Texto do colaborador Marcelo Costa.
Baseada na obra do escritor Robert Bloch (1959) – Psicose e no filme de mesmo nome, de 1960, dirigido pelo gênio do suspense, Alfred Hitchcock, a série “Bates Motel” pode ser facilmente colocada na lista das séries imperdíveis que fazem parte do catálogo da Netflix.
Para os desavisados, a primeira coisa que pode causar estranheza é o fato da história ter sido dividida em cinco temporadas, cada uma delas com dez episódios. Mas o que acontece na verdade é uma evolução a cada nova temporada, ficando realmente difícil de dizer se alguma delas poderia ser extraída ou não.
Estrelada por Freddie Highmore (The God Doctor), Batel Motel trabalha de forma magistral a relação psicótica entre o filho Norman e sua mãe Norma. Passo a passo o expectador vai entendendo o porquê dessa relação ser tão complicada e vai aos poucos criando uma empatia, mas também uma antipatia com a cobrança que existe, hora do lado da mãe, hora do Norman.
No filme de Hitchcock, a figura da mãe aparece somente em vultos, que ao final descobre-se ser apenas o Norman Bates transvestido de sua mãe para assassinar quem tentasse interferir na vida dos dois. Somente no final, após sua prisão, um psiquiatra explica que a mente do Norman Mates era tomada pela figura da mãe.
Já os criadores da série – Carlton Cuse, Anthony Cipriano e Kerry Ehrin, decidiram ter como temática principal essa relação conturbada, sem esquecer, claro, o suspense e os assassinatos. Alguns momentos temos pena do Norman por conta do controle exagerado da mãe, em outros instantes ficamos incomodados com o sentimento de pose do filho. “A vida é somente eu e você, ninguém mais”, dizia o filho. Tudo isso leva a questionar: a mãe seria a culpada, ela estava apenas tentando apenas proteger o filho que tinha certos “apagões” e depois não lembrava o que tinha feito?
Na quarta e na quinta temporadas essa ligação atinge o extremo, literalmente. Uma verdadeira prova de fogo para os mais fracos. Os dois últimos episódios da quarta temporada, por exemplo, é teste para cardíaco. Mas apesar de muito carregada e triste, a série de termina de forma belíssima. Qualquer outro final não cairia tão bem.
Além da série, caso alguém ainda não tenha visto, vale lembrar que Psicose é um clássico do cinema, como também o livro de Robert Bloch, publicado pela editora Darksidebooks.
—
Leave a Reply