Texto Dani Marques
Me perguntei como escreveria sobre esse livro do Thiago E, que definição eu daria, mas defini-lo seria limitá-lo, e pra criatividade do Thiago E, limites não existem. “Cabeça de som em cima do trem” tanto é livro, como é música, seus poemas foram musicados, e o cd foi batizado com mesmo nome. Confira: https://soundcloud.com/thiagoe
É uma obra inquieta, diversificada, é poesia concreta, é literatura moderna, é pop, é atual. O livro conta com um depoimento do Jorge Mautner, relatando como se deu o primeiro encontro de ambos, tecendo muitos elogios ao Thiago, e que encontramos na sua obra a presença de Torquato Neto, finaliza nos recomendando a ficarmos atentos a toda produção de Thiago E.
O poeta sabe trabalhar/brincar com as palavras, nos apresenta significados inusitados para algumas palavras, como esse para língua:
“a língua é um triste molusco, chora um pranto negro e escuro (molusco triste é essa língua) lembra e lambe sua dor fina; dentro da boca, tal molusco chora a falta do seu casco.”
Às vezes nos pegamos cantarolando algumas de suas poesias, quando nos deparamos com alguns grandes sucessos da banda Validuaté, poesias que foram musicadas (Thiago E já foi vocalista e compositor da banda). Listo aqui as minhas preferidas:
Além da famosíssima A lenda do peixe francês, que contou com a participação ilustríssima do dublador Isaac Bardavid (se você é fã do Wolverine sabe de quem tou falando):
Thiago E brinca com a gagueira, nos alerta que não existe palavrão proparoxítona, e nos fala bem do Desejo, que segundo ele “não dá pra admiti-lo ficar vivo”. É um livro pra ser lido com carinho, degustado, e sentido. Trabalha com nossas melhores percepções, multisensorial.
Poesia da melhor qualidade, o que há de melhor na literatura piauiense. “Cabeça de sol em cima do trem” merece um cantinho, mais do que especial, na sua estante de livros.
Leave a Reply