Reconheço que é até difícil começar a ler “mais uma história” da Grã-Bretanha da época do Rei Artur, dos Cavaleiros da Távola Redonda, de dragões e de tudo mais que envolve esse estilo criativo. A primeira coisa que vem à cabeça é: mais uma? Será que vai apresentar novidade interessante? Será que vale à pena mesmo? Ou é somente mais uma destinada aos fãs do gênero?
Todos esses questionamentos acontecem quando nos deparamos com “O Cavaleiro do Dragão”, de Emanuele Arioli e Emiliano Tanzillo, lançamento da Editora Nemo. A começar pelo próprio título.
No entanto, é inegável que logo descobrimos que é de fato uma aventura bem divertida, construída através de uma belíssima arte de Emiliano Tanzillo, que, entre outras coisas, colabora como desenhista de quadrinhos com a Sergio Bonelli Editore, especialmente na série Dylan Dog.
O Cavaleiro do Dragão, na verdade, é o resultado de uma descoberta histórica feita pelo medievalista italiano Emanuele Arioli. Após uma pesquisa de mais de uma década por toda a Europa, ele conseguiu reconstituir um texto que estava perdido havia quase setecentos anos, sobre uma parte importante da lenda do Rei Artur, justamente o destino deste herói que ficou conhecido como “O Cavaleiro do Dragão”.
E aí não tem como não se envolver com a história, não tem como não torcer para o protagonista encontrar o que procura. Arte e texto se encaixam tão perfeitamente que praticamente lhe obrigam seguir até o final da aventura. Temos que reconhecer também que esse um tema tão fascinante que até as produções ruins terminam sendo prazerosas, ainda mais com uma obra tão caprichosamente trabalhada como essa. Ou seja, que venham mais e mais obras sobre cavaleiros e dragões, de preferência com a qualidade de “O Cavaleiro o Dragão”, de Emanuele Arioli e Emiliano Tanzillo.
