A grande habilidade dos produtores de “Top Gun: Maverick”, e principalmente do diretor Joseph Kosinski, foi construir um remake utilizando todo o emocional do filme original acrescentando os pensamentos e a tecnologia dos tempos atuais.
A começar por decidir reviver um filme que marcou a infância e juventude de muita gente nos anos 80 (o filme original é de 1986). Exceto pela canção “Take My Breath Away (Berlin)”, que antes tocava em pelo menos metade das cenas do filme, o novo Top Gun repete o carisma de Tom Cruise (agora fazendo o par romântico com Jennifer Connelly), as relações de amizade, e muito mais. O romance desta vez foi embalado por “Hold My Hand” (de Lady Gaga).
Ainda com relação ao emocional, um dos pontos mais marcantes, sem dúvida, foi a participação de Val Kilmer, mais uma vez interpretando Iceman, agora Almirante da Marinha dos EUA. Kilmer sofre de um câncer na garganta e, por conta de uma traqueostomia, perdeu a voz. Suas falas neste novo Top Gun acontecem através de uma tecnologia que, a partir da coleta de sua voz em cenas antigas, montou suas falas neste novo filme. Certamente vê-lo em atuação foi algo que “bateu” forte não só para o público, mas principalmente para sua família, para Tom Cruise e o restante do elenco.
Vale destacar ainda que o filme foi dedicado a Tony Scott, diretor do original, que morreu em agosto de 2012.
O grande “retoque”, por assim diz, foi a modernidade dando mais vida as cenas de ação. Em muitas delas, enquanto o piloto ficava preso ao assento pelo impacto da gravidade, o expectador no cinema colava na cadeira, prendendo a respiração. A maior parte dessas cenas foram filmadas de maneira real, com aeronaves fornecidas pela Marinha dos Estados Unidos, além de uma construída especialmente para o filme.
Com tudo isso, os criadores deste remake evitam o grave erro de tentar simplesmente criar algo novo, esquecendo as riquezas do original, e com isso construíram um belo filme, que certamente vale a pena conferir no cinema.
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