Como a editora Paizo conseguiu se consagrar tanto no mercado em tão pouco tempo?
O sucesso inegável das edições 3.0 e 3.5 de Dungeons and Dragons rendeu inúmeros complementos e cenários que até hoje são referência no mundo do RPG como Ravenloft, Forgotten Realms, e Planescape. Com a vinda da não tão popular 4ª edição, como o mundo reagiu?
Além dos suplementos “oficiais” que D&D tinha, diversos outros eram lançados periodicamente em revistas como a “Dragon” americana. Tivemos experiências semelhantes aqui em terras tupiniquins com o cenário de Tormenta na revista Dragão Brasil.
Dentro da revista Dragon, uma parte de relativo sucesso estava sendo lançada: Uma série de aventuras que formariam campanhas, e acompanhariam os jogadores do Level 1 até o 20. Porém, o processo foi interrompido com o lançamento da 4ª edição de Dungeons and Dragons.
Por um golpe de sorte, o sistema d20, utilizado nas edições de D&D entrou em licença aberta, isto é, qualquer desenvolvedor poderia utilizá-lo para escrever um RPG em cima disso. Nisso, vários dos responsáveis, inclusive pela terceira edição de D&D se juntam para formar um sistema e continuar suas aventuras e ao mesmo tempo, preencher o vazio deixado pela quarta edição de D&D: o Pathfinder Roleplaying Game.
Nomes famosos do RPG, como Monte Cook, Skip Williams e Jonathan Tweet fizerm parte da confecção deste fabuloso RPG, que deu um enorme golpe de sorte. Com o relativo desagrado que a 4ª edição causou; Pathfinder se mostrou como uma excelente alternativa, pois já havia material original para seu livro, e além disso, todos os materiais lançados para a edição 3.5 de D&D eram 100% compatíveis, fazendo com que o RPG tivesse um enorme acervo antes mesmo do lançamento.
O seu livro básico de regras é enorme, sendo na realidade uma junção dos dois livros básicos de RPG: O livro do jogador e o livro do mestre em um só. Por ser um livro enorme, seu preço também se destacou, e a editora Paizo lançou uma edição de quase todo o seu acervo em uma versão menor e capa cartão para se tornar acessível. E diferente da linha D&D Essentials, não há conteúdo mutilado em suas novas publicações e nem substituição da linha original.
A forma como a Paizo trata seus consumidores também é excepcional. A Wizards of the Coast, por ser uma parte da Hasbro, pode acabar tendo uma aproximação muito “profissional” em relação aos comentários de fãs, enquanto a Paizo leva o negócio como um pequeno empreendedor, respondendo críticas e dúvidas. Essa aproximação com os jogadores é linda de se ver.
Embora possa parecer que o Pathfinder teve sua fama baseada no D&D 3.5, não demorou muito tempo até que diversos suplementos originais de Pathfinder fossem lançados, com novas raças, classes e formas de se jogar. Suporte para campanhas de Horror e Steampunk foram lançados. O jogo conta com 4 bestiários, e diversos guias avançados.
Edição Nacional: Pathfinder teve seu lançamento no Brasil pela Devir Editora, que lançou seu livro básico, um bestiário e o escudo do mestre. De uma maneira geral, é tudo que você precisa para jogar o jogo, mas certamente poderiam haver mais lançamentos deste cenário. Embora o preço de capa possa parecer proibitivo para muitos (280 reais o livro básico, sem contar o Livro dos Monstros e o escudo do mestre), é possível encontrar a edição nacional em promoção na Amazon, fazendo com que os três livros da edição nacional tenham um custo semelhante ao preço de capa do primeiro livro.
Embora a Paizo tenha dito que não iria lançar nenhuma outra edição de Pathfinder, e que iria trabalhar sempre nesta, com o lançamento da 5ª edição de D&D, que possuía regras mais soltas, menos necessidade de mapas de combate e uma possibilidade de interpretação maior; a editora precisava de uma forma de recuperar a clientela, e já anunciou o Pathfinder 2E, com semelhanças ao D&D Next. Se você quiser pegar em inglês, pode fazê-lo no site oficial da Paizo.
OU você pode ficar gritando no pé do ouvido da editora Devir para que os RPGs continuem sendo publicados e ficar chorando para ela lançar o Pathfinder 2E também. Sejam legais e façam isso também.
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