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Mulher-Maravilha: Conheça a história das Amazonas da DC

Tudo que precisa saber sobre as Amazonas da DC Comics.

Saiba tudo sobre a Amazonas, a sociedade matriarcal e insular que ela deixou para ajudar a defender o mundo. Conheça o grupo social ou povo mais interessante do universo DC.

Mesmo que tenha demorado chegar aos cinemas, Mulher-Maravilha é um elemento primordial do Universo DC. Como um personagem fundamental que ajudou a levar a DC através da Idade de Ouro ao seu status moderno como um gigante do entretenimento, Diana Prince está presente em quase todas as linhas criativas de desenvolvimento da DC. Ela lutou contra os nazistas com o resto de seus companheiros durante a 2ª Guerra Mundial, e teve aventuras na TV durante a era onde os heróis eram visto mais pelo aspecto cômico e exagerados como Hulk e Batman para se tornar a mina de ouro de bilheteria da empresa.

Mas não existe Mulher-Maravilha ou Diana Prince sem as Amazonas. As guerreiras que criaram a Mulher Maravilha na mítica ilha de Themyscira são uma parte crucial de quem é a heroína. Para entendê-la, você precisa saber um pouco sobre a sociedade matriarcal e insular que ela deixou para ajudar a defender o mundo. Conheça o grupo social ou povo mais interessante do universo DC.

Inspiração do Mundo Real

Amazonas Reais
Shutterstock

As amazonas não foram criadas do nada. Como muitas criações das histórias em quadrinhos da Idade de Ouro, elas foram baseadas na mitologia grega. Para quem não sabe, tanto os roteiristas como a Marvel e DC eram fascinados pela egiptologia e pelos mitos gregos, e as amazonas vieram diretamente desta última tradição.

As amazonas eram uma tribo de ferozes guerreiras que viviam na Ásia Menor. Elas eram governadas por uma série de rainhas que tinham alguma relação pessoal com os deuses do Monte Olimpo. Essas mulheres guerreiras, segundo  o mito, não viviam ou não queriam viver próximo da sociedade, especialmente dos homens de outros países.

Algumas versões dos mitos que envolvem as amazonas mostram que elas se encontravam regularmente com membros de tribos vizinhas em dias e horários programados, para engravidarem. Se a criança nascesse menino, elas entregavam para outras tribos ou simplesmente os matavam. Apenas as meninas eram escolhidas para serem criadas pelas Amazonas.

Na mitologia, uma famosa rainha das Amazonas foi Hipólita, filha do deus da guerra Ares, mortaem um dos trabalhos de Hércules. No Universo DC, Hipólita é a co-governante das Amazonas com sua irmã Antíope. Ela é a líder das Amazonas em Themyscira e a mãe da Mulher-Maravilha.

Até o mito pode ter alguma base na realidade. Alguns estudiosos acreditam que as amazonas foram baseadas em mulheres guerreiras citas, membros de uma tribo nômade que governou grandes extensões da estepe eurasiana (Rússia) durante o período em que muitos desses mitos foram registrados. Sepulturas de mulheres guerreiras encontradas na região parecem apoiar essa ideia.

O trabalho da vida de William Marston

William Marston
Imagno/Getty Images

 

Quando o psicólogo e feminista William Marston (foto) estava procurando um vetor perfeito para suas ideias sobre as mulheres e a sociedade, as Amazonas caíram como uma pluma em sua mão. Ele acreditava firmemente na superioridade do sexo feminino e usou um meio estranho para divulgar suas teorias: os quadrinhos.

Olhando em volta para a nova geração de mulheres com poder no final dos anos 30 e início dos anos 40, particularmente sua esposa e sua amante, Marston viu o tipo de pessoa que ele acreditava que deveria controlar a sociedade. Ele criou a revista em quadrinhos Amazonas e sua ilha paradisíaca, não tão sutilmente chamada, para compartilhar sua ideia de como poderia ser esse mundo melhor.

“A Mulher-Maravilha é uma propaganda psicológica para o novo tipo de mulher que deveria, acredito, governar o mundo”, escreveu Marston na época.

Da mesma forma que Superman representava o ideal perfeito das idéias americanas, a Mulher-Maravilha foi uma embaixadora no “Mundo dos Homens” nos quadrinhos e em nossa própria sociedade patriarcal. “Bela como Afrodite, sabia como Atenas, mais rápida que Hermes e mais forte que Hércules”, mostra tudo o que as mulheres podem ser. E ela tinha uma ilha inteira de mulheres inteligentes e poderosas apoiando-a em uma sociedade perfeita e sem homens.

Criada pela própria Afrodite

Deusa Afrodite
Reprodução

Nos quadrinhos originais de Amazons Of Marston, elas foram criados por Afrodite, a deusa grega do amor. Afrodite criou essas mulheres de barro como ideais de beleza e amor, e elas governaram pacificamente a nação da Amazônia. A maior sociedade da Terra foi encontrada aqui, e a cultura que floresceu era profundamente estranha para os leitores. A Amazônia era tão perfeita que o conceito de crime não existia.

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As mulheres da Amazônia foram criadas para serem guerreiras, com quase todas as mulheres amazônicas passando a se parecer com suas contrapartes gregas clássicas: ferozes, altas e habilidosas na luta na remota chance de que alguém pudesse tentar tirar seu país delas.

Marston também recorreu à antiguidade em suas histórias de intrusão de forasteiros, trazendo a clássica história de Hércules e mostrando-a do ponto de vista amazônico, onde ele seria corretamente considerado um monstro.

A investida de Hércules

Hércules momentaneamente escraviza as amazonas.
Hércules momentaneamente escraviza as amazonas. (DC Comics)

 

A primeira grande invasão da Amazônia por homens foi liderada por Hércules. Embora o mito grego envolvesse Hércules usando o cinturão da rainha Hipólita como um de seus incríveis trabalhos, Marston retratou o semideus como um homem envergonhado. Foi o orgulho de Hércules que o levou a invadir a Ilha Paraíso, pois ele se cansou de ouvir que não era forte o suficiente para lutar contra as Amazonas. Como no mito, o cinturão de Hipólita pesou muito no confronto. O poder que isso lhe concedeu a tornou mais forte do que Hércules.

Ele foi inicialmente rejeitado pelas Amazonas, que então tentaram negociar a paz tendo um banquete com Hércules e seus homens. O exército de Hércules com ajuda de Teseu atacou durante esta festa depois de ser recebido na Amazônia. As amazonas foram então capturadas e tomadas como escravas.

Afrodite inicialmente se recusou ajuda às suas criações, furiosa por se permitirem enganar por um homem. No entanto, a súplica de Hipólita entristeceu a Deusa, que então ajudou a rainha a reconquistar seu cinturão mágico e usá-lo para dominar Hércules e Teseu. No embate, as amazonas se apossaram da frota de seus captores e navegaram para um novo lar.

A Ilha Paraíso

Themyscira
DC Comics

 

Afrodite conduziu as amazonas à Ilha Paraíso (mais tarde renomeada em homenagem à mítica pátria das amazonas, Themyscira), onde concordaram em viver inteiramente separadas do mundo dos homens.

Por não acreditar na destruição da vida, como deusa da beleza e do amor, Afrodite sujeitou suas seguidoras ao juramento de não buscar vingança contra Hércules e Teseu como condição para sua libertação (O que não impediu o assassinato de vários dos seguidores de Hércules após o acordo). Aquelas que aceitaram esses termos tornaram-se residentes da Ilha Paraíso.

Todas as mulheres amazônicas usavam “braceletes de submissão“, símbolos de sua devoção a Afrodite e lembretes do que as esperava fora de sua ilha. As guerreiras foram criadas desde o nascimento para nunca caírem novamente prisioneiras nas mãos de um homem, o que acabou virando lei marcial na ilha. As icônicas linhas ou faixas de ouro eram um símbolo do status das mulheres no mundo real na sociedade e a esperança de que elas escapassem dos sistemas opressores. (As pulseiras também tinham muito a ver com a afinidade de Marston pela escravidão).

A Vingança

Mulhe-Maravilha
DC Comics

 

Em todas as versões da Mulher-Maravilha, existe uma certa “discórdia” entre a família real. A série original dos quadrinhos da Mulher-Maravilha retratava a irmã de Hipólita, Antíope, como uma pessoa que tinha ciúmes do governo de Hipólita. Ela elaborou um complô para derrubar sua irmã e acabou sendo morta na continuidade da redefinição do enredo de “Crise nas Infinitas Terras“.

Depois da crise, Antíope foi reescrita como uma personagem menos conspiratória e mais amável e uma lutadora lendária. Ainda assim, diferiria de sua irmã em um aspecto crucial. Embora Hipólita estivesse disposta a concordar com os desejos das deusas de que não buscassem vingança, sua irmã não estava disposta a perdoar a tortura, o abuso e a humilhação que sofrera nas mãos de Hércules e Teseu. 

Ela lidera então uma força de amazonas vingativas na esperança de encontrar e matar os soldados restantes que saquearam Themyscira. Este contingente eventualmente se estabelece no deserto do Oriente Médio e se tornam as Amazonas de Bana Mighdall. Por recusar a oferta dos Deuses, elas se tornam mortais.

Uma nova e sombria origem

DC Comics

 

Depois da Crise nas Infinitas Terras, a história da origem das Amazonas tomou uma direção mais sombria. Seguindo as linhas de tendência geral da escrita de quadrinhos dos anos 80, o universo das cores primárias da Mulher-Maravilha da Idade de Ouro ficou um pouco mais sombrio e violento. Para os desavisados, os anos 80 trouxeram os maiores marcos da história em quadrinhos, mas também aconteceu uma explosão de contos com tendências mais amargas. Pela nova origem Diana teria também elementos de Deusas além de Afrodite.

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Na nova continuidade, Atenas, Deméter, Héstia, Ártemis e Afrodite se unem para criar as Amazonas, desafiando os desejos de Zeus e Ares. Em contraste com os mitos gregos freqüentemente sombrios e com as falhas humanas, essas deusas queriam criar uma força pura do bem na Terra. Essas super mulheres defenderiam os ideais de amor e paz em sua própria sociedade, servindo de exemplo para toda a humanidade. Como um pedaço extra de justiça poética, as Amazonas foram criadas com almas de mulheres que tiveram mortes violentas nas mãos de homens. Este nobre objetivo foi consagrado no Código das Amazonas:

“Somos uma nação de mulheres, dedicada às nossas irmãs, aos nossos deuses e à paz que é um direito da humanidade. Vida concedida por Gaia, as deusas e as almas das mulheres do passado, fomos agraciados com a missão de nos unir as pessoas do nosso mundo com amor e compaixão. Nós somos as Amazonas e viemos para salvar a humanidade. “

Diana sempre vai embora

Mulher-Maravilha
Warner Bros; DC

 

Em todas as versões da história das Amazonas no universo DC, a princesa Diana opta por ir embora. A Mulher-Maravilha nasceu na ilha e é frequentemente retratada como a amazona mais jovem. Por nunca conhecer a vida na Amazônia, quando as amazonas eram cidadãs de outro estado no Mundos dos Homens e que frequentemente interagiam com seus vizinhos, ela sempre teve curiosidade sobre a vida fora da ilha.

Na continuidade original, a Mulher-Maravilha deixou a ilha depois que o piloto de caça Steve Trevor pousou ali por engano. Seguindo o tom patriótico dos quadrinhos da época, as Amazonas decidem que Steve deve ser devolvido para que ele possa continuar lutando pelos Estados Unidos contra os Nazistas. Diana pode acompanhá-lo nesta missão como a única amazona a pôr os pés no Mundo dos Homens.

Durante a era do lendário roteirista George Perez, Diana precisa deixar a ilha para enfrentar o rival mais antigo das amazonas: Ares. Como o deus da guerra, sua influência destrutiva no mundo e na humanidade vai contra tudo o que as Amazonas prezam.

Em Os Novos 51, ​​Diana foi revelada como a filha de Zeus e Hipólita. Isso ia contra todas as encarnações anteriores da Mulher-Maravilha, onde ela foi formada a partir do barro de Themyscira por sua mãe. Seu status de semideusa leva a novas aventuras na mitologia grega e ela deixa a ilha para treinar sob o comando de Ares, assumir o manto da “Guerra” e ajudar seus meio-irmãos, filhos do notoriamente promíscuo Zeus. E apesar de tudo, vale muito a pena a leitura. Se quiserem eu posso doar para quem quiser conhecer essas aventuras.

Controvérsia

DC Comics

 

No arco d’Os Novos 51 também pintou um quadro sinistro e polêmico da vida das Amazonas. Em vez de ter Diana como a última amazona e conceder a todas as mulheres da ilha o presente da imortalidade, a nova história da ilha envolve o sexo ritualizado para manter a ilha funcionando.

A retcon (reboot) estabeleceu que as amazonas deixavam a ilha três vezes por século para procriarem, dando continuidade do seu povo. Atacavam os navios que passavam e concebiam crianças com os homens a bordo. Todos aqueles homens eram assassinados para manter a ilha e suas mulheres protegidas do mundo exterior. Obviamente, essa violência não agradou os fãs e foi descartado no arco Renascimento.

Depois de Renascimento, a decisão de Diana de ir embora foi mais uma vez adiada. Ela sai com Trevor depois de vencer uma competição, mas é informada por suas companheiras Amazonas que ela nunca poderá retornar à ilha. Ela decide ir de qualquer maneira na esperança de encontrar seu irmão gêmeo há muito perdido, Jason.

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Revisão: Henrique Barros

Fonte: Looper

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.