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D&Dezembro | O Bardo Merece Ser Visto Como Uma Piada?

Se você curte páginas de RPG, certamente já se deparou com algum mene parecido com esse.

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Da página Dormir Não Dá XP.

O bardo é uma piada pronta: em matéria de combate físico, pois provavelmente só fica à frente do mago e do feiticeiro; e por falar neles, as magias do bardo nem chegam perto do que as magias destes são capazes. De fato, em matéria de magia, ele fica abaixo de todos. Fica difícil ser levado a sério quando você não tem tantas opções para causar dano.

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Vamo bater mais no Bardo, tá pouca pancada, bate mais!

E o cerne da questão é esse: Dungeons and Dragons e Pathfinder são voltados para a ação. Há interpretação, mas o coração destes jogos são os combates, as grandes buscas, explorar dungeons, matar dragões… e é complicado fazer isso com um personagem cuja maior habilidade é inspirar com suas canções.

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Ok, parei com os memes.

O fato é que o bardo não é um personagem pra quem gosta de matar e pilhar: ele é um personagem que convida ao roleplaying. Ele tem um bom acervo de perícias e mais esforço foi feito para torna-lo atraente. Mas o grande papel dele é e sempre será o de suporte.

Mas o desdém se justifica?

Vamos voltar ao passado e ver o quanto essa classe mudou desde a sua concepção.

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Slow flashback music playing.

Primeira edição

Aqui vemos uma coisa curiosa: o bardo é praticamente uma classe de prestígio! Em plena de década de 1970!

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Such avant-garde, wow!

E o AD&D, com suas restrições, trazia várias exigências para ser um bardo.

Primeiro, os atributos: o personagem precisa ter 15 em Força, Sabedoria, Destreza e Carisma. Inteligência, um mínimo de 12 e mínimo de 10 em Constituição. Achou pouco? Ainda não terminamos:

  1. O personagem deve ser humano ou meio-elfo;
  2. Deve iniciar como guerreiro e permanecer na classe até o quinto nível;
  3. A qualquer momento entre o quinto e o oitavo nível, ele deve mudar de classe para ladino;
  4. Novamente, a qualquer momento antes do nono nível, o personagem deverá iniciar seus estudos druídicos.
  5. Mas ele não será um druida: nesse momento ele já é um bardo.
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Cansei só de digitar isso.

Ao final desta jornada, temos um personagem que pode ter qualquer combinação de alinhamentos (desde que seja neutro), com habilidades guerreiras e ladinas e capaz de lançar feitiços de druida. A classe também pode também aprender novas línguas, descobrir informações sobre itens ou qualquer outra coisa, além de poder encantar pessoas com sua canção. Ele não é um menestrel, mas um mestre do conhecimento.

O bardo como visto na primeira edição só retornaria, ironicamente, como classe de prestígio no Livro Completo do Aventureiro, na terceira edição.

Segunda Edição

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As classes na segunda edição são sub-divisões de ordem maiores. O Bardo se encontra na divisão dos Ladinos(e plenamente integrado ao sistema de classes, não sendo mais uma coisa à parte), que ele divide com o Ladrão. As exigências são menores: continuam restritos aos humanos e meio-elfos e devem ter um mínimo de 12 para Destreza, 13 para Inteligência e 15 para Carisma. Bem menos trabalhoso que a primeira edição.

Mas o personagem já é um pouco mais limitado. Ele aqui é basicamente um  Ladrão capaz de tocar(com apenas algumas de suas habilidades) e, a partir do segundo nível, ele pode lançar magias de Mago. Mantinha-se o conhecimento de Bardo e as habilidades musicais geradoras de efeitos.

Mas engana-se quem acha que ele ficou fraco! Ele avança de nível bem rápido, pode pegar focar em magias que aumentam de efeito com o nível e, assim, ser relevante em combate. Não é o seu foco, ele ainda é um personagem de suporte, mas pode muito bem fazer a diferença.

Terceira edição

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A terceira edição acabou com restrições e tornou o Bardo um espírito livre. Única exigência era que seu alinhamento podia ser qualquer um que não fosse leal. É capaz de lançar feitiços arcanos e até mesmo alguns de cura. E, na terceira edição, acaba se tornando a única classe a poder lançar feitiços arcanos com armadura.

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O Bardo está mais generalista do que nunca. Não é um combatente tão bom quanto Guerreiros e Bárbaros, Magos e Feiticeiros se dão melhor na magia e não são tão furtivos quanto Ladinos e Rangers. Porém, na ausência de um deles, é mais do que capaz de suprir sua falta. E, com a adição de classes de prestígio, o personagem pode se tornar uma força a ser reconhecida!

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O swashbuckler, por exemplo.

Quarta Edição

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A divisão de papéis, novidade nessa edição, coloca o Bardo com dois papéis distintos: Líder ou Controlador. A qualidade de suporte é bem mais evidenciada, com sua canção auxiliando aliados e prejudicando oponentes.

Quinta Edição

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Não muda muita coisa até onde vimos. E existe um motivo pra isso: se está quebrado, não conserte. O Bardo continua sendo generalista, com foco em perícias e sua música é o diferencial para garantir o suporte do grupo. E sobre suporte, uma novidade: ao invés de um número fixo, o bardo garante um dado(D6 no início) que o personagem inspirado pode usar a qualquer momento para garantir seu bônus.

Os Colégios, alcançados a partir do terceiro nível, ajudam a reforçar cada um dos aspectos do Bardo. Conhecimento(para perícias) e Bravura(para melhor inspirar). O Guia de Xanathar para todas as coisas ainda dá mais opções e uma para quem quer um personagem mais combativo: o Colégio das Lâminas, que até permitem que o personagem use suas habilidades musicais através de espadas!

Questão de opinião

Com alguma leitura e reflexão, o jogador pode tirar muito proveito desta classe injustamente avacalhada. Não ter destaque em outros aspectos não faz desta classe um fracasso: o Bardo é versátil e um grupo em uma situação difícil no dia em que o jogador que o interpreta faltou, vai sempre sentir  sua falta.

Formado em administração e radiologia, professor por vocação e geek de coração!