A minissérie Senna (Netflix), que conta um pouco da vida e da carreira do maior piloto brasileiro da Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva, já está disponível no streaming. São seis episódios com cerca de uma hora de duração cada um.
O roteiro vai desde a infância do ídolo até o acidente que causou a sua morte no autódromo de Ímola (Itália), em 1º de maio de 1994, apresentando seu início no kart, o relacionamento com a família, vitórias, mudanças de categoria do esporte, os títulos e, inclusive, os romances.
Na época, o Brasil inteiro acompanhava os grandes prêmios da Fórmula 1 motivamos pelo brilho de Ayrton Senna e sua vida sempre esteve nos jornais e nos programas de TV. Portanto, antes de começar os trabalhos, os produtores da série já tinham nas mãos esse grande desafio: a falta de novidades! A magia deveria estar, então, em como apresentar essa trajetória já muito conhecida no país, até mesmo por quem não viveu à época.
Esse, sem dúvida, foi o grande gerador dos “altos e baixos” da trama. Um dos pontos positivos está no trabalho desenvolvido pelo ator Gabriel Leone e a direção. Todos os detalhes foram bem trabalhados: a postura corporal e o caminhado, a fala e o cabelo.
Outro ponto positivo da direção foi a troca rápida de enquadramentos durante as corridas, destacando os momentos das ultrapassagens. São dados closes no acelerador, no câmbio, na direção, alternando com imagens externas dos carros. O único problema é que isso foi explorado em excesso.
Ainda falando em destaque positivo, os momentos mais marcantes da história do piloto também foram muito bem representados, como a vitória no Brasil, e todos os detalhes que antecedem sua última corrida, sem amenizar a polêmica sobre a pista e as mudanças de regras que aumentaram bastante os riscos, e também sem apelar para as cargas dramáticas.
Os romances
Falar dos namoros de Ayrton também seria inevitável. Como não mostrar que existiram momentos românticos com a mulher mais popular naquela época, a apresentadora, cantora e modelo, Xuxa. No entanto, não dar pra negar que ficou estranho que o seu envolvimento com a modelo e apresentadora Adriane Galisteu. A sensação é: “não podemos negar, mas não vamos falar muito”.
Amizades e rivalidades
Provavelmente, a parte dos relacionamentos de amizade e rivalidade seja, para muitos, a maior surpresa da série. A amizade com o narrador Galvão Bueno, os ensinamentos deixados pelo experiente Niki Lauda, as brigas com o ex-presidente da FIA Jean-Marie Balestre, a grande rivalidade com Alan Proust (que depois se transformou em amizade), entre outras.
Colocando tudo isso na balança, o que se pode dizer é que vale a pena dar uma chance à série, ainda mais para quem nasceu depois de 1994 e que não sabe que Ayrton Senna não foi apenas um excelente piloto, mas grande cidadão que sempre brigou pelo que é correto, que nunca deixou de se dedicar ao extremo e que deixou um importante legado ao país, não só na área esportiva. Senna criou, ao lado da irmã Viviane, uma fundação que tem levado educação a milhares de crianças no país durante todo esse tempo.
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