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Resenha: Dragon Ball Daima – O Retcon Que Deu Certo (Pasmem!)

Como a Toei Transformou Nostalgia em Ouro, Canonizou o SSJ4 e Fez Vegeta Passar Vergonha (de Novo).

Daima
Reprodução

Terminei de assistir Daima ontem, 22 de Julho de 2025 com minha filha de 10 anos, ela se apaixonou de novo pelo Goku! Mas quando pensei em escrever esse texto, a única coisa que ficava na minha cabeça quando acabei Daima era:  “Como Toriyama Canonizou o Seu Fetiche por Design de Macaco Peludo e Ninguém Reclamou?”

Vamos ser honestos. Quando anunciaram que Dragon Ball Daima ia transformar todo mundo em criança de novo, o suspiro de descrença coletivo foi tão alto que deve ter chegado ao planeta do Bills. “Ah, não”, pensamos nós, os calejados veteranos de batalhas de 5 minutos que duram 10 episódios, “lá vem Dragon Ball GT 2: O Inimigo Agora é a Puberdade“. Queimamos a língua. E a língua queimada teve um delicioso gosto de vitória. 

O grupo principal é o Goku, Shin, Vegeta, Bulma, Piccolo e a introdução dos demônios Glorio e Panzy. Existem mais personagens, mas vamos deixar para você assistir se ainda não assistiu. 

 

Animação e Batalhas: Um Soco na Cara da Preguiça

Primeiro, o óbvio: a animação. Parece que a Toei Animation finalmente encontrou as Esferas do Dragão e desejou um orçamento infinito e animadores que não eram pagos em tigelas de arroz. Cada cena de Daima é um espetáculo. A fluidez, o “sakuga”, a direção de arte… é pornográfico para quem aprecia uma boa pancadaria animada.

As batalhas são o ápice. Esqueça os raios coloridos se chocando por três episódios. Aqui temos coreografia. Temos impacto. Cada soco do pequeno Goku tem o peso de um planeta, e cada desvio do mini-Vegeta tem a precisão de um cirurgião. Ver personagens do tamanho de um boneco Funko Pop trocando golpes que estilhaçam a realidade é uma mistura bizarra de fofura e violência apocalíptica que funciona assustadoramente bem. É como assistir a um balé mortal performado pelos Teletubbies sob o efeito de anabolizantes divinos.

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O Elefante Peludo e Vermelho na Sala: O CANON É REAL!

Vamos ao que interessa, a sua suposição mais ousada e, milagrosamente, correta: Goku Super Saiyajin 4 é oficialmente cânone.

Sim, você leu direito. Adeus, GT, você foi um delírio coletivo, uma fanfic bem financiada. Daima pegou o conceito mais legal da sua existência, limpou a poeira e o integrou à história principal. E como eles fizeram um Goku do tamanho de um chaveiro ativar uma forma que exige um corpo adulto e um rabo de macaco? Com a desculpa mais maravilhosamente absurda envolvendo “magia primordial” e “instabilidade do Ki divino em um corpo infantil”. É estúpido? Completamente. Funciona? Como um encanto. A aparência do SSJ4 em um corpo diminuto é hilária e ameaçadora ao mesmo tempo.

E o Vegeta? Ah, o pobre Vegeta. Ele finalmente alcança o Super Saiyajin 3. E o faz como uma criança birrenta de 1,20m de altura. A cabeleira gigantesca o faz tombar para trás se ele não se equilibrar direito. É o auge do poder e da humilhação, a síntese perfeita do Príncipe dos Saiyajins. Uma vitória com sabor de derrota. Poético.

Um Vilão com… Personalidade? Que Feitiçaria é Essa?

O vilão, Gomah, não quer destruir o universo. Ele não quer imortalidade. Ele é apenas um líder do mundo demôníaco obcecado por estética que decidiu que os heróis da Terra estavam “velhos e cafonas” por terem derrotado Majin Boo e usou o poder das esferas do Dragão da Terra, o mundo exterior, para “rejuvenescê-los ao seu auge estético: a infância”. Seu carisma é insuportável. Ele é debochado, suas motivações são tão ridiculamente fúteis que você não sabe se o odeia ou se quer convidá-lo para um café para falar mal dos outros. Ele é, de longe, um dos vilões mais legais da franquia, um verdadeiro contraponto ao festival de testosterona que é Dragon Ball.

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O Lore: Finalmente as Respostas Para Perguntas Que Nem Sabíamos Fazer

Você achou que o segredo do lore seria sobre o pai do Goku? Ingênuo. Daima mergulha fundo na cosmologia do universo. A magia que encolheu a todos é anterior aos próprios Anjos e Deuses da Destruição, vinda de um dos “Reinos Sombrios” originais que foram selados por Zeno-Sama. Descobrimos mais sobre a hierarquia dos demônios (sim, Dabura era só um “gerente de nível médio”), a origem dos Namekuseijins e sua conexão com os dragões primordiais e, o mais importante, por que diabos os Saiyajins têm tanto apetite. A resposta é tão mundana e anticlimática que se torna genial.

Conclusão: Uma Aposta Imbecil que Pagou o Jackpot

Dragon Ball Daima é a prova de que, às vezes, as piores ideias no papel se transformam nas melhores execuções. A premissa era um convite ao desastre, um retrocesso preguiçoso para vender mais bonecos. Mas, ao abraçar o ridículo com uma produção impecável e uma coragem de reescrever o cânone para agradar os fãs mais fervorosos (e talvez um pouco equivocados), a série se tornou essencial.

Ela validou os sonhos mais selvagens dos fãs de GT, deu a Vegeta seu momento agridoce de glória e nos presenteou com um vilão memorável e batalhas de tirar o fôlego.

Veredito: Daima é um triunfo. Uma carta de amor caótica e descarada ao que Dragon Ball tem de melhor: ação espetacular, personagens icônicos e uma total falta de vergonha de ser absolutamente insano.

Agora, só falta canonizarem o Broly de coque samurai. E quer saber? Depois de Daima, eu não duvido de mais nada. Está disponível na Crunchyroll e só tem apenas 30 episódios e com a dublagem com todo mundo de volta, até a lendária Úrsula Bezerra! 

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.