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“Colorista”: Bilquis Evely é a Desenhista Brasileira que Conquistou o Mundo

Do universo de Sandman à premiada saga da Supergirl, entenda por que Bilquis Evely é uma das artistas mais importantes da DC Comics hoje e por que seu trabalho vai muito além das cores.

Bilquis
Reprodução (Original: Fora do Plástico)

Você já ouviu falar de Bilquis Evely? Se o nome soa familiar, talvez você o tenha associado a “colorista brasileira”. Vamos corrigir essa rota imediatamente. Chamar Bilquis de colorista é um eufemismo tão grande quanto dizer que o Darth Vader tinha apenas “problemas de comunicação” com o filho.

E vencedora do Eisner 2025.

O nome oficial do prêmio é Will Eisner Comic Industry Awards. Para os leigos, imagine o Oscar, mas com menos botox, mais tatuagens e uma paixão genuinamente nerd pela arte sequencial. A surpresa, naquela noite, não foi quem ganhou um dos prêmios mais cobiçados, mas a audácia de quem ainda ousava competir na mesma categoria.

O prêmio do ano de Melhor Desenhista/Arte-Finalista.

Mas que prêmio é esse, afinal?

Simplificando, é o prêmio mais prestigioso da indústria de quadrinhos em língua inglesa, e por extensão, do mercado global. Batizado em homenagem ao lendário Will Eisner — um dos pais da graphic novel e um mestre da forma —, o prêmio reconhece a excelência criativa em dezenas de categorias, de melhor roteirista a melhor colorista, de melhor série a melhor publicação para crianças.

Ganhar um Eisner não é apenas um afago no ego. É um carimbo de validação. É a indústria, formada por seus próprios pares e profissionais, dizendo: “Isso aqui. Isso é o padrão ouro. É assim que se faz”. É o reconhecimento de que o artista não apenas entregou um bom trabalho, mas elevou a mídia de alguma forma.

A verdade? Bilquis Evely é uma das desenhistas e arte-finalistas mais talentosas e aclamadas da atualidade, uma força criativa que saiu do Brasil para redefinir personagens icônicos na gigante DC Comics.

Seu trabalho não é preencher as linhas. É criar os mundos que habitam nessas linhas.  Aqui estão as Hqs que ele fez que eu li:

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Supergirl: A Mulher do Amanhã (Supergirl: Woman of Tomorrow): A obra-prima. Ao lado do roteirista Tom King, Evely entregou uma saga espacial visualmente deslumbrante e emocionalmente complexa. O resultado? Um Prêmio Eisner (o Oscar dos quadrinhos) de Melhor Nova Série em 2022. Não se ganha um desses por acaso.

Supergirl
DC Comics

O Sonhar (The Dreaming): Desenhar o universo de Sandman, cria de Neil Gaiman, é uma responsabilidade monumental. Evely não apenas aceitou o desafio como entregou uma arte etérea e detalhada que fez jus ao legado, consolidando seu nome entre os grandes.

O Sonhar
Reprodução (DC Comics)

Mulher-Maravilha (Wonder Woman): Sua passagem pelo título da maior das amazonas foi marcada por traços que capturaram perfeitamente a dualidade de Diana: a guerreira implacável e a diplomata cheia de compaixão.

Wonder Woman
Reprodução (DC Comics)

O estilo de Bilquis é cinematográfico, detalhista e absurdamente expressivo. Ela não desenha personagens, ela lhes dá alma com lápis e tinta.

Então, da próxima vez que você vir o nome “Bilquis Evely” na capa de uma HQ, não pense em cores. Pense em arquitetura de mundos, em emoção emoldurada em painéis, em uma artista brasileira no topo do seu jogo. Vá procurar o trabalho dela. É uma ordem.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.