O rock é um registro humano que conta cada momento da nossa história em forma de música. Desde surgimento (final da década 40 do século 20) até hoje o estilo musical consegue expressar tudo que sentimos.
Os anos 80 foi a década onde se mesclou um pouco de tudo no estilo, surgiu o new waze, progressivo, psicodélico, além de todo o universo de bandas que levantaram a bandeira do rock alternativo. Com toda uma influência e bastante referências da melhor era da música eis que surge a Piauiense Insular.
Thomaz Jedson (compositor, guitarrista e vocalista) é o líder da banda. A ideia surgiu em meados de 2014 quando ele estava saindo de uma fase musical mais agressiva (A Falange). O projeto se chamava Tétrade Obscura, mas foi apenas em 2016 que tudo que ele tinha imaginado começou a sair do papel. Enquanto Jedson tem essa linha mais progressiva, lutas e críticas sociais, seu amigo e músico Manoel Renato, trouxe o melódico e composições introspectivas. Da junção de ideias, testes e a configuração original da banda com a entrada de Daniel Braga, Raylanne e Marcos Santana, o Insular que era apenas um ideia se tornou em uma banda.
O álbum ‘Penitência’ é uma viagem sobrenatural sobre a solidão, a culpa e medo de errar. São 12 faixas, 12 facetas musicais distintas. Me chamou bastante atenção a técnica de gravação dos instrumentos eletrônicos. Usar conceitos do rock psicodélico é uma atividade mental nada fácil, pois a proposta desse estilo é representar a consciência humana e a banda faz isso incrivelmente impactante.
Cada faixa tem começo, meio e fim. Um quebra cabeça que você precisa montar até o final para compreender o que está fazendo, no caso, ouvindo. A faixa O Mar, por exemplo, começa com o grave do baixo e expande percebemos que estamos imersos em águas profundas ou a faixa O Motim Das Cobras que explode com linhas incríveis de guitarras e vai costurando o instrumental, letra e muita ira.
De todas, a minha preferida é sem dúvidas Havia Um Canil. A evolução dessa música mostra como esses caras estão afiados.
O rock do piauí não é consolidado e acredito que bandas como a Insular traz um breve suspiro que a nossa musicalidade, nossos artistas e compositores fazem um trabalho autoral bonito de se ouvir.
Insular chegou. Trouxe um álbum conceitual, complexo, mas que é fácil de assimilar e vejo um bom futuro para eles. A capa do álbum é uma obra de arte do artista brasileiro Wendell Aráujo. Ele comenta que Marq Spusta foi o artista inspiração para construir e desenhar a capa.
Recomendo.
Você pode ouvir o álbum completo:
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