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Crítica | Ranking of Kings renova o contos de fadas

Resenha crítica de um dos animes mais assistidos do ano no Japão. Conheça e assista Ranking of Kings!

Rank of Kings
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Resenha crítica de um dos animes mais assistidos do ano no Japão. Conheça e assista Ranking of Kings!

Por gerações, os contos de fadas têm desempenhado um grande papel na vida de todos. É um dos gêneros criativos mais antigos de se contar história. Histórias que vão de príncipes salvando donzelas em perigo de uma bruxa ou de um dragão e até reis encontrando o mais improvável dos amores influenciaram nossa imaginação e nossos pontos de vista na vida. Contos de fadas, não são apenas histórias fictícias para a maioria das pessoas; eles são metáforas para as lutas que enfrentamos em nossas vidas diárias. É esse aspecto que fez um anime como Ranking of Kings se destacar como o que já é considerado um clássico de como é um conto de fadas.

Baseado no mangá de Sosuke Toka, Ranking of Kings (Ōsama Ranking) conta a história do menino Bojji (dublado no original japonês pela Minami Hinata/versão brasileira pela dubladora Monalisa Capella), um príncipe surdo e mudo que é visto como uma piada para muitos em seu reino, mas tem um coração empático sem tamanho. Seu meio-irmão Daida (Yuki Kaji versão japonesa/Yago Machado versão brasileira) acaba sendo o escolhido para assumir o trono, enquanto seu pai Bosse (Kenta Miyake versão japonesa/Ênio Vivona versão brasileira) se aproxima da morte e sua madrasta, a rainha Hiling (Rina Sato versão japonesa/Nadine Barthman versão brasileira) cuida deles. 

Mas um dia, Bojji encontra um amigo chamado Kage (Ayumu Murase versão japonesa/Fernando Ferraz versão brasileira), o único sobrevivente de um clã das sombras e um ex-ladrão, que vê o verdadeiro eu de Bojji quando ninguém está olhando. No entanto, os planos de Daida para governar podem ter algumas consequências, ele estava sendo influenciado por um Espelho Mágico chamada Miranjo (Maaya Sakamoto versão japonesa/Gabriela Pellegrino versão brasileira) que o aconselhava desde criança.

A primeira vista, Ranking of Kings parece ser um conto de fadas comum. Tem todos os seus elementos narrativos habituais: o príncipe fraco, mas nobre, uma madrasta malvada, um espelho malvado que tenta derrubar o governo vigente e um príncipe malcriado que fará tudo o que puder para ser o próximo rei. Mas então, do nada, o que parecia uma fábula mediana, vira uma narrativa insana e única.

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Bojji não é apenas visto como um príncipe bondoso, todas as pessoas ao seu redor acabam se contagiando por essa bondade. A madrasta Hiling faz todo o possível para proteger Bojji, chegando ao ponto de aprender a linguagem de sinais para que ela possa se comunicar com ele. Daida tenta proteger seu meio-irmão dos comentários cruéis dos cidadãos do reino, enquanto tenta ao máximo se tornar um guerreiro forte para mantê-lo seguro. Quanto ao Espelho Mágico, bem, ela ainda é muito má, especialmente com o que ela faz Daida fazer quando ele recebe o trono!

O personagem chave em Ranking of Kings é Kage, que a princípio é tratado como uma ameaça ao reino devido ao histórico de seu clã. Mas à medida que a narrativa vai expandindo, ele se torna o melhor amigo de Bojji. Mesmo quando as pessoas que deveriam proteger Bojji do perigo aparentemente se voltam contra ele, Kage está lá a cada passo do caminho para garantir que Bojji se torne o guerreiro forte que ele quer ser. E é aí, queridos leitores, que a verdadeira história começa a se desenrolar.

Durante toda a sua vida, Bojji se considerava fraco, pois sua incapacidade de ouvir e falar impedia seus meios de agir como um membro da realeza. Mas depois que ele o vê duelar com Daida, Kage descobre o verdadeiro poder que Bojji tem. E de alguma forma ele acaba sendo treinado Despa (Takahiro Sakurai/Gustavo Vergani) quando descobre não apenas a capacidade de lutar como um rei, mas também vencer como um! E assistir Bojji se tornar um guerreiro corajoso e poderoso é divertido e incrível.

Há muitas camadas mais complexas acontecendo em Ranking of Kings. A traição, as revoltas, as histórias por trás e até mesmo as evoluções dos personagens não podem ser resumidas aqui. Esse é o tipo de anime que tem camadas, a ponto de você não poder olhar para ele como um mero conto de fadas.

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Outra coisa muito bem feita é a animação. Feita com grande personalidade pelo Wit Studio (Attack on Titan, After the Rain). A estética visual de Ranking of Kings tem uma sensação clássica, parecendo mais um desenho infantil da década de 1970 do que um anime moderno. As expressões faciais, movimentos e até técnicas de luta dos personagens têm um estilo emborrachado que se encaixa muito bem com algo como Astro Boy ou até Moomin. 

Apesar de seu visual infantil, a história e o que acontece é tudo menos infantil. O sangue é derramado, partes do corpo são cortadas e até mesmo as mortes são bem horríveis e dolorosas. Isso traz à mente os contos de fadas originais dos Irmãos Grimm, com seus aspectos mais violentos sendo exibidos com um toque da Disney.

Assisti na versão brasileira, mas em alguns momentos, mudava para a versão japonesa. Apesar de ser incapaz de falar, a forma como Hinata apresenta Bojji traz muita compreensão, frustração e até esperança para um herói em formação. Murase tem algumas boas risadas e discursos inspiradores como Kage, enquanto Sato ganha muita empatia como Rainha Hiling. Talvez o desempenho mais forte venha de Takuya Eguchi, cujo Domas oscila entre ser forte, simpático e cheio de remorso por algumas das coisas que ele tem que fazer durante a narrativa do anime. Ao mesmo tempo, a dublagem brasileira não deixa a desejar. É emocionante também. Sem falar das duas aberturas que são obras primas supremas.

Ranking of Kings é um anime especial e único. Ele pega os elementos dos contos de fadas que todos conhecemos e adiciona algo novo e refrescante à fórmula. Como ele mostra seu protagonista deficiente é uma das coisas mais edificantes que você verá em qualquer forma de entretenimento. Bojji e o resto de seus companheiros são dignos de qualquer trono, pois traz uma das melhores aventuras de anime feitas nos últimos dois anos! Simplesmente imperdível.

Ranking of Kings está disponível no Crunchyroll.

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.