A história em quadrinhos “Lovistori”, de S.Lobo e A. Frazão (editora Brasa), é um drama urbano, vivido em Copacabana (RJ) nos anos de 1990, mas que ainda é extremamente atual. E mesmo tentando não ser pessimista, infelizmente a realidade nos mostra que falta muito para essa história começar a se tornar “coisa do passado”.
Lovistori relata sobre um romance vivido entre um Policial Militar e uma travesti que, após trocas de carinhos durante o café da manhã, ambos seguem para mais um dia de trabalho, claro em duas realidades bem distintas.
O debate sobre o tema começa porque trata-se de um fato (e não uma possibilidade) que muitas pessoas vão ficar muito incomodadas ao ler em uma mesma frase as palavras “romance, policial e travesti”.
Pela forma como Lobo constrói o roteiro até poderíamos dizer que “Lovistori” deveria ser leitura obrigatória em vários pontos onde debates acontecem. No entanto, é inegável que as polêmicas vazias seriam infinitamente maiores que as reflexões positivas sobre o tema.
Mas fica a dica: procure a obra, leia e reflita depois. Afinal de contas, essa é discussão que exige ainda muitas repetições.
Apesar densa, a HQ tem uma leitura rápida e fácil. Tudo é colocado muito às claras, sem subterfúgios. Não tem como não entender a mensagem. A arte de Frazão contribui muito neste sentido, tanto nos traços quanto na quadrinização fluída e atraente.
A editora
A Brasa foi escolhida como a melhor editora do ano pelo Troféu HQ Mix, o mais importante prêmio dos quadrinhos no Brasil. O troféu foi entregue em cerimônia no dia 11 de dezembro deste ano, em São Paulo. Entre as publicações da editora estão: Castanha do Pará, do Gidalti Júnior, Samba – Música Popular em Quadrinhos, Diamba – A utopia, de Daniel Paiva, Deslizando pro Inferno, de Rodrigo Geraldi, o livro Crânio de Vidro do Selvagem Digital, de Luiz Eduardo Soares, entre outros.
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