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Resenha | Anões (Jarry, Goux & Créty)

Após o lançamento de Elfos, a Mythos traz o título Anões, da editora europeia Soleil, para o Brasil. Contando com duas histórias focadas em personagens cativantes e desenhos incríveis, a edição só peca pela parte editorial fraca, que omite muitas informações.

 

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Em 2018, a Mythos trouxe dois lançamentos que agradaram os fãs de fantasia. Ao lançar Elfos e Orks no Brasil em formato gigante e capa dura, a editora conseguiu causar um impacto visual muito grande em quem lê quadrinhos e busca material mais voltado para o gênero capa e espada. Claro que essa boa impressão também se devia à qualidade dos roteiros e desenhos, que, traziam histórias fechadas em si, sendo de fácil entendimento até mesmo para leitor casual.

Porém, o ponto em comum nessas edições era a fraca parte editorial, que não trazia a biografia dos criadores, muito menos explicavam a história daquele mundo e das raças de seres fantásticos ali presentes.

E, infelizmente, Anões tem os mesmos pontos altos e baixos das outras edições da Soleil no selo Gold Edition da Mythos: Excelentes roteiros e desenhos, mas pouca informação que ajude a enriquecer a trama.

 

 

Assim como Elfos, em Anões, acompanhamos a trama de dois indivíduos que são pertencentes dessa raça, mas são de ordens diferentes. É nessa parte que um editorial eficiente faria crescer a qualidade das histórias. Vejamos o que a própria Mythos afirma em seu site sobre a edição:

“Nos velhos tempos, unidos sob um único rei, os anões dominavam os territórios montanhosos. Quando o grande cisma os dividiu numa profusão de fortalezas-estados, eles dividiram seu conhecimento entre quatro ordens principais: da Forja, da Retaliação, do Templo e do Escudo. E uma quinta foi criada que inclui os proscritos e desfavorecidos, a Ordem dos Andarilhos.”

Porém, a informação acima simplesmente não existe na edição física, causando uma grande lacuna na leitura. Quando começamos a ler, se não fosse pelo roteiro bem amarrado e pelo fato que os anões serem uma raça já bem trabalhada em jogos de RPG e obras como O Senhor dos Anéis, onde se difundiu o senso comum de que eles são mineradores, artesões e grandes mestres na arte de criar armas, o leitor perderia muito do significado do que ali se está mostrando.

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Na primeira história, que é a melhor do álbum, acompanhamos Redwin, da Forja. Um anão que se sente humilhado por seu pai não mais produzir armas, sendo apenas um simples artesão. Com a ajuda de seu tio e de uma raiva inclemente, Redwin chegará ao posto mais alto que um simples anão pode alcançar, matando todos que vê pela frente, em uma trama que leva ele e o leitor ao limite.

O roteiro de Nicolas Jarry funciona muito bem nessa primeira parte, além da ótima arte de Pierre-Denis Goux. Como foi falado anteriormente, essa primeira história, lançada na França em junho de 2015, é a melhor da edição da Mythos.

Não que a segunda história, dessa vez focada em Ordo, de Talião, seja ruim. Longe disso. Porém, sentimos que por causa de Goux assumir apenas o design da série, deixando os desenhos por conta de Stephano Créty, a arte não está tão bonita quanto na primeira trama. Outro fato que também não deixa que a história de Ordo brilhar é a falta de carisma do personagem em comparação com Redwin. Ordo é um anão de uma família rica que foi enviado para treinar contra sua vontade junto à ordem dos assassinos, a Loja Negra. Quando ele chega à idade adulta, resolve derrubar o culto que o treinou, fazendo um grande assalto que envolverá outros assassinos e até mesmo dragões.

A história é muito boa, sendo bem acima da média, mas comparada à de Redwin e seu desejo sanguinário de alcançar o topo de hierarquia dos anões, ela empalidece.

 

 

Quanto à edição da Mythos, o tamanho gigante favorece os belos e detalhistas desenhos. Infelizmente, como falado acima, não consta informações essenciais como a biografia dos autores e informações que enriqueceriam as tramas ali presente. Fazendo uma leitura bem apurada, só identifiquei um erro de digitação na obra, o que pode incomodar aqueles leitores que pagaram caro pela edição e exigem um trabalho editorial perfeito.

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Anões mantém a qualidade que nos foi apresentada em Orks e Elfos, contando com roteiro e arte excelentes, sendo valorizado o trabalho nos desenhos pelo formato gigante em que foi lançado. Infelizmente, os mesmos problemas presentes nas edições passadas ainda estão presente: a falta de um editorial que enriqueça a edição.

 

 

Ficha Técnica

  • Capa dura, com 116 páginas
  • Editora Mythos
  • Lançamento em novembro de 2018
  • Preço de capa: R$ 89,90
  • Tamanho: 32 x 22,8 x 1,4 cm
Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.