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Resenha I O Indigno Thor (Jason Aaron)

Desde que o agente secreto Nick Fury sussurrou no ouvido do deus do trovão da Marvel, o poderoso Thor, palavras inaudíveis na saga PECADO ORIGINAL (2014), o deus nórdico da tormenta não é mais capaz de levantar seu martelo encantado Mjolnir, tornando-se indigno.
Na verdade, a atual situação de Thor é apenas uma peça orquestrada pelo roteirista Jason Aaron desde que assumiu o título do deus do trovão em 2012. Ao fazer o herói enfrentar o carniceiro dos deuses Gorr, duelar contra o élfo negro Malekith, criar a Liga dos Reinos,  bater de frente com as indústrias Roxxon e se ver indigno de levantar seu famoso martelo, Aaron criou elementos para que sua passagem seja uma das mais memoráveis na revista solo de Thor.

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Se Thor Odinson não pode erguer Mjolnir, cabe a Jane Foster dar prosseguimento ao combate ao mal e incrementar mais e mais a mitologia do deus do trovão.

Porém, após a grande saga da Marvel Guerras Secretas, onde os títulos deram um salto temporal de oito meses, e na qual vimos o Thor original no fim dos tempos, ao lado de Hyperion, desafiando os Beyonders, havia a dúvida de onde o filho de Odin podia estar, já que Jane Foster, antiga namorada do herói, assumiu o manto do herói de forma quase definitiva.
Essas perguntas são respondidas na minissérie em 05 partes O INDIGNO THOR, publicada no Brasil pela editora Panini Comics entre as edições 07 e 11 do título mensal THOR. E, infelizmente, a saga de Odinson para conseguir ter posse de um Mjolnir que veio de outro universo após Guerras Secretas é o elo mais fraco do grande quadro que role-playing gamesestá criando para o universo do Deus do Trovão.
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No começo, encontramos Thor Odinson em sua busca pelo primeiro planeta que hospedou Asgard. Porém, o que ele encontra é um vazio no espaço, pois o vilão Colecionador levou a carcaça do Reino Dourado. Durante esse desencontro, Odinson esbarra com seu amigo Bill Raio Beta, além de outras figuras do cosmo Marvel, como Cisne Negro e Próxima Meia Noite, ligadas ao vilão Thanos.
E essa saga é isso, um grande desencontro. Apenas um jogo de promessa e não entrega do que o leitor quer ver.
Primeiro, para o leitor novato essa minissérie não é recomendada, já que teria que ter acompanhado o título desde o início da fase de Aaron, ter lido Pecado Orignal para entender a participação de alguns personagens, ter acompanhado a saga Guerras Secretas, ter acompanhado a mini Thors (também de Aaron) e saber que Thanos está aprisionado desde o começo de Guerra Civil 2. É muita informação para o desavisado leitor.
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Porém, isso não é o que mais incomoda na narrativa. O que atrapalha mesmo é que em 05 partes para contar uma história de busca e redenção Aaron não faz a história caminhar de forma satisfatório. Vide o exemplo do combate final, no qual o leitor estava a esperar durante as 03 edições finais, sendo a batalha terminada com um virar de página. Decepção pouca é bobagem.

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Essa imagem da capa da edição 11 de THOR vai enganar muitos leitores.

O roteirista busca apenas colocar mais um tijolo na sua grande saga com o Deus do Trovão, não contar uma história a ser apreciada pelos fãs do Thor original, que estava sumido há muito.
Se o roteiro não entrega, a arte é um deleite aos fãs. Contando em sua maior parte com os desenhos de Olivier Coipel, tendo a participação também de Kim Jacinto, Frazer Irving, Isaac Ribic, Russel Dauterman e Pascal Alixe, a minissérie em 05 partes mantém uma unidade narrativa nos desenhos, o que é raro em eventos que contam com muitos desenhistas para substituir o principal do título. As cenas de batalha são espetaculares.
Com um roteiro que serve apenas para dar mais um passo em direção ao que Jason Aaron almeja, O INDIGNO THOR, apesar de ser essencial para entender o momento atual do personagem, não faz jus ao trabalho do roteirista que já nos presenteou com sagas como O CARNICEIRO DOS DEUSES, BOMBA DIVINA, O AMALDIÇOADO e o título regular da Poderosa Thor.
Infelizmente, essa minissérie promete muito, não entregando nada. Sorte que foi publicada no Brasil ao lado da série regular da Thor Jane Foster, onde Aaron está nadando de braçadas em histórias sensacionais.
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Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.