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EARTHBOUND: um dos melhores RPGs do SNES

Fonte: https://www.nintendo.pt/Jogos/Super-Nintendo/EarthBound-771110.html

No ano de 199X, um garoto chamado Ness desperta após um barulho gigantesco e resolve sair de casa para averiguar o motivo. Ele descobre que o causador do estrondo foi um meteorito e o local da queda está cercado de policiais. Lá está também Porky (apenas um garoto chato e atrapalhado, a princípio, mas futuramente um dos maiores vilões da série). Mais tarde, nessa mesma noite, Ness, já estando em casa e tendo voltado a dormir, é desperto novamente por outro barulho: Porky batendo na sua porta, pedindo ajuda para achar o irmão, que se perdeu próximo ao meteorito. Agora, sem a polícia para impedir a aproximação, eles chegam bem próximos ao objeto. De dentro dele, sai uma pequena criatura, chamada Zum Zum, que diz ter vindo do futuro para alertar Ness de que os Giygas também voltaram no tempo para iniciar seu plano de domínio da Terra. Como se não bastasse, Zum Zum informa que Ness e mais outras três crianças são os responsáveis por destruir esse mal (ao melhor estilo Exterminador do Futuro). Agora Ness deve iniciar sua jornada em busca das outras crianças: a bondosa Paula, o gênio Jeff e o príncipe e artista marcial Poo.

Essa história cheia de reviravoltas e nomes esquisitos é a premissa de Earthbound (Mother 2 no Japão), jogo lançado pela Nintendo em 1994 que até hoje é aclamado por gamers que curtem RPG, já que possui uma história excelente e personagens muito carismáticos (até os NPCs são legais). Aliás, “Mother 1” sequer foi lançado em solo americano. Na época o mercado de games de RPG não fazia muito sucesso por lá. Ainda bem que, mesmo sendo uma continuação, Earthbound é uma história independente, não sendo obrigatória a jogatina do primeiro game da série.

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É possível que essa pequena narrativa do início tenha feito lembrar do livro “Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells. Essa não é a única referência a esse livro e há outras obras de sci-fi e cultura pop deixando sua marca na narrativa. Os Giygas, por exemplo, lembram o Gort, do filme “O dia em que a Terra parou” (1951).  A própria tela de abertura, além de ter uma trilha clássica de sci-fi dos anos 50, tem uma imagem que lembra as artes criadas para o livro e o filme Guerra dos Mundos. Ainda nessa tela, o subtítulo do game na versão japonesa é “Giygas Strikes Back!”, em uma referência explícita a Star Wars IV, por exemplo (na versão dos EUA, a frase não aparece, provavelmente para evitar problemas com direitos autorais).

No game podemos ver ainda referências a “O Mundo Perdido”, de Sir Arthur Conan Doyle; “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne; “As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, e muitas outras obras literárias que provavelmente não percebi. Os visuais de alguns inimigos também são inspirados em filmes dos anos 50 e há ainda uma cidade toda dedicada aos zumbis popularizados pelos filmes do George Romero. Particularmente, a referência que acho mais legal é a que a banda The Runaway Five faz ao filme “The Blues Brothers” (Os Irmãos Cara de Pau).

Fonte: https://www.nintendo.pt/Jogos/Super-Nintendo/EarthBound-771110.html

A jogabilidade de Earthbound lembra a dos games da série Phantasy Star, com o diferencial na forma de lidar com os itens, utilizando um sistema de correios para pegar e armazenar. Graficamente, a escolha por deixar o visual meio cartunesco não deixou ele datado, se mantendo muito lindo até hoje, principalmente na tela de um portátil. Ainda assim, mesmo com esse visual, o jogo em si tem elementos bem sombrios, como seitas que lembram a Ku Klux Klan, alcoolismo, abandono parental, violência sexual e até uso de drogas.

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Fica então a dica desse maravilhoso game, que infelizmente, mesmo tendo uma continuação em Mother 3, assim como outras boas séries de jogos da Nintendo, foi deixado de lado pela empresa, aparecendo apenas em participações em outros games da casa, como Smash Bross.

Um leitor de gibi idoso. Editor do QuintaCast.