O Kililana Song (Nemo), de Benjamin Flao, é uma das histórias em quadrinhos que obrigatoriamente temos que ler mais de uma vez. Não pela complexidade do texto, mas por que esse tipo de obra requer pelo menos duas etapas. A primeira é para se deliciar com a história, e a segunda para saborear cada momento, com paradas, observando os detalhes e, principalmente, deixando “cair o queixo” com o a arte.
A começar pelo fato de que a história se passa em verdadeiro paraíso na Terra, cidade portuária de Lamu, no Quênia. O traço e as cores de Benjamin Flao transportam o leitor ao local, deixando extremamente difícil “desistir” de uma página para buscar a seguinte.
Outro grande atrativo de Kililana Song é que a trama tem como ponto central uma criança, Naim, de apenas 11 anos, que vive com a tia e passa a maior parte do tempo fugindo do irmão mais velho, e durante essa fuga acaba observando e se envolvendo com as coisas que estão acontecendo em Lamu.
São histórias de turistas ingênuos, traficantes de drogas, prostitutas, especulação imobiliária e até jihadistas. O roteiro mistura a visão inocente e encantada do menino com a dura realidade de cada uma dessas situações negativas de forma tão elaborada que todas as subtramas são muito desenvolvidas. O leitor é conquistado a seguir cada uma delas e anseia em saber como será concluída.
A história de Naim fecha de forma emocionante após o envolvimento com um velho que se diz guardião da árvore sagrada. É de “perder o fôlego” acompanhar o garoto, o velho Ali e o corpo daquele que seria o último herói do seu povo, o gigante Liongo Fumo, todos em pequeno barco em alto mar.
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Benjamin Flao
Benjamin Flao é um roteirista, ilustrador e colorista francês de história em quadrinhos que nasceu na França. Publicou os dois primeiros volumes de Kililana Song entre os anos de 2012 e 2013, trabalhou que o prêmio RTL (francês) de melhor HQ em 2013.
A Editora Nemo lançou agora a edição integral.
Onde encontrar: clicar aqui.
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