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Resenha | Marvel Legado (Jason Aaron, Esad Ribic e Vários)

Edição especial Marvel Legado, que dá início à uma nova fase da editora, infelizmente, não empolga, mesmo com a bela arte.

 

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Quando a Marvel lançou em 2017 nos Estados Unidos da América o one shot Marvel Legacy a editora precisava de novas histórias e de uma promessa aos fãs que boas tramas viriam dali pra frente. Após o lançamento de All New All Diferent Marvel (Totalmente Nova Marvel no Brasil), as histórias com os personagens vinham sendo bombardeadas de críticas ruins e com fortes notícias de baixas vendas.

Infelizmente, a culpa recaiu sobre a mudança no status quo dos personagens clássicos da editora, já que vários heróis foram substituídos por novos (que uma parcela dos leitores não gostaram e faziam questão de detratar na internet). O que pouco foi falado é que as baixas vendas e as críticas negativas se davam na verdade no fato que a qualidade dos roteiros estava muito baixa, não empolgando o leitor a continuar acompanhando Vingadores, Homem de Ferro, Capitão América e outros, que foram substituídos por heróis novos, de legado.

Dessa forma, Marvel Legado chegou para os leitores americanos com as seguintes promessas: Uma história que uniria o antigo (que foi substituído) e o novo (na forma dos novos heróis) e a apresentação do que viria dali pra frente. 01 ano depois do seu lançamento original, a edição chega ao Brasil. Porém, conforme o leitor pode conferir, não satisfaz nenhuma das promessas por completo (união do passado e presente e a promessa de boas histórias), sendo apenas a peça publicitária de futuras histórias que é.

 

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Primeiro, cabe aqui destacar que o argumento da edição é o ponto alto da mesma: mostrar que a ideia de legado provém de muito antes da formação do universo Marvel como o conhecemos. Assim, somos apresentados aos Vingadores de 1 milhão de anos atrás. Estão lá: Odin (pai de Thor), A Força Fênix (sempre envolvida com os X-men), a Punho de Ferro daquela época, o Pantera Negra de então, Agamotto (ligado ao Doutor Estranho), o Mamuteiro Fantasma (não tem como chamar de outra forma, ele monta um mamute) e Estigma (assumindo o controle de um homem das cavernas). Juntos, eles tem que matar um Celestial (seres cósmicos da Marvel) que ameaça a Terra.

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Essa parte da leitura, que abre a edição, é sensacional, mas breve. Infelizmente, o roteiro de Jason Aaron não abre muito espaço para desenvolver a dinâmica do grupo e nem como são as personalidades dos envolvidos. Na história, eles são apenas apresentados e há uma promessa de que os veremos mais no futuro. E é aí que está o grande problema da edição.

Apesar de haver um fio condutor na narrativa, na forma de um narrador oculto, as passagens do texto mais parecem uma grande propaganda do que virá pra frente, não se sustentando a edição em si. Vemos diversos “previews” do Capitão América de Mark Waid e Chris Samnee, do Thor do próprio Aaron, da reino intergalático de Wakanda e do retorno de um herói mutante há muito esperado e de uma equipe (metade dela) que estava abandonada pela Marvel.

Mas é isso, apenas prévias, apesar de serem bem desenhadas, com vários desenhistas de renome da Marvel fazendo ali uma página das histórias que virão.

 

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Para não dizer que a edição de Marvel Legado não tem uma história ali dentro, sim, há. Mas ela não se sustenta. Contando com heróis de legado, os novos Capitão América, Thor e Homem de Ferro (Coração de Ferro, no caso) aparecem para deter uma invasão de Gigantes de Gelo enviados por Loki para roubar uma joia do infinito. Enquanto isso, o Motorista Fantasma e o novo Estigma lutam próximos do túmulo do Celestial detido pelos Vingadores Pré-históricos. Mesmo com os belos desenhos de Esad Ribic (outro ponto alto da edição), infelizmente, as situações ali não empolgam o leitor, sendo só promessas do que virá.

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A edição nacional de Marvel Legado está muito bonita, já que a Panini usou de capa cartão e da arte de Adi Granov (mais bonita do que a capa de Joe Quesada na edição original americana) para destacar a obra, que ainda conta com as diversas capas variantes. Mas a edição falha ao não apresentar ao leitor onde aquelas histórias que Marvel Legado trata serão publicadas, já que a edição parece apenas um material de propaganda.

 

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Com o objetivo de unir o antigo e o novo, além de mostrar aos leitores que boas histórias virão pela frente, o especial Marvel Legado funciona apenas para o segundo caso, e só quando se propõe a ser uma grande obra publicitária das futuras histórias da editora, já que seu roteiro não se destaca, com exceção dos momentos gastos com os Vingadores de 1 milhão de anos atrás, além da bela arte presente em toda a edição por diversos artistas do primeiro time da Marvel.

 

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Ficha Técnica

  • Capa cartão, com 68 páginas
  • Editora Panini
  • Lançamento em novembro de 2018
  • Preço de capa: R$ 10,50
  • Tamanho: 17 x 26 cm
Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.