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Janeiro Literário | Chimamanda Ngozi E O Feminismo Em Debate

Hoje vamos com mais uma valiosa colaboração de Dani Marques, que nos convida a conhecer melhor a obra de Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana que tem se destacado ao colocar o feminismo em debate. Autora de trabalhos premiados como Meio Sol AmareloChimamanda, de quem já falamos aqui, proferiu palestra em 2012, posteriormente compilada em livro, onde compartilhou sua experiência como uma africana feminista e sua visão sobre construção de gênero e sexualidade. A partir de então, tornou-se um nome fortemente ligado ao tema, ganhando projeção internacional.

É sobre as ideias provocadoras da nigeriana que Dani nos fala, dentro do projeto Leia Mulheres, que apresentamos anteriormente.

 

Chimamanda Ngozi E O Feminismo Em Debate

Dani Marques

Discussões acerca do feminismo aumentaram nos últimos tempos. Apesar de não ser algo recente, muito precisa ser dito e estudado sobre para que se possa falar com propriedade ou perto disso. Para tanto, Chimamanda Ngozi mostra a que veio. Sua obra Sejamos todos feministas — uma compilação de uma palestra proferida, pode ser uma boa indicação para quem deseja adentrar na discussão.

A autora relata que foi chamada pelo amigo de infância de feminista e de cara percebeu que não era um elogio. Foi daí que ela questionou se as feministas eram infelizes, como ela não era, se autodeclarou feminista e feliz. O livro ainda traz questões sobre a diferença de remuneração entre homens e mulheres, cita situações em que se sentiu invisível por estar acompanhada de um homem, entre outras reflexões inspiradas no cotidiano.

Além disso, trata dos comportamentos esperados pelas mulheres, como não sentir raiva, ou mesmo das vezes que temos que abafar nossos anseios para cuidar do ego frágil dos homens. E que nossa definição de masculinidade é muito estreita.

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Termina dizendo que a pauta feminista é diferente da pauta dos Direitos Humanos, porque ser do sexo feminino é um problema. Além de cobrar a necessidade dos homens se manifestarem.

Nessa mesma linha temos também Para educar crianças feministas, resultado de uma carta que Chimamanda escreveu para uma amiga, recém mãe, dando conselhos de como seria criar uma filha com formação igualitária, começando pela distribuição de tarefas na criação da mesma: mãe e pai tem as mesmas obrigações na criação dos filhos.

Chimamanda fala ainda que sua amiga não seja definida apenas pela maternidade, que o papel de supermulher não existe — o que gera sobrecarga e frustração, que ela se orgulhe de trabalhar fora, e que sempre incentive sua filha a ler. Muitas outras dicas são abordadas a fim de proporcionar uma criação que não prenda as mulheres na “camisa de força” do gênero como ela mesmo fala. Fica a dica para mamães e papais, pois a criação dos filhos é da responsabilidade dos dois.

Se você gostou de conhecer essas duas obras, nesse sábado o Leia Mulheres Teresina vai discuti-las, na livraria Entrelivros, a partir das 4 horas da tarde. Estejam todos convidados!

Parnaibano, leitor inveterado, mad fer it, bonelliano, cinéfilo amador. Contato: rafaelmachado@quintacapa.com.br