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Dia do Quadrinho Nacional, confira nossas indicações!

O Dia do Quadrinho Nacional é celebrado em 30 de janeiro desde 1984. Comemore com a gente com essa super lista!

Dia do Quadrinho

O Dia do Quadrinho Nacional é celebrado em 30 de janeiro desde 1984. Comemore com a gente com essa super lista!

Há 151 anos, em 30 de janeiro de 1869, o cartunista Angelo Agostini publicou a primeira história em quadrinhos brasileira: ‘As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte’. Desde 1984, o dia ficou instituído e oficializado no calendário, por meio da Associação dos Quadrinistas e Cartunistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP).

‘As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte’ conta a história de um caipira que se muda para a cidade do Rio de Janeiro e fica chocado com a civilização meio rural, meio urbana, sendo de fato uma caricatura dos costumes daquela época.

SOBRE ANGELO AGOSTINI

Patrono dos quadrinhos brasileiros, Angelo Agostini (1843-1910) nasceu na Itália e, após estudar artes em Paris, mudou-se para o Brasil, onde desenvolveu uma prolífica carreira de ilustrador, chargista e jornalista. Em São Paulo, fundou a publicação satírica O Cabrião e, no Rio de Janeiro, a Revista Illustrada. Antimonarquista ferrenho, usou de seu talento para criticar o governo de D. Pedro II e a escravidão. Em 30 de janeiro de 1869, estreou a série “Nhô Quim”, no jornal Vida Fluminense, considerada a primeira publicação regular em quadrinhos do Brasil. Também criou a série “Zé Caipora”, graficamente muito bem elaborada, e colaborou com diversas publicações, entre elas, “O Tico-Tico”, primeira revista em quadrinhos brasileira, lançada em 1905.

Atualmente os brasileiros vêm se multiplicando nos mercados de quadrinhos de outros países com mais intensidade desde os anos 90. Atualmente, vemos os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon aparecendo em vários projetos nos Estados Unidos. Rafael Albuquerque é um dos artistas mais requisitados entre os gringos e já fez muito sucesso com Vampiro Americano, enquanto Rafael Grampá vem apresentando um trabalho cada vez mais consistente, como pudemos ver em The Dark Knight Returns: The Golden Child, ao lado da lenda viva Frank Miller, pai da clássica graphic novel Cavaleiro das Trevas.

“Todos esses artistas têm em comum terem passado pelo processo de transição que tivemos entre os autores da “Velha Guarda” para nomes que se destacaram no final dos anos 80 e início dos 90. Vimos Laerte, Angeli e Glauco passarem o bastão para Adão Iturrusgarai, Caco Galhardo, Allan Sieber e Lourenço Mutarelli, que por sua vez influenciaram artistas que começaram a trabalhar para fora com super-heróis, a exemplo de Mike Deodato, Joe Bennet e Ivan Reis.” Diz o jornalista Cláudio Yuge.

A Internet também teve papel fundamental para que o Brasil passasse a produzir mais quadrinhos. Apesar de existir uma crise editoral com a queda de vendas de livros físicos, existe hoje um universo de leitores e consumidores de autore brasileiros independente e sobre isso leia mais aqui.

Para comemorar essa data que nos últimos vem ficando mais importante, a Quinta Capa traz aos leitores alguns “Gibis” escolhidos pelos nossos editores que mostram a força e qualidade de nossos artistas nacionais. Lembrando que o Rafael Machado havia também feito essa mesma lista ano passado, leia aqui.

Lista do nosso editor e especialista em quadrinhos Thiago Ribeiro:

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1 – Tungstênio: – Poderia indicar qualquer coisa do Marcello Quintanilha. O autor é uma máquina de boas histórias em quadrinhos, tendo lançado Luzes de Niterói em 2019, sendo um dos melhores do ano. Mas, pra mim, Tungstênio ainda é o ápice da obra de Quintanilha.

 

2 – Daytripper: – O feijão com arroz de qualquer lista com as melhores dicas de quadrinho nacional. Mesmo se já tiver lido, vale revisitar a obra dos gêmeos Bá e Moon, que trazem diversas reflexões sobre a vida e as mortes de apenas um homem.

 

3 – Astronauta do Danilo Beyruth (MSP): quadrinho nacional não é só sofrimento e crítica social. Temos vários gêneros para nos debruçar. E Astronauta  é uma ótima ópera espacial da melhor qualidade, com roteiro e arte de tirar o fôlego. Se até o papa é pop, por que os quadrinhos brasileiros não podem ser ?

 

4 – Foices e Facões: – A história não contada (pra quem é do sul e sudeste) da guerra que ninguém viu (com exceção de bravos piauienses). Foices e Facões é a romantização histórica e dinâmica da batalha que evitou uma guerra maior pela independência do nosso país. O quadrinho nacional precisa ir mais fundo em nossa história, assim como Foices e Facões foi na Batalha do Jenipapo, no Piauí.

Bernardo Oliveira e Caio Oliveira

 

5 – Tirinhas diárias do Laerte: Dispensa comentários. A cada nova tirinha do criador dos Piratas do Tietê, você, leitor, vai ser sentir ofendido (bolsominions), sentir raiva (quem está acompanhando o buraco que nosso país está afundando) ou se sentir anestesiado (para aqueles que não aguentam mais). O que o leitor não vai sentir é indiferença. Alguma emoção as tirinhas de Laerte farão o leitor sentir.

Laerte
Laerte

Lista de nossa Editora e Especialista em diversas coisas, Malú Flávia:

 

Os Santos: Em dezembro de 2019, Leandro Assis postou a primeira parte de uma série de tirinhas de humor [ódio] retratando o dia a dia de uma família de “cidadãos de bem” a partir da convivência com a empregada doméstica Edilsa, o que escancara racismo, desigualdade social, elitismo e hipocrisia que retratam muito do Brasil atual. Inevitável o mal estar que fica e a sensação de reconhecimento. Não à toa tem despertado a fúria da extrema direitaz que tem promovido ataques para derrubar as postagens.

 

 

Ana, Mosquinha e Lagatixinha: Em tempos difíceis, momentos de paz são extremamente importantes. E é com a história de uma improvável amizade entre bichinhos que vivem nas nossas casas que Paulo Moreira arranca sorrisinhos da gente. Com tirinhas curtas, uma linguagem fluida que faz parecer que você está ouvindo as personagens falar, uma naturalidade e uma singeleza sem igual, impossível não torcer, se chocar, se emocionar pelas/com as criaturinhas em suas desventuras.

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E do Editor Pikachu Sama, especialista em coisa alguma, mas o cara é incrível:

 

1 – Cumbe: O Brasil tem sua origem oriunda da vasta cultura do país, nós devemos aos índios nativos e aos africanos, principalmente. E Cumbe é um quadrinho que conta as diversas referências a expressões e tradições africanas trazidas pelos escravos. O título Cumbe, por exemplo, refere-se tanto ao quilombo de alguns países americanos como às línguas de Congo e Angola, cuja tradução da palavra significa sol, dia, luz, fogo, símbolos abstratos fundamentais para a composição da matéria da vida como metáfora simbólica. O glossário de termos, além da referência bibliográfica, demonstra o apuro de D´Salete em produzir uma obra com fidelidade histórica.

 

 

2 – Xampu: Roger Cruz escreve e desenha um quadrinhos há décadas. Nesses anos, ele se recriou. Com um roteiro simples, mas que passa muito bem a mensagem a qual o autor quer transmitir e uma arte totalmente característica, que é reconhecida por sua singularidade.  Xampu é mais uma obra que mostra o quão criativo, divertido, inventivo e inteligente o quadrinho nacional pode ser.

 

Roger Cruz

 

3 – Graphic Msp – Tina – Respeito: De menina hippie, a jovem foi redesenhada por Fefê Torquato como uma mulher que sofre a normal insegurança do começo de uma carreira profissional, mas que ao mesmo tempo mostra determinação para fazer o melhor.

 

Tina Respeito
Fefê Torquato

 

4 – Graphic MSP: Jeremias – Pele: A representatividade de Jeremias: Pele corrige problemas do passado de um dos personagens mais antigos do Maurício que começou a ser desenhado com traços extremamente estereotipados conhecidos por Blackface. Temos uma rápida discussão sobre o negro de pele clara que a sociedade tenta silenciar sua voz em situação de racismo falando sobre uma falta “legitimidade” em sua pele, mostra pais lidando com situações de preconceito de mãos atadas, tentando aconselhar seu filho a como lidar com o racismo, sendo sempre duas vezes melhor em uma sociedade mil vezes atrasada. Jeremias é essencial para atual situação social política do Brasil e Rafael Calça fez história.

 

5 – Gibi de Menininha: Organizado e editado por Germana Viana, “Gibi de Menininha” é uma coletânea com seis historias que apresenta um pequeno panorama da produção feminina e ainda, da diversidade de estilos do terror erótico escritas e desenhadas por 13 quadrinistas: Clarice França, Mari Santtos, Germana Viana, Renata C B Lzz, Ana Recalde, Talessa Kuguimiya, Carol Pimentel, Roberta Cirne, Milena Azevedo, Katia Schittine, Fabiana Signorini, Camila Suzuki e Camila Torrano.

 

Gibi de Menininha
Reprodução

E por fim deixamos aqui a imagem do Caio Oliveira homenageando o Dia do Quadrinhos Nacional:

 

Editor de Contéudo deste site. Eu não sei muita coisa, mas gosto de tentar aprender para fazer o melhor.