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Resenha: The Walking Dead volume 03 – Segurança atrás das grades

TERCEIRO VOLUME DE THE WALKING DEAD COMEÇA UMA DAS FASES MAIS QUERIDAS PELOS FÃS: A SAGA DA PRISÃO

Desde que a editora Panini Comics assumiu a publicação de The Walking Dead no Brasil em dezembro de 2017, o lançamento dos volumes têm ocorrido de forma mensal, mostrando o interesse da editora em alcançar as publicações americanas, já que nos Estados Unidos a série se encontra em seu 29º encadernado.
A Panini adotou estratégia semelhante a outros títulos que herdou de editoras que não completaram algumas publicações, como One Piece, por exemplo, lançando desde o primeiro encadernado, visando novos fãs, e, também, publicando da edição onde a editora passada havia parado.
É dessa forma que em março de 2018, foi lançado o volume 03 de The Walking Dead: Segurança atrás das grades, começando um dos arcos que os fãs mais lembram dessa série que trata acerca do dia a dia de sobreviventes após o apocalipse zumbi.
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Após passar fome, serem expulsos de uma fazenda e vagaram perdidos por um intenso inverno, os sobreviventes liderados pelo xerife americano Rick Grimes se deparam com aquele que pode ser um novo começo em meio a devastação que foi a praga zumbi: uma prisão, com cercas que os protegem.
É nesse momento que é mostrado o porquê da série de Robert Kirkman ser um drama sobre sobrevivência e não apenas mais uma história de terror envolvendo mortos reanimados. É nítida a intenção do autor ao estabelecer que aquela sociedade ruiu e novas formas de dinâmica social brotarão. Quando antes a prisão significava o isolamento de pessoas que seriam perigosas soltas, nesse universo ela significa uma forma de proteção contra os mortos vivos, fazendo uma inversão dos valores de confinamento e liberdade.
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Porém, se a dinâmica de vida mudou, alguns personagens podem não ter percebido isso ainda. E novamente cabe elogios ao texto do autor, já que muito do preconceito mostrado ainda é velado, sendo mostrado em diálogos e acontecimentos. Fosse uma proposta de história diferente, The Walking Dead usaria balões de pensamento ou recordatórios para contar sua história. Porém, isso não ocorre, levando o leitor a acompanhar e entender o desenvolvimento da trama sem qualquer muleta narrativa. Ou seja, a saga de Rick Grimes já estava pronta para virar uma série de TV muito antes de ser cogitada para tanto.
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Porém, nem só de crítica social é feita a história. Mostrando que domina a narrativa que quer conduzir, Kirkman choca o leitor com acontecimentos súbitos e brutais, mostrando que os personagens não estão assim tão seguros dentro do perímetro da prisão, já que, mesmo nesse mundo apocalíptico,  o ser humano ainda continua mais do que nunca o lobo do próprio homem. Tratando acerca de moralidade, homicídio, suicídio, depressão, brutalidade e aplicação de penas em uma sociedade que já não tem regras, o volume 03 de The Walking Dead tem muito mais acontecimentos do que o volume anterior – Caminhos Percorridos.
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Nos desenhos, Charlie Adlard parece muito mais a vontade do que quando assumiu os traços da publicação após Tony Moore abandonar a série no volume 01 – Dias Passados. Usando muito mais de preto e com um traço mais sujo do que Moore, a produção ganha definitivamente ares de filme de zumbi e de cinema B, especializado em monstros. Apesar de faltar com a sensação de podridão que um zumbi deveria trazer, o traço de Adlard é eficaz ao estabelecer os mortos vivos como monstro sem rostos que surgem para cercar os vivos.
O desenhista original, Tony Moore, ainda é o responsável pelas capas das edições americanas, colocadas ao final da edição brasileira pela Panini.
A edição da Panini (tamanho 25,8 x 16,8, papel offset, capa cartonada, preto e branco, 144 páginas, preço de capa de R$ 36,00) não tem os mesmos erros grosseiros do volume 02, onde ocorriam de erros de digitação, falta de tradução em algumas palavras e até mesmo o nome do autor era escrito de forma errada. Porém, o volume 03 ainda contem alguns erros de concordância e palavras que não deveriam estar ali. Falta maior apuro editorial nessa que é um dos maiores lançamentos de quadrinhos do mercado nacional, já que a Panini ao assumir o título criou uma expectativa enorme com o lançamento.
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Sendo o começo de uma das passagens mais marcantes de The Walking Dead, a fase da prisão pela qual passarão Rick e os sobreviventes talvez seja o ponto alto da série em quadrinhos. Esse terceiro encadernado lançado pela Panini mostra o porquê, já que o leitor pode enfim perceber que aqui está diante de uma história de sobrevivência e não apenas de monstros canibais que rondam os vivos.
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Outras resenhas sobre The Walking Dead:
https://180graus.com/balaio-cultural/resenha-the-walking-dead-vol-1-dias-passados
http://nerdpoint.com.br/25/03/2018/resenha-walking-dead-vol-02-caminhos-percorridos/
 

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Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.