Não deixe de conferir nosso Podcast!

Crítica | A Capitã Marvel chegou, Thanos. É melhor se preparar.

Marvel Studios

Depois de 10 anos e 20 filmes, a Marvel Studios finalmente – repito, finalmente – tem seu primeiro filme solo onde uma mulher é a protagonista. E Carol Danvers, a Capitã Marvel é tão incrível quanto você esperava.

Capitã Marvel é o 21ª filme do Universo Cinematográfico Marvel e é uma história de origem diferente de todas que foram contadas até então.

Esse texto é especial, ele é basicamente um grande veredito sobre o filme e não contém spoiler.

O filme é Co-dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, contando como a Capitã Marvel (Brie Larson) chamada primeiramente de “Vers”, nome dado por Yon-Rogg (Jude Law), seu mentor e líder Kree. A introdução do filme mostra uma mulher treinada para o combate que acompanha a famosa Starforce, uma elite de poderosos guerreiros Kree – Yon-Rogg, Minn-Erva (Gemma Chan), Korath (Djimon Hounsou), Bron-Char (Rune Temte) e Att-Lass (Algenis Pérez Soto) – num embate contra os Skrulls, alienígenas capazes de se transformar em qualquer pessoa à sua escolha que estão em guerra contra os Kree há milhares de anos. Por causa dessa missão, ela acaba pousando na Terra em meados da década de 1990. Chegando no planeta estranho levanta ainda mais questões, especialmente depois de conhecer o S.H.I.E.L.D., o Agente Nick Fury (um Samuel rejuvenescido digitalmente L. Jackson). Os Skrulls também vieram à Terra e enquanto procura por eles, Vers / Carol começa a perceber que pode haver mais coisas na sua misteriosa história de vida.

Brie Larson é a própria definição da Capitã Marvel. Depois de assistir ao filme, não há dúvida em minha mente sobre como ela consegue atingir toda a importância que a Carol Danvers é e o que ela representa para os fãs de quadrinhos velhos e novos. Larson não apenas treinou vigorosamente para incorporar a fisicalidade do “herói mais poderoso do UCM”, mas ela tem uma facilidade inerente que permite que se torne completamente a heroína que as mulheres querem. Inteligente, espirituosa e muito badass.

Lashana Lynch interpreta Maria Rambeau.

Eu senti o “girl power” em todo o filme, mas também é um filme que mostra a amizade. As amizades de Carol com Fury e Maria Rambeau (Lashana Lynch) são igualmente importantes, mas únicas. E isso, é algo que ainda não se tinha visto nos filmes da Marvel. Antes de Carol, Fury nunca conheceu alguém com superpoderes ou questionou a existência de mundos externos. Em Capitã Marvel, ele mostra uma faceta mais divertida e está disposto a acompanhar a jornada dessa nova amizade com a mente aberta. Larson e Jackson são hilários juntos. O próprio Jackson foi todo sorriso nas entrevistas que deu com a imprensa sobre como foi importante para ele ver a história de origem de seu personagem. De certa forma, este filme é uma história de origem para ele, Carol e S.H.I.E.L.D. e o Agente Phil Coulson (Clark Gregg), que também faz algumas aparições breves ao longo do filme. Como um fã do UCM, é divertido ver o processo de como o quanto cada personagem cresceu, como cada um foi no filme da Capitã Marvel e as perspectivas que nos aguarda em Vingadores: Ultimato.

LEIA TAMBÉM:  Crítica | A segunda temporada de ‘ The Umbrella Academy’ da Netflix é incrível e divertida

Mas para mim, é a força do relacionamento de Maria e Carol que leva o filme a outro nível.

Enquanto o UCM mostrou mulheres trabalhando juntas (Nakia, Shuri e Okoye em Pantera Negra), bem como parte de uma rivalidade entre as irmãs (Gamora e Nebula), o relacionamento de Maria e Carol é verdadeiramente a primeira vez que vimos mulheres em uma amizade que define a vida de uma forma mais humana. O vínculo que duas mulheres podem compartilhar atinge profundamente o seu núcleo e não é apenas sobre quem irá apoiá-lo, mas também sobre a pessoa que você chamará quando a merda cair no ventilador e começar atingir todo mundo. A Maria de Lynch é um complemento perfeito para os Danvers de Larson. Lynch homenageia as mulheres pilotos da Força Aérea, além de homenagear as mães solteiras do mundo. Sua essência é muito firme, mas feroz, e a entrega de um monólogo que vem justamente quando Carol precisa dele, é um dos momentos mais emocionantes do filme. Ela é uma mãe cuidadosa, mas se você piscar, ela vai lhe derrubar facilmente. Embora ambas sejam fortes em suas próprias maneiras, elas são duas mulheres diferentes, e foi emocionante ver esse laço feminino tão próximo passar em um filme de super herói.

E o fato de o filme passar nos anos 90 foi uma escolha genial. Os anos 90 foi a década em que o feminismo estava se redefinindo. Não refletia mais o ativismo de queima de sutiãs de nossas mães; em vez disso, o feminismo dos anos 90 tratava de definir força na feminilidade, seja fisicamente (à la Sarah Connor no Exterminador 2) ou jogar fora a ideia de uma mulher “emocional” (assista a um desenho chamado Daria) ou simplesmente definir quem você é (como Lelaina Pierce em Caindo na Real). A natureza multifacetada da feminilidade é o que distingue Carol de todos os heróis que vieram antes dela e é o que faz dela o herói mais forte que a UCM já viu.

LEIA TAMBÉM:  Crítica | Raio Negro: Tudo que Luke Cage não foi.

Eu era uma criança nos anos 90, mas tirando a locadora Blockbuster Video, o resto que aparece no filme me rendeu uma boa dose de nostalgia. Sem mencionar a música que basicamente ouvi todos nas rádios e fitas K7 da vida como Hole, Garbage, Nirvana, No Doubt, etc…

E temos a Goose (interpretada por um time de gatos), que não posso dizer muita coisa pois seria um grande spoiler para aqueles que ainda não viram o filme. Ela com certeza vai aparecer em diversos filmes do futuro da Marvel.

Mesmo adorando o filme e fazendo esta análise, Capitã Marvel ainda não resolve a questão da história de origem que tem atormentado todos os filmes de super-heróis até agora, sejam eles da DC ou da Marvel. Existem várias momentos mornos no filme, especialmente no primeiro ato. Algumas delas são causadas pelos saltos para frente e para trás no tempo entre o momento em que Carol era um piloto da Força Aérea e quando ela pousa na Terra como uma Kree. A menos que você conheça a história lendo os quadrinhos, pode ser um pouco confuso até que as peças comecem a se conectar no meio do filme. Além disso, quando você está acostumado com os filmes mais recentes da Marvel, onde já conhecemos cada personagem, o “grande momento” da Capitã Marvel leva muito tempo para chegar. Mas quando isso acontece … arrepios por toda a extensão de nosso corpo.

Também achei a narrativa um pouco perdida em relação a Guerra Kree-Skrull. Espero que isso seja resolvido em filmes futuros ou até mesmo que tenha alguma coisa da Invasão Secreta.

Enquanto a Capitã Marvel tem poderes que ela só começou a descobrir, sua verdadeira força é possuir o que a separou toda a sua vida – apenas uma menina que sempre se levantará quando cair, porque isso é mais do que suficiente.

Como disse o Cardoso em sua análise:

“A Capitã Marvel chegou, Thanos. É melhor se preparar. Como toda Super-heroína Carol Danvers apareceu no momento em que era mais aguardada, quando mais precisávamos dela. Ela trouxe a maior arma de todas e reverteu totalmente o clima pra baixo do final de Guerra Infinita. Mais que um S no peito, a Capitã Marvel representa a Esperança.”

 

Imagens: Marvel Studios

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.