Uma análise séria sobre o Jogo de Interpretação de Personagens em terras Tupiniquins.
Que fique claro, antes sequer de começarmos, que quando eu falo de RPG, não me refiro a Dragon Age, Chrono Trigger nem nenhum Final Fantasy da vida, mas sim ao RPG original. O RPG de mesa. Onde você cria e interpreta seus personagens, joga dados e é somente limitado por sua imaginação.
Como se vendem, é bem possível de se imaginar que isso poderia muito bem ser um Hobby bastante acessível e divertido, como vídeo games e HQs, e por muito tempo, foi. Até que sua história foi brutalmente interrompida.
A história do RPG no Brasil é uma história de riquezas, e prosperidade; é uma história de assassinato, tramas políticas e de reclusão. E também é uma história sem fim, que trabalho para ter um final feliz.
Os primórdios
No final dos anos 80 e início dos anos 90, o Brasil não era um país muito aberto à importações, e a era da Internet ainda não havia começado. Os primeiros RPGistas tupiniquins surgiram não com sistemas próprios, mas com livros gringos. Os primeiros livros de RPG do Brasil foram trazidos por estudantes de intercâmbio, que em algum ponto trouxeram estes livros em suas mochilas e ensinaram a nós como jogar.
Era quase como dizer Era só mato aqui, quando se pensa em RPG antes disso.
A Geração Xerox
Os livros de RPG trazidos de fora se espalharam pelos grupos de pessoas que sabiam falar inglês por meio do Xerox. Antes que as primeiras editoras trouxessem os primeiros livros para cá, era a única coisa que se podia fazer para conseguir um cobiçado jogo de RPG.
Foi nesse período também que a criatividade do brasileiro despontou: Pela necessidade de dados diferenciados para jogar RPG, ao mesmo tempo que havia uma ausência de mercado fornecedor, os Brasileiros desenvolveram métodos únicos de fazer a tiragem dos números: Cronômetro, Baralho, Páginas de livro…
Se o brasileiro quisesse, ele dominaria o mundo.
O Hobby, apesar de parecer bastante excludente, uma vez que os livros eram precários em Xerox, as formas de jogar eram improvisadas, o hobby fez um sucesso relativamente grande em território Brasileiro. O suficiente para que algumas editoras; que na época eram mais próximas de seus consumidores; notarem esta necessidade.
A importância da Devir para o mundo do RPG Brasileiro
A Devir foi uma das editoras mais cuidadosas na época que lançava seus quadrinhos. Suas edições de Preacher são elogiadas até hoje pelo trabalho e empenho editorial. O mercado de RPG foi somente o próximo passo.
A Devir fez um movimento peculiar. Ela não fez o lançamento de nenhum sistema muito específico, nem de nenhum nicho dentro do RPG. Ela lançou o sistema mais geral possível, de maneira a atrair um público maior: o GURPS.
GURPS é acrônimo de Generic and Universal Role Playing System (Sistema Genérico e Universal de Interpretação de Papéis), e tal qual o nome indica, é um sistema que pode ser usado em qualquer cenário, histórico ou ficcional.
Além da Devir, também houveram outras editoras, tal qual a DAEMON, que lançou o primeiro RPG 100% nacional, o Arkanun, que já foi analisado aqui no site. A distribuição do RPG em cenário nacional era eficiente e acessível, e com o tempo, as tiragens aumentaram. Revistas de entretenimento como a Dragão Brasil ajudaram ainda mais a popularizar o hobby.
Fugindo do cenário de Idade Média, a Devir também lançou o famoso Vampiro, a Máscara, que atraiu também o público feminino ao hobby.
Certamente, é algo que iria crescer bastante.
Põe o link da continuação na matéria, sô…
Feito!