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“Vamos cada vez mais fazer edições mais grossas”, conta editor da Mythos

Dourival Lopes foi homenageado pela sua longa estrada como editor de quadrinhos no Brasil

Aproveitamos a passagem de Dorival Lopes, editor da Mythos Editora, por Porto Alegre (RS), durante um evento um evento comemorativo dos 75 anos do Tex, pra conversar um pouco. Entre outras coisas, Dorival lembrou que, sim, Tex ainda é o “carro-chefe” de vendas da editora, e os demais personagens publicados pela Mythos hoje em dia não chegam nem próximo em termos de número de revistas vendidas. Outro fato confirmado pelo editor é que a empresa deve realmente seguir a tendência de mercado e publicar cada vez mais as edições mais volumosas, como os encadernados e os omnibus. Confira a entrevista:

 

Como está a Editora Mythos hoje em dia com essa grande quantidade de materiais editados? Tem Tex, tem Fantasma, Hellboy etc. E qual o carro-chefe da editora, ainda é o Tex?

Ainda é o Tex, claro! Ele ainda é o que vende mais. Dos outros todos, nenhum vende nem perto de Tex, mas eles se pagam e a gente tem consigo manter. E a tendência é fazer cada vez mais edições encadernadas, grossas, esses omnibus, o do Tex, por exemplo, vende bem, o Fantasma também vende bem. É uma tendência de mercado que o pessoal gosta de revista grossa, parruda mesmo. E como não tem banca… porque pra banca a revista tem que ser mais barata por que é um outro público. Mas o público da internet, ele sabe o que quer, ele faz um esforço e compra, paga R$ 150 numa revista por que ele ver qualidade e sabe que vale a pena. Então, é uma tendência de mercado cada vez mais a gente fazer coisas encadernadas e ir engrossando as revistas.

Como estão as vendas desse novo material da Bonelli, do Tex Willer?

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Ele vai bem. Não vende tento quanto o Tex. O pessoal gosta muito, mas ninguém tem grana pra comprar tudo. A gente faz 5, 6 edições de Tex todo mês, o encadernado, o omnibus, o mensal, e o pessoal, por mais que quisesse, não consegue comprar tudo. Mas todas elas vão bem, e para o ano que vem a gente pretende manter mais ou menos a mesma programação desse ano, e o Tex Willer é um que com certeza vai continuar. A gente vai continuar fazendo também os especiais dele, já fizemos três, já saíram mais dois na Itália, e a gente vai trazer também. Agora estamos tentando fazer com histórias fechadas, três edições italianas por vez. Também para seguir essa tendência de revistas mais grossas, que leitor prefere. Então, a gente vai continuar nessa linha, tentando fazer sempre histórias fechadas, com mais páginas.

 E esse material do Hellboy, do BPDP, também está tendo boa saída?

Tem sim. Hellboy é um fenômeno. Vende muito toda vez que sai é uma correria, o pessoal adora. Tanto o Hellboy, quanto as revistas derivadas dele, vende bem. Portanto, enquanto tiver material a gente vai continuar.

E sobre as edições coloridas de O Mágico e o Vento, estão tendo a mesma resposta?

As edições coloridas de O Mágico e o Vento não estão indo tão bem, não sei se por causa de preço. Talvez a gente pare na 12 e não faça mais. A 12 deve ser a última. Por ser capa dura, colorida, papel couchê, ela fica muito cara e nem todo mundo pode comprar.

 

E as Golden Edition, eles devem continuar?

Sim, sempre que tiver algum motivo para fazer alguma Golden Edition com certeza a gente vai fazer. Pela qualidade do material elas são bem requisitadas.

Jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí com mais de 20 anos de atuação na área, sempre com destaque para área cultural, principalmente no campo das histórias em quadrinhos, cinema e séries.