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Crítica | Mare of Easttwon é uma nova era para suspenses policiais

Mare of Easttown
Reprodução (HBO Max)

 

Mare of Easttown de Craig Zobel é uma sólida e bem escrita minissérie policial que mostra em camadas a história de um crime numa pequena cidade da Pensilvânia, Easttwon.

 

A narrativa vai distraindo o telespectador de uma forma muito inteligente, conseguindo a façanha de enganar você a cada capítulo sobre todo o mistério que ronda a cidade e seus habitantes. Com as subtramas que humanizam profundamente os personagens com apenas 7 episódios, Mare of Easttwon é uma experiência cativante.

Quando foi lançado em abril deste ano até seu final, ouvi e li muita coisa sobre essa minissérie da HBO. Poderia ter baixado na locadora do Paulo Coelho, poderia? Mas esperei chegar ao Brasil pela HBO Max e não me arrependi.

Mare Sheeran (Kate Winslet) é uma detetive do departamento de polícia local e está passando por uma fase difícil em sua vida. Seu filho cometeu suicídio anos atrás, e ela  ainda não conseguiu superar esta perda. E Isso foi o estopim para se divorciar de Frank Sherran (David Denman).

Para piorar ainda mais sua vida, existe um caso de uma jovem desaparecida que ela não consegue resolver há quase um ano. No meio de tudo isso,  acontece um assassinato de uma mãe adolescente.

Como Easttwon é pequena, Mare que conhece praticamente todos os habitantes da cidade, isso gera conflitos dentro dela e dessa nova investigação. Como ela vai achar o culpado se todos seus conhecidos, amigos e familiares podem ser o possível assassino?

A melhor forma que o roteiro da minissérie faz é humanizar os personagens. Brad Ingelsby, o escritor e criador da minissérie, consegue dar espaço suficiente para mostrar eles mostrarem suas batalhas pessoais, enquanto precisamos entender o enredo.

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Apesar do aspecto desse suspense policial envolver um crime que parece mais algo de uma periferia, no fundo, Mare of Easttwon  é um drama envolvente dirigido pelos seus personagens. Mesmo quando não transparece esses possíveis suspeitos, ela usa esse desvio para nos mostrar que cada pessoa poderia ser o possível suspeito.

Respeitar a inteligência do telespectador também é uma das chaves para esse thriller funcionar tão bem. A trama pode parecer com várias outras que existem por aí, mas só parece mesmo.

Prever como será o final ou o culpado é complexo e emocionante. Eu gosto de falar quem é o culpado logo no primeiro episódio, mas o Guy Pearce me enganou! Não existe esse fã de suspense policial que não assista algo com o Guy e não ache ele o culpado de tudo! rs

Mare of Easttwon é sobre a cidade. Seu ambiente e sua cultura. A empatia por ela e seus habitantes, dificulta o nosso julgamento das ações de cada um. O que isso faz com a minissérie é que nos faz pensar além do mero elemento policial e entender esses personagens e suas realidades complicadas.

Kate Winslet é Kate Winslet, né papai? A personagem é falha, e ela retrata essa transformação perfeitamente. A dureza de Mare devido a todas as experiências passadas parece crível na maneira como ela carrega esse personagem. Julianne Nicholson interpreta o papel da melhor amiga de Mare, Lori, e há momentos na minissérie que precisam retratar a força dessa personagem sem ser barulhenta, e ela foi fabulosa. Jean Smart como a briguenta mãe de Mare foi lendária, assim como Angourie Rice como filha de Mare, Siobhan. Evan Peters, como o detetive Colin Zabel, retratou muito bem a ingenuidade de um detetive novato.

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A capacidade de Mare of Easttown de superar a natureza misteriosa de um thriller e nos fazer pensar em todas aquelas pessoas que foram afetadas pelas repercussões de um evento trágico é o que o torna imperdível. Com uma produção impecável e uma gama diversificada de personagens, Mare of Easttown é um deleite.

Recomendo sem medo.

Está disponível no HBO Max..

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.