Um dos escritores mais influentes do século XX, que recentemente completou 80 anos de morte.
Com o aniversário de 80 anos do óbito do autor, sua obra passa a se tornar propriedade pública, o que basicamente significa que as editoras podem lançar seus livros sem precisar formar acordos previamente.
H.P. Lovecraft foi uma pessoa peculiar. Nascido em 1890 em Providence, e falecido em 1937 na mesma cidade, Lovecraft foi amigo também de Robert E. Howard (Autor de Conan, o Bárbaro) como revelam algumas cartas. Foi criado pela mãe, algumas tias e seu avô, que sempre estimulou seu hábito de leitura, lendo terrores góticos para ele mesmo quando muito criança.
Vida
Lovecraft era uma pessoa constantemente doente, o que fazia com que sua frequência na escola fosse bastante reduzida, embora sempre lesse bastante. Sua pele era fria ao toque, por causa de uma doença chamada poiquilotermia.
E a vida não fora exatamente gentil com Lovecraft, uma vez que em 1904, com a morte de seu avô, sua família caiu em um estado de pobreza, e foram forçados a viverem em condições insalubres, prejudicando ainda mais a saúde do autor.
Em 1908 sofreu um colapso nervoso, que o impediu de receber o diploma de graduação do ensino médio e consequentemente, dificultando sua entrada na universidade. Este acontecimento, apesar de trágico, foi marcante para conhecermos H.P. Lovecraft como ele é hoje.
Obra
Devido à sua dificuldade em ingressar em uma universidade, Lovecraft passou a escrever e tentar viver de sua escrita. Apesar de aos 6 anos já ter seus primeiros poemas, foi aos 14 que ele escreveu seu primeiro conto “A Fera na Caverna” usando um pseudônimo. Mas foi só em 1917 que ele escreveu seu primeiro conto assinado e profissional, Dagon na revista pulp Weird Tales.
Este também foi o momento em que ele mergulhou de cabeça no horror e desenvolveu um gênero literário conhecido como cosmicismo ou horror cósmico. Embora oficialmente ele mesmo tenha cunhado este termo, ele mesmo não se considerava o primeiro autor de Horror Cósmico, declarando este título à Robert W. Chambers, em O Rei de Amarelo.
O Horror Cósmico é o oposto à filosofia humanista que bota o homem ao centro de todas as coisas: O Horror cósmico revela perspectivas aterradoras da realidade e de nossa fragilidade dentro dela. Temas como loucura, simbolismos oníricos e coisas além da compreensão são temas recorrentes dentro de sua obra.
Legado
Embora hoje figuras como Cthulhu ou o Necronomicon façam parte da cultura pop e do imaginário popular, Lovecraft faz parte da triste porcentagem de artistas que só foi reconhecido devidamente por sua obra após sua morte, em 1937.
Mesmo algo que já está entranhado em nossas cabeças, que é a relação entre todos os contos de Lovecraft, o chamado Cthulhu Mythos só foi realmente estudada e feita por August William Derleth, que fundou a editora Arkham House e fora o primeiro a publicar os trabalhos de Lovecraft em compilados.
Edgar Allan Poe, Robert W. Chambers sempre foram grandes inspirações para Lovecraft, e o autor nunca escondeu o carinho que possuía por estes autores. Hoje em dia, autores como Neil Gaiman e Stephen King sentem-se da mesma maneira com o trabalho de Howard.
Mesmo morrendo num relativo anonimato, com mesmo sua lápide sem demarcações de forma exclusiva, fãs se juntaram e fizeram a lápide definitiva no cemitério de Swan Port, em Providence. Seu epitáfio:
Eu sou Providence.
Frase que fora extraída de uma de suas cartas. E de fato, não havia como separar o homem de sua terra. Mesmo passando um tempo em Nova York, achou a cidade detestável, e passou este tempo sem conseguir escrever. Lovecraft é Providence.
Sua escrita tipicamente inglesa (apesar de ser americano, Lovecraft era bastante anglocêntrico) e seu extenso vocabulário criaram um universo e um clima tão típico e identificável que perdura até os dias de hoje, 80 anos depois de sua morte.
Boa matéria, mas: ele “ainda” não completou 100 anos de morte, afinal, morreu em 1937.
“2017 marcou os 80 anos de morte do escritor norte-americano Howard Philips Lovecraft e os 100 anos de criação de sua primeira obra na fase adulta: ‘Dagon’.”
Bem observado. Irei modificar o texto para a informação acertada