anime tão visceralmente violento, que não poupa o espectador de desmembramentos, canibalismo e desesperança, fez tanto sucesso?

A resposta preguiçosa seria “apesar da violência”. Eu ouso dizer que foi por causa dela.

A violência em Attack on Titan raramente é gratuita ou estilizada para ser “legal”. Ela é a consequência feia, suja e nauseante da guerra, do fanatismo e da luta desesperada pela sobrevivência. Cada morte (pelo menos as que importavam antes do genocídio em massa virar rotina) tinha peso. Ela serve como a tela brutal onde Hajime Isayama pintou temas pesadíssimos:

  1. A ausência de “mocinhos”: A obra te força a questionar para quem você está torcendo a cada arco, borrando as linhas entre herói e vilão até que não sobre mais nada além de pessoas quebradas tomando decisões terríveis.
  2. O ciclo do ódio: A violência gera mais violência. A história é uma aula magna sobre como o ressentimento e o trauma de uma geração se tornam a justificativa para as atrocidades da próxima.
  3. O preço da liberdade: A série pergunta constantemente: “Até onde você iria pela liberdade?”. E a resposta é quase sempre um lugar sombrio e sangrento que o espectador não tem certeza se apoia.
LEIA TAMBÉM:  Anime Soul | Público lota o 4 de Setembro e se emociona com Wendel Bezerra

No fim das contas, Attack on Titan conquistou o mundo por não tratar seu público como criança. Ele não entrega um herói para admirar, mas uma tragédia grega para analisar. Mostrou que a luta pela “liberdade” é tudo, menos bonita.

E você, qual sua teoria? Acha que a violência era o ponto principal ou apenas a ferramenta mais afiada de Isayama para contar sua história?

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.