A princípio, nada. Entretanto, enquanto eu assistia às notícias alarmantes sobre novo corona vírus e a doença covid 19, mais eu me lembrava do cenário apocalíptico que li em Nausicaa do Vale do Vento, mangá de Hayao Miyazaki.
Se você ainda não leu o quadrinho ao qual estou me referindo, deixe que eu faça uma pequena apresentação, mais do cenário da história do que dos personagens em si.
O mundo em Nausicaa está virando um enorme deserto, que se espalha cada vez mais pelo ar, através do que o autor chamou de “mar de poluição”, ou “mar podre” ou ainda “mar de degeneração”. Essa poluição é, basicamente, constituída de esporos tóxicos liberados por enormes fungos de uma floresta ameaçadora, que se expande, consumindo tudo à sua volta.
Mas, enfim, o que diabos isso tem a ver com o covid 19? Acontece que, Miyazaki é um autor muito ligado à questão ecológica e seu Nausicaa é uma ode à autopreservação da natureza. (Pequeno spoiler aqui:) Por baixo dessa floresta ameaçadora que existe em sua história, está se formando um novo ecossistema que purifica o mundo destruído pela guerra e poluição humana. É a natureza reinventando o planeta.
Não é que eu acredite que o novo corona irá dizimar a humanidade. A comparação aqui é apenas para repensar a capacidade regenerativa que existe no mundo. Essa doença está fazendo a gente parar o modo frenético do nosso cotidiano e, então, fez com que eu pudesse ler matérias como “o mundo em quarentena está a emitir menos um milhão de toneladas de CO2 por dia”. Isso é incrível!
A expansão da corona é como uma imensa onda, assim como o mar de corrupção em Nausicaa, levando medo à todos que estão diante dela. Entretanto, se a consequência imediata que essa paralização pôde trazer ao mundo se convertesse em ações mais concretas para repensarmos a preservação do nosso planeta, talvez pudéssemos começar a realmente respirar melhor.
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