Depois dez anos esperando, finalmente está entre os mortais o teutonic dance metal, Rammstein! Pombas choram, a terra queima a humanidade derrete em uma poça com novo álbum da banda.
No que diz respeito às bandas de “Neue Deutsche Härte” de Berlim, o Rammstein é o sexteto mais famoso com os mesmos integrantes há 25 anos. Mesmo com todo esse tempo de existência, só agora a banda fez um álbum homônimo. Rammstein, segundo o dicionário alemão, significa aríete de pedra. Que desde nos primórdios da 1990 vem trazendo e combinando experiências musicais estranhamente sensual e únicos descrevendo o lado negro da sociedade, governos e dogmas religiosos. Se você não tem um coração aberto e uma mente inteligente, fique longe dessa banda, se não ela vai consumir sua alma!
Impulsionado pelos vocais guturais profundamente germânicos do co-fundador Till Lindemann textos sexualmente perversos (isto é, quando ele não está falando ao quatro ventos sobre sua aversão a governos e religião), Rammstein é frio sem ser frio, assustadoramente épico e épico, e é claro, um pouco apocalíptico.
O som do novo álbum é pesado em composições degradantes da natureza humana, existem momentos com óperas e dance bem vigorosos, que trituram o ouvinte com guitarras limpas, tambores trovejantes e pianos caindo em nossas cabeças. Ainda vale ressaltar que existem uma música vem com um coro wagneriano atrás das frases de Lindemann enquanto ele deselegantemente tosse os dois lados da moeda da humanidade, tudo em alemão. O som é severo, cara.
Outras letras deste aguardado álbum olham para o lado mais sórdido das coisas. Alguns momentos até sexuais demais, porém a coisa tem um ritmo muito bom de ouvir, a banda toca cada nota empolgada e apaixonadamente sobre os atos carnais e opacos de nossa sociedade. Lindemann faz o ouvinte sentir dor, desejos de uma vez só. Ela fala que nossos desejos sexuais estão intimamente ligados as nossas necessidades espirituais, e ambos devem ser satisfeitos.
Rammstein aborda um tipo diferente de dilema doloroso, sobre a inversão de papéis dentro da família tradicional, tudo bem triste, sinuoso e indelicado. Mas apesar disso, tão real e profundo. Tem uma faixa que fala sobre declínio da humanidade e como prostitutas assumirão o poder.
Apesar de toda a perniciosa provocação encontrada na intenção lírica de Lindemann nessas faixas – para não falar de seu tom de voz ofegante – metal industrial que eles criaram, faz tudo parecer seguro, apenas mais um aspecto do cascateamento melodicamente contagiante do de Rammstein.
Essa é a coisa surpreendentemente incrível sobre Rammstein. O sexteto podia executar atos sexuais desenfreados e comer cabeças de marionetes, e ainda assim, aquele snap-crackle-thrumm-smash-and crash cria sua própria marca dentro da cultura pop. Pegue, por exemplo, as faixas”Ausländer” e “Radio”. São maravilhosas. Enquanto a primeira poderia facilmente tornar-se uma música dançante a outra é uma ode escura e espinhosa sobre as alegrias de amar (e odiar). Se a “Redio Ga-Ga” de Queen estivesse procurando por seu gêmeo maligno, eles o encontrariam ouvindo Rammstein.
Rammstein maliciosamente contagia com seu lirismo sócio-consciente que toca em tudo, desde aversão aos neonazistas até o desgosto com a sua pátria.
Veredito
Apesar de não ser um álbum perfeito, Rammstein é um lembrete cintilante e sensual (se não desajeitadamente sexual) do poder da música industrial e inventiva desse sexteto alemão. Simplesmente incrível e uma experiência única.
Label: Caroline Records
Websites: https://www.rammsteinworld.com/en/
Lançamento Mundial: 17 de Maio, 2019.
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