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Resenha | Heavy Metal: Black & White (Editora Mythos)

Edição especial Heavy Metal: Black & White acerta no conteúdo, ao trazer 05 histórias fechadas provenientes da 2000AD, e na parte editorial, fazendo com que a edição seja uma ótima oportunidade para os leitores conhecerem novos personagens e histórias fechadas.

 

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Quando analisei a primeira edição da temporada inicial da revista Heavy Metal pela editora Mythos, cheguei a seguinte conclusão: “Contando com um formato caprichado e atrativo, a nova publicação da Mythos tem seu ponto fraco nas tramas apresentadas, mesmo que algumas se destaquem. Porém, o formato de temporada proposta pela editora pode tornar esse título viável e, quem sabe, dar vida longa a mais tramas da 2000AD.”

Ou seja, naquele momento, o ponto fraco mostrava ser a escolha das tramas que iriam preencher as edições do mix de Heavy Metal, já que o formato escolhido e o preço atrativo chamavam a atenção dos leitores que gostam de histórias adultas e daqueles que querem conhecer os títulos da 2000AD, editora inglesa famosa por Juiz Dredd.

Mesmo quando algumas tramas continuaram não se destacando durante os 05 números da primeira temporada, com as fracas Guerreiros ABC e Sláine, da dupla Pat Mills e Clint Langley, e as ótimas Mundo dos Labirintos, de Alan Grant Arthur Ranson, e Contos de Telguuth, de Steve Moore e Greg Staples, dava pra perceber que o formato por temporada favorecia a continuação do título, que pode trazer novas boas histórias da editora inglesa.

E é esse o grande acerto de Heavy Metal: Black & White: unir a excelente qualidade editorial do título com histórias realmente boas, que apresentam novos personagens, mas em ótimas tramas fechadas.

 

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A edição conta com Absalom, por Gordon Rennie e arte de Tiernen Trevalion; Sláine, de Pat Mills e Chis Weston; Passado Imperfeito: Altermundo, roteiro de Steve Moore e arte de Cam Smith; Contos de Terror de Tharg, por Alec Worley e Tom Foster; e Necrophim, com roteiro de Tony Lee e arte de Lee Carter.

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As tramas que mais ocupam espaço nesse quadrinho de 100 páginas são Absalom e Necrophim, e são justamente as que podem agradar o leitor por dois motivos. Em primeiro lugar, por servirem de introdução a novos personagens e novos universos ficcionais interessantes, com suas regras próprias. E, também, por serem histórias fechadas em si, mesmo que contem com ganchos para futuras edições.

 

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É impossível esconder que Absalom é um John Constantine, do selo Vertigo da DC Comics, da terceira idade. Mas isso não é demérito algum. O detetive carrancudo e bêbado, que é mais velho do que aparenta (se isso é possível!), tem que lidar com uma Inglaterra envolta com seres sobrenaturais e uma aristocracia inglesa formada por demônios vampiros. E a história presente na Heavy Metal: Black & White serve tanto para introduzir o personagem quanto pra criar no leitor a vontade de conhecer mais daquele universo, em especial, devido ao gancho ao final da história.

É a trama que abre a edição e, talvez, seja a melhor escrita. Porém, isso não significa que as outras são fracas e desinteressantes. Longe disso. Mas o carisma de Harry Absalom é um diferencial nessa edição voltada para o público adulto.

 

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As histórias a seguir (Sláine e Contos de Terror de Tharg) são mais curtas, porém, interessantes. E salta aos olhos ver como uma história de Sláine melhora ao ter um artista mais “clássico” como é Chris Weston. Os desenhos digitais de Clint Langley, desenhista do personagem nas histórias da primeira temporada de Heavy Metal, apesar de não serem feios, incomodam pela falta de movimento, fazendo com que a rápida trama de Weston nessa edição seja bem mais chamativa do que o que foi publicado anteriormente.

Já em Passado Imperfeito: Altermundo, trama que quase empata com Necrophim no número de páginas nessa edição, temos um bom exemplo de como essas edições especiais com histórias fechadas podem ser uma boa pedida para leitores que querem fugir da mesmice. Passando-se em uma Inglaterra que está prestes a guerrear com a frota naval espanhola, acompanhamos uma história alternativa, onde realidades fantásticas se encontram, em uma adaptação muito doida de Sonho de Uma Noite de Verão de William Shakespere.

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Para fechar o compilado de histórias que é Heavy Metal: Black & White, Necrophim cumpre o mesmo papel de Absalom, ao nos apresentar uma história com bons personagens e um novo universo a ser explorado. Aqui, encontramos o inferno em dúvida sobre a sanidade de Lúcifer. Em meio a jogos de poder e golpes de estado, um arcanjo caído terá que lutar contra um inimigo que até mesmo seu rei teve dificuldades de vencer.

A história se desenrola bem e deixa uma vontade no leitor de querer conhecer mais sobre o universo de Necrophim.

 

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A parte editorial da revista continua tão boa quanto foi na primeira temporada. A edição tem resumos das histórias na contra capa, além de informar os roteiristas e desenhistas responsáveis e um ótimo editorial na terceira página. Além, claro, do preço convidativo quando pensamos que a edição é em um formato maior e a qualidade das histórias justifica a compra.

 

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Contando com boas histórias em seu mix, enfim a proposta da revista Heavy Metal acha seu potencial nessa empreitada pela editora Mythos. Heavy Metal:  Black & White serve tanto para trazer boas histórias fechadas quanto para apresentar novos personagens para os leitores brasileiros, fazendo-os torcer para que apareçam em edições futuras do título.

 

 

Ficha Técnica

  • Capa cartão, com 100 páginas;
  • Editora Mythos;
  • Lançamento em março de 2019;
  • Preço de capa: R$ 24,90
  • Tamanho: 20,5 x 27,5 cm
Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.