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Resenha | O Exterminador do Futuro Zero (NETFLIX)

A franquia Exterminador do Futuro tem enfrentado momentos medianos e baixos desde o estrondoso sucesso do segundo filme da série. Por isso, a animação da Netflix O Exterminador do Futuro Zero enfrenta um desafio considerável, mas consegue contornar ao trazer uma nova história, com novos personagens.

Imagem de exterminador do futuro zero
O anime Exterminador do Futuro Zero não economiza na violência, colocando a animação como uma das mais violentas da franquia.

Após os fracassos de Gênesis e Destino Sombrio, a decisão mais sensata para a franquia seria afastar-se de Sarah e John Connor. Zero faz essa escolha com competência, movendo a trama para o outro lado do mundo, o Japão.

Sai o cenário de Los Angeles, entra Tóquio, uma cidade que se alinha bem com o tema adotado pelo anime, com toda uma mítica sobre robôs e inovação. Prepare-se para uma ambientação completamente nova, com IAs que adotam um visual típico de anime, há uma ausência de armas (o que é positivo, pois força os Exterminadores e máquinas a ser mais criativos) e novos personagens envolvidos com viagens no tempo, outro tema central da franquia.

Os visuais são bonitos, apesar de a animação falhar em alguns momentos, mas nada que comprometa a experiência. Vide o último episódio, que é belamente animado.

Imagem de exterminador do futuro zero
O anime é fluído e bonito, mesmo com alguns escorregões. Os exterminadores são o grande destaque.

Todos os clichês da franquia estão presentes, mas de forma sutil, servindo mais como uma referência aos fãs do que como uma coleção de easter eggs jogados de forma evidente, como é comum nos produtos de franquias atualmente.

O anime acerta em criar tensão e em sua violência, reminiscente dos primeiros filmes. No entanto, erra ao introduzir linhas do tempo alternativas (se quiser entender melhor como as viagens no tempo podem desestabilizar a realidade, assista ao episódio das cobras espaciais em Rick & Morty). Mas, por outro lado, acerta ao apresentar a nova IA, KOKORO.

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Fruto do nosso tempo, enquanto a Skynet era uma IA voltada para a destruição, KOKORO, inicialmente, se apresenta como uma força que pode tanto salvar quanto escravizar a humanidade.

Imagem de Exterminador do Futuro zero
Os fãs antigos podem até estranhar, mas Exterminador do Futuro Zero não nega que é um anime, com alguns visuais típicos de animações japonesas.

Não mencionar o quanto o último episódio é capaz de deixar o espectador atordoado pela quantidade de informação e tensão seria um erro. Com as informações que temos, uma segunda temporada é necessária, apesar de vários pontos já serem concluídos nesta excelente primeira leva de episódios. Se a produtora desejar, deixaria nas mãos dos fãs as mil narrativas que o final da primeira temporada podem criar.

Com todos os episódios escritos por Mattson Tomlin, Exterminador do Futuro Zero é a história que os fãs da franquia precisavam após tantas decepções, mostrando o potencial da série quando se afasta do eixo dos Connors e do T-800 de Arnold Schwarzenegger.


Thiago de Carvalho Ribeiro. Apaixonado e colecionador de quadrinhos desde 1998. Do mangá, passando pelos comics, indo para o fumetti, se for histórias em quadrinhos boas, tem que serem lidas e debatidas.