Preparamos uma lista de graphic novels e mangás – quadrinhos para os leigos, que podem melhorar, mudar e abrir sua mente. Se não conhece nenhum citado abaixo, conheça agora.
1 – Y: The Last Man, Brian Brian K. Vaughan — É sobre um rapaz chamado Yorick Brown, um artista escapista amador que tem um macaco capuchinho chamado Ampersand como seu companheiro. Um belo dia, tudo na Terra que possui o cromossomo Y simplesmente morre, menos Yorick e Ampersand. E a história mostra o caos que isso gera, assim como a trajetória de Yorick para encontrar sua namorada que está do outro lado do planeta. A história é muito legal e quebra bastante os clichês que poderiam gerar com o fato dele ser o único homem do mundo.
2 – Daytripper, Fábio Moon e Gabriel Bá — Escrita por dois brasileiros, a HQ conta a história de Brás, escritor de obituários de um jornal que decide mudar a rotina de sua vida e começar a viajar pelo país. Ele encontra um possível amor, faz amizades, perde outras e a cada fim de capítulo você se depara com fins trágicos e, no início de outro, realidades alternativas que te forçam a refletir sobre nossas vidas e se estamos vivendo da forma como realmente queremos; essencialmente uma reflexão sobre a vida e a morte. A graphic novel também foi vencedora do prêmio Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos.
3 – Scott Pilgrim contra o Mundo, Bryan Lee O’Malley — Um protagonista descompromissado; uma história um tanto nonsense recheada de referências pop; e a alegoria de que conquistar a pessoa amada pode se igualar a uma partida de videogame formam um retrato sincero da geração jovem do século XXI.
4 – O Perfuraneve, Jaques Lob, Benjamin Legrand e Jean-Marc Rochette — É um quadrinho francês da década de 80 e que saiu ano passado no Brasil numa edição caprichada de capa dura, logo depois do filme baseado nele ser lançado por aqui (Snowpiercer ou O Expresso do Amanhã, com a Tilda Swinton, Ed Harris e Chris Evans). A história se passa num futuro pós-apocalíptico em que o último resquício de humanidade fica limitado ao interior de um trem que fica dando voltas ao redor de uma Terra completamente congelada após um experimento catastrófico. E é aí que mora o problema: os vagões do Perfuraneve são divididos de acordo com classes sociais num modelo perfeitamente estamental, sem possibilidade de passar de um vagão para o outro e com disponibilidade de recursos diferentes para cada nível. Essa é a premissa para os autores explorarem de forma sensacional um modelo em miniatura da nossa sociedade, com as suas injustiças e toda problemática envolvida em sua organização. E ainda tem uma parte gráfica incrível com desenhos maravilhosos!
5 – Maus, a História de um Sobrevivente, Art Spiegelman — Art Spiegelman narra a história e luta do pai, um judeu polonês, para sobreviver ao Holocausto. Alternando entre a própria história e a do pai, é oferecido um panorama real sobre como era a Alemanha antes e depois do movimento nazista. Toda a evolução. Utilizando de uma arte e criatividade espetacular, nessa história de acontecimentos desumanos, os nazistas são retratados como gatos, os judeus como ratos e os americanos como cachorros. Desespero, dor, tristeza, morte, tudo está presente nessa Graphic Novel de Spiegelman. Um retrato biográfico de um pai, que reflete de maneira bem pessoal as experiências, do que era ser um judeu vivendo em plena Alemanha Nazista.
6 – Persépolis, Marjane Satrapi — A graphic novel conta a trajetória da revolução islâmica no Irã por meio da história de vida da própria autora. É maravilhoso, trata de resistência, empoderamento, feminismo entre outros importantes temas.
7 – Azul é a Cor mais Quente, Julie Maroh — Julie Maroh conta a história de Adèle, uma menina que durante a adolescência se apaixona por outra garota, que tem cabelos azuis. Aos poucos ela descobre sua sexualidade, enfrentando as consequências — preconceito da família, amigos e da própria sociedade — por viver esse amor. A história é cativante por conta disso. Adèle se descobre e cria métodos para lidar e crescer com a dor de ser julgada, evoluindo muito ao longo do processo, o que torna a história mais rica. Indico a leitura principalmente por desmistificar e dar uma ferramenta de reflexão sobre relações homoafetivas.
8 – Gen Pés Descalços, Keiji Nakazawa — Embora não haja limites para as variadas formas com que os quadrinhos possam explorar um universo fantástico e nos levar a pensar em nossa própria realidade, sempre vale à pena também fazer o contrário: buscar histórias em que momentos significativos da história humana servem de pano de fundo para a arte, a imaginação e profundas reflexões. A história criada por Keiji Nakazawa e com fortes elementos autobiográficos mostra um “outro lado” da Segunda Guerra Mundial a que estamos pouco habituados: o dos cidadãos comuns do Japão imperial. O enredo é ambientado pouco tempo antes da primeira bomba atômica do mundo ser lançada sobre a cidade de Hiroshima e acompanha a personagem-título em várias aventuras e estranhezas típicas de uma criança de sete anos, mas com as situações dramáticas e atípicas de quem vai crescendo sobre escombros pós-apocalípticos…
9 – Pluto, Naoki Urasawa — O mangá é uma releitura de Tesuwan Atom, conhecido como Astro Boy, e conta com um mundo repleto de inteligência artificial e andróides. A história é sobre um deles, que é detetive da Europol e investiga o assassinato de outros andróides. O mangá faz vários questionamentos sobre o uso de inteligência artificial, como sentimentos, fome, cansaço, entre outros. Um dos meus trechos preferidos é quando o andróide Atom, que tem a forma de uma criança come um sorvete. Ele diz que não precisa comer, mas come pois isso deixa os humanos mais confortáveis perto dele.
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