Buzzkill – O Poder é uma Droga, lançado pela editora Devir, com roteiro de Donny Cates e arte de Geoff Shaw, é uma história curtinha, com uma premissa que me faria acompanhar o título por umas 50 edições a mais.
Buzzkill – O Poder é uma Droga conta a história de um herói que só acessa seus poderes ao consumir álcool ou drogas. Na verdade, várias substâncias afetam Ruben, como cafeína. Porém, o texto de Donny Cates deixa claro que há um vício envolvendo o personagem. E quando falamos Ruben, ou personagem, é porque esse nem é o nome dele e nem sabemos qual é o verdadeiro. E isso é uma sacada boa no quadrinho. Nós nunca nem sabemos o nome desse herói, só o que ele se apresentou em uma roda do Alcoólicos Anônimos, o AA.
Eu gosto do trabalho de Donny Cates em geral. Ele me fez ler Venom depois de quase duas décadas, e só derrapou feio com Rei das Trevas. E ele acerta em 75% de Buzzkill – O Poder é uma Droga. Não que o final seja ruim, mas existem muitas lacunas em aberto (quais foram as batalhas de Ruben? Como foi o convívio dele com a equipe que é uma mistura de Vingadores e Liga da Justiça? Quais foram os traumas que ele causou a sua ex-namorada?) e a quarta parte termina muito rápida. São apenas 100 páginas de um quadrinho que poderia render muito mais.
É como falei, eu toparia ler umas 50 edições do calvário de Ruben e o seu problema com álcool e drogas dentro de um universo de super-heróis.
Geoff Shaw, que trabalhou com Cates em Thanos, é uma cópia até boa do Adam Kubert. Ele tá lá pra dar aquele impacto visual, com o traço estilizado e pancadaria de super-heróis. E funciona, pois ele divide bem entre o franzino Ruben sóbrio do cabeludo e bombado herói bêbado. Faltou só uma degradação maior para quando Ruben estivesse complemente drogado. Essa degradação está mais presente em uma espécie de Doutor Estranho hippie que aparece na trama.
Existem muitas lacunas em Buzzkill – O Poder é uma Droga, até demais pra fazer esse quadrinho virar uma obra obrigatória, que desconstruiria o gênero de super-heróis. Mas é inegável que é uma boa história. Torcer para Cates e Shaw voltarem a esse universo, trabalhando de forma mais detalhada o passado e os vícios de Ruben.
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