Quando a DC lançou em 2016 a fase RENASCIMENTO, o objetivo da editora era revigorar seus personagens após o desgaste com os leitores devido às fases NOVOS 52 e DCYOU. A empresa acertou em cheio em sua empreitada, já que os títulos Renascimento trouxeram velhos e novos leitores para o universo de Superman, Batman e Cia.
O RENASCIMENTO DC chegou em 2017 no Brasil através da editora Panini Comics e trouxe novidades que satisfizeram grande parte do público. A editora focou em mensais apenas com 01 (um) personagem, abolindo o formato Mix, lançando títulos como Superman, Action Comics, Batman, Liga da Justiça, Esquadrão Suicida, entre outros. Alguns personagens foram lançados diretamente em encadernados capa cartão, como Aquaman, Arqueiro Verde e Asa Noturna. A intenção da editora era tornar mais acessível a leitura de quem gosta de acompanhar apenas determinado personagem, o que é uma decisão acertadíssima.
Essa decisão editorial da Panini favoreceu o lançamento até mesmo de mega sagas, já que lançar em títulos fechados, ou focados em personagens, evita que o leitor comum gaste o seu suado dinheiro em mais de uma publicação apenas para ver o desenrolar de algum evento no universo DC.
Foi dessa forma que a editora Panini lançou em 0utubro e novembro de 2017 o primeiro grande crossover do RENASCIMENTO DC, a saga em 06 partes LIGA DA JUSTIÇA VS ESQUADRÃO SUICIDA.
A história foi lançada em 02 edições brasileira, com formato americano (17 x 26 cm), lombada com grampos, 100 páginas cada edição e preço unitário de R$ 15,00.
O texto é de Joshua Williamson e cada edição é desenhada por um famoso artista da DC, sendo eles, na ordem: Jason Fabok, Tony S. Daniel, Jesus Merino, Fernando Pasarin, Robson Rocha e Howard Porter.
Como a fase Renascimento DC é voltada a revigorar seus personagens, essa mega saga não foge do clichê do encontro e conflito de super grupos.
Batman, ao perceber que a agente do governo Amanda Waller usa super criminosos para ações secretas dos EUA, decide que a Liga da Justiça deve encerrar as ações do Esquadrão Suicida.
A estrutura da história é montada como um encontro normal de personagens de quadrinhos: no primeiro momento, eles vão brigar, para logo após se unirem para derrotar uma ameaça em comum. É o que há dentro dessa pancadaria que faz uma história como essa ser lembrada pelos fãs ou imediatamente esquecida.Bem, Liga da Justiça vs Esquadrão Suicida tem um pouco dos dois, unindo momento memoráveis com situações que logo serão esquecidas.
Porém, e isso é o grande mérito da saga, tornando a leitura dessas 02 edições tão bom: a história não tenta ser um marco para a DC, e nem um novo clássico moderno. Ela é apenas um bom gibi de pancadaria que busca agradar o leitor.
Dessa forma, temos embates entre Aquaman e Crocodilo, Pistoleiro versus Batman, e até um improvável embate entre a nova queridinha dos fãs, Arlequina, com a Mulher Maravilha.
O roteiro é aquele feijão com arroz que o leitor da DC estava implorando após as histórias ousadas, mas fracas em conteúdo, que foram os NOVOS 52 e DCYOU. Cabe aqui destacar que publicar essa saga em duas edições foi um acerto da Panini, já que evita que o leitor gaste meses esperando a conclusão de uma história que prima pela agilidade dos acontecimentos.
Porém, para um encontro entre as duas equipes que tiveram recentes adaptações para o cinema, a mudança constante de desenhistas nas edições americanas compromete o conjunto da obra, já que não há unidade tanto na narrativa como, também, na caracterização dos personagens. E pior, alguns desenhistas parecem que foram chamados às pressas, entregando um traço muito preguiçoso, beirando o feio. Os únicos que estão trabalhando com 100% de aproveitamento aqui são Jason Fabok, Eduardo Pasarin e Jesus Merino. Tony S Daniel, Robson Rocha e Howard Porter entregam desenhos preguiçosos e bem aquém do que desenham em outros trabalhos pelos quais são conhecidos.
O leitor brasileiro pode acompanhar uma história rápida e que não terá muitos desdobramentos no futuro, exceto o nascimento da nova Liga da Justiça da América, capitaneada pelo Batman. Porém, a mudança constante de desenhistas incomoda bastante.
Liga da Justiça vs Esquadrão Suicida é mais um trabalho da DC para apresentar histórias que agradem a sua base de fãs, além de revigorar vilões antigos, como Maxwell Lord e Lobo, trazendo consigo apenas um leitura rápida e agradável, nada mais.
Ps: Há diversas citações a Watchmen, obra seminal de Alan Moore e Dave Gibbons, escondidas. As citações são constantes, já que a edição RENASCIMENTO DC já mostrou a participação do Dr. Manhattan nesse universo renascido da DC, o que, no futuro, vai levar a nova mega saga Doomsday Clock.
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