“A Casa”, mais um filme espanhol da Netflix que vem chamando a atenção, escrito e dirigido pelos irmãos David e Alex Pastor, apresenta uma daquelas tramas que causam incômodo emocional por trabalhar uma das grandes falhas dos seres humanos. Tudo contado de forma que se aproxima muito do real.
Javier Muñoz (Javier Gutierrez) é um publicitário fracassado que pela falta de recursos financeiros é obrigado a se mudar para uma casa mais humilde, vender o carro, entre outras coisas. Mas essa atitude é tomada por Marga (Ruth Díaz), sua esposa. Javier não aceita seu declínio.
O pior é que essa recusa de Javier vai afetar pessoas que não tem nenhuma culpa do seu fracasso, daí o motivo maior da revolta. O publicitário descobre que os novos moradores dá bela casa que teve que deixar são pessoas bem sucedidas e isso aumenta o peso da sua inveja.
Os próximos passos, então, são para derrubar Tomás, o novo inquilino e vice-presidente de uma grande empresa, e, ao mesmo conquistar a confiança de sua esposa e filha. Para isso se utiliza dos meios mais sórdidos possíveis.
O roteiro dos irmãos David e Alex Pastor é muito bem montado e tem uma ótimo escalada no decorrer da trama, exceto pela participação de um jardineiro introduzido na história para representar alguma ameaça a Javier, já que até então estava tudo transcorrendo conforme seus planos. Mas o problema do jardineiro é logo resolvido.
Sem querer revelar muito, mas vale dizer que quem se incomodar assistindo “A Casa” não espere um alívio no final. A revolta só aumenta. Não dá pra negar que o filme cumpre muito a missão de mexer com os sentimentos dos expectadores.
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